Nomeações políticas que não indignam o exército opinativo anti-esquerda

Há nomeações e nomeações. Algumas causam indignação generalizada porque, é sabido (e infelizmente legal), as clientelas partidárias mexem-se muito bem no topo da cadeia alimentar da gestão empresarial pública. As nomeações de Leonor Beleza e Rui Vilar para vice-presidentes da CGD, porém, parecem enquadrar-se numa categoria muito especial que, com excepção da fúria das redes sociais, que a poucos poupa, não causou indignação entre aqueles que assobiavam para o lado enquanto o anterior governo distribuía, a amigos e companheiros, por exemplo mas não só, centenas de nomeações na Segurança Social, mas que agora não perdem a oportunidade de berrar em plenos pulmões de cada vez que o actual governo repete o processo, de resto numa escala ainda a léguas do festim protagonizado pelos seus antecessores. 

O que sucede, então, aqui? Muito simples: Leonor Beleza é militante e ex-governante do PSD. E, claro, não dá muito jeito ao exército opinativo anti-esquerda criticar a sua nomeação. No caso de Rui Vilar, que até chegou a ser eleito deputado e secretário de Estado pelo PS na longínqua década de 70, e que vem acumulando presenças em diferentes conselhos de administração de empresas como a Galp, a REN ou a CGD, onde agora regressa, criticar a sua nomeação seria um potencial tiro no pé uma vez que, e o historial fala por si, o longo rol de nomeações que caracterizam a sua carreira está acima de cores partidárias, sendo exemplo disso mesmo a nomeação para director-geral da Comissão das Comunidades Europeias em Bruxelas, atribuída pelo primeiro governo de Cavaco Silva, em 1986. E tudo isto dificulta a indignação das hostes da caranguejola. Que chatice!

Comments

  1. Não haverá mais gente? António Costa quando lhe convém gosta de mostrar uma das suas faces.
    A Leonor não quer ser remunerada!!!! Dá vontade de rir.
    Que mulher séria esta cavaquista.
    Há muitas formas de meter a massa no bolso e de fazer
    de nós todos uns lorpas.
    Costa começa a sentir-se confortado nas sondagens.
    A afirmação do corrupto Juncker, não parecendo, também favorece o governo português.
    Não tarda e Costa vai fazer os mesmos joguinhos políticos do seu amigo de Évora e de Mário Soares e, vai mandar às favas quem lhe ofereceu o tacho de mão beijada.

  2. Na sequência do meu comentário anterior devo ainda dizer o seguinte.
    A Leonor, PSD e cavaquista, fez parte de um governo de Mário Soares.
    Mas, esta Beleza é a mesma que também foi ministra da saúde de um governo de Cavaco e foi a responsável do caso dos hemofílicos.
    Lembram-se?
    Foi acusada e só não foi condenada porque os processos criminais prescreveram.
    Sabem porquê? Teve ajuda de muitos políticos, de lobbies da saúde e muito dinheiro para a sua defesa jurídica.
    Morreram mais de trinta jovens.
    Ainda hoje tresanda a sangue.
    António Costa não tem filhos? Tem, o que não tem é vergonha na cara.
    E os partidos que suportam o governo?
    Vão ficar calados?
    Sempre que me lembro destes homicídios revolto-me.
    No congresso do PS até agora ainda não vi comentar este novo tacho “Beleza”.
    Francisco Assis, o gêmeo de P. Coelho apareceu com ar de Sylvester Stallone, mas, o que disse, foi zero.
    Estava pálido, parecia que vinha da manifestação dos amarelos dos colégios privados.
    O congresso não passa de uma festança à moda da Coreia do Norte.
    Não há ideias, não há nada.
    Há simplesmente o apoio ao Querido Líder.
    Pelos discursos dos congressistas fica a sensação de que em apenas seis meses, o país do sofrimento transformou-se no país das maravilhas.
    Uma vergonha.

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