O Público, numa reportagem de Clara Viana, anunciou que a manifestação a favor da escola pública começou com duas mil pessoas. Nada mau, se tivermos em conta que uma manifestação pode começar com uma pessoa. No entanto, espera-se que a reportagem seja objectiva, pelo que o artigo é algo estranho, como se pode constatar, por exemplo, pela necessidade de corrigir o título da notícia. Com efeito, o título inicial “Manifestação pela escola pública começa em Lisboa com cerca de duas mil pessoas” foi entretanto mudado para “Manifestação pela escola pública junta alguns milhares de pessoas em Lisboa”.
O título inicial da notícia pode ser encontrado no Twitter e no Facebook, já que estas redes não actualizam as suas publicações quando a origem muda.
Manifestação pela escola pública começa em Lisboa com cerca de duas mil pessoas https://t.co/CGtOl5xDTS
— Público (@Publico) June 18, 2016
Clara Viana optou por incluir no artigo o número de participantes avançado pela FENPROF (80 mil) ao lado do número apresentado por um polícia (15 mil), o qual, pela pena da autora, passou a ser atribuído à PSP.
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, é um dos oradores. Dirá mais tarde que participaram mais de 80 mil pessoas. “Esta foi a maior manifestação de sempre em defesa da escola pública”, declarou. Já a PSP aponta para cerca de 15 mil, segundo indicou ao PÚBLICO um responsável da polícia.
Estes escrúpulos em usar os números da organização não a impediram, no entanto, de usar a contagem avançada pela organização da anterior manifestação a favor dos colégios privados, mesmo quando se demonstrou que o número era fictício (terão sido uns 12 mil a 16 mil).
O desfile [de hoje] foi convocado no mesmo dia, 29 de Maio, em que os colégios privados conseguiram reunir cerca de 40 mil pessoas em Lisboa, em protesto contra a decisão do ME, que foi agora concretizada por via de um novo concurso público.
O próprio destaque do artigo desvaloriza os números da organização e tomam a declaração de um polícia não identificado como sendo a PSP.
Secretário-geral da Fenprof diz que estiveram mais de 80 mil na rua, mas segundo a PSP participaram na manifestação cerca de 15 mil pessoas.
Outras passagens reforçam a ideia de o artigo ser menos reportagem, tal como classificado pelo jornal, aproximando-se mais de uma crónica de opinião. Por exemplo, a passagem seguinte é factual ou é uma suposição da jornalista?
O recado é dirigido aos que, no palco, montado por detrás da estátua do Marquês, se vão sucedendo em discursos em defesa da escola pública. Esta é também a razão pela qual aquele grupo de estudantes também marcou presença no centro de Lisboa, mas com os discursos a alongarem-se já por mais de uma hora, começa a ser difícil continuarem ali parados a ouvir.
Ou ainda, referir que é uma manifestação a favor do Governo, quando os organizadores (FENPROF) a anunciaram como de defesa da escola pública. Nesta linha de ideias, seria correcto adjectivar a manifestação dos amarelos como de apoio à oposição?
Ao contrário do habitual, esta é uma manifestação a favor do Governo, mais concretamente da decisão do Ministério da Educação em reduzir o financiamento do Estado aos colégios com contrato de associação.
Clara Viana é a mesma jornalista que escreveu o artigo “Tribunal de Contas dá razão aos colégios na guerra contra o ministério“, o qual foi publicado online em 27/05/2016, às 20:45 e acabou até por ser capa do Público no dia seguinte, 28 de Maio. Na tarde do dia 28, pelas 17:00 horas, o TdC desmentiu a notícia, mas foi preciso esperar até ao fim do dia para, às 23:55, o Público finalmente corrigir a notícia, tal como referido no próprio jornal: “Notícia corrigida às 23h55 de sábado: inclusão no título das palavras “Relatório técnico” e da reacção do TdC à divulgação do próprio relatório.”
Sendo uma autora de muitos artigos sobre educação num jornal de referência e atendendo ao extenso currículo, esperava-se mais atenção a estes detalhes.
O Público, infelizmente, FOI um jornal e referência, hoje está mais próximo de um pasquim. Tenho imensa pena, foi o “meu” jornal desde a primeira edição, mas há bastante tempo que não o reconheço.
Nem que fossem 13 pessoas a comer sandes de rissol na sombra da estátua da rotunda. Basta ver uma foto da pseudo manifestação dos amarelinhos com esta ao lado para ver para que lado o povo português pende. Meia dúzia de tias de Sintra chateadas porque os catraios ficaram sem aulas de equitação ao lado de centenas de alunos e ex alunos de secundário preocupados com o que se passa nas escolas? Mas andamos a brincar ao Estado Novo ou quê? Está na altura de Público decidir se quer ser mais um pasquim do “saudoso” regime ou um jornal a sério, como poucos infelizmente. Fica a direita assim tão aziada porque os portugueses estão fartos de contribuir para os lanches de caviar? Porque, apesar de toda a demagogia barata, parece que os privados afinal são bem piores que o público? Só lhes faz bem um boa bofetada de objectividade nas trombas. Algo me diz que a madame Cristas, apesar de toda a manipulação (ou omissão) mediática não vai ter um boa noite de sono hoje… Temos muita pena..
Isso. Os jornais devem procurar informação acerca de manifestações junto dos organizadores, não junto da PSP. Essa agora. E se a informação vier da Fenprof, ou de qualquer zona da esquerda temos a garantia de verdade.
Vítor Dias em otempodascerejas2.blogspot.pt mostra as primeiras páginas do Público, mas pior ainda a do Diário de Notícias – sem qualquer referência à coisa.
Será que estes jornaleiros acreditam mesmo que a estratégia de manipulação vai resultar? As pessoas não são assim tão burras.
Essa é a versão editada e que o publico não faz referencia a isso a primeira versão dizia que a manifestação pela escola publica junta alguns milhares de pessoas em Lisboa.
Jornal de merda, com jornalista de merda que nem informar sabem. Já nem para limpar o cu serve
Esperava-se, essencialmente, a imparcialidade necessária ao bom jornalismo. Isto é mau jornalismo e desinformação. Não é por acaso que têm sido tantas as críticas negativas em relação a este jornal….
A polícia estimou em 15 mil. Muito longe da enormidade do Nogueira.
A polícia ou um polícia?
Pois, de facto não é a mesma coisa. Falaram com a entidade abstrata policia, ou falaram com um policia concreto?
É que se tiver sido um policia em concreto não tem grande credibilidade. Melhor falar com o Sr. Nogueira.
Conheces a Av da Liberdade? Estives-te lá? Não? Atão vai l ,ler a Helena ou o J.M.Fernandes ou o teu primo Camelo L., ou o raio que te parta e aproveita leva o jornal Publico! pode-te dar uma caganeira e aposto que te dá um jeitão…
Hoje foi a primeira vez que aqui vim. Fiz comentários e já tive respostas. Espero que esta resposta do Srº Nascimento não seja representativa do nível dos comentários por aqui, ou é?
É a primeira vez? Virgem? A sério? Ui, tão bom…olha ,habitua-te ! Pergunta ao Ruizinho dos bolinhos que ele explica-te. Tá bem ? Pois…
Falso. A Polícia não fez nenhuma estimativa — nem agora nem aquando da enormidade dos 40 mil “minions” naquele larguinho em frente à Assembleia da República
O “diz que disse” como técnica de apuramento de factos diz muito da credibilidade jornalística dos autores (ou da autora) da notícia.
Merece credibilidade? É piada?
O Aventar está de parabéns já tem o seu José DOs “Ladroões ” a Cãosoar Bravo!!! isto só quer dizer que subiram de divisão
E o Público é, segundo a nossa direita, o grande jornal de referência da esquerda. Imagina se fosse da direita…
O Público é um orgão de informação (?) que só diz o que agrada ao patrão Belmiro de Azevedo. É assim a Democracia.
O que é que interessa, o que contribui para a nossa felicidade, esta guerra de números? Para mim, o assunto está mais do que encerrado, ponto. Turmas em início de ciclo em colégios de meninos bem, desde que haja oferta pública, foi chão que já deu uvas, ponto. Tudo o resto não passa de larachas. Acabou-se a mama para estes, poderei dizer’, mercenários? Gente ilustre do chamado ‘arco da governação’ + Igreja, pois claro. Se quiserem saber nomes dos ‘ilustres’ é favor ver as reportagens que a Ana Leal fez para a TVI. Esta história a mim já me vai cheirando mal. Coloquemos uma lousa sobre a mesma. RIP! Agora é haver coragem, ia a dizer tomates, para atacar esquema idêntico que se verifica no SNS!