Homem e cão, uma única mancha negra pelo areal, com os banhistas a lançar mão ao saco à sua passagem, a guardar o telemóvel, a carteira com o dinheiro para o almoço, tão inquietante será esse negro no areal dourado? Vieram os miúdos pedir-lhe que soltasse o cão, que o deixasse tomar banho, e o cão queria, via-se que sim, mas respeitava as ordens do dono. O homem caminhou devagar até à água, e então sim, confiou o cão aos miúdos, que nadassem com ele e se agarrassem ao seu dorso negro, golfinho improvável em águas límpidas.
E o cão parecia outro na água, outra vez cachorrito, apatetado como o são os cachorritos, e não o cão negro e imponente de há pouco. O homem esperou que o cão desse o banho por acabado, deu-lhe tempo para despedir-se dos miúdos, e recebeu-o depois das águas, reluzente, agradecido. Afastaram-se de novo, mancha negra e tão brilhante.
mto bom
Os melhores Artigos . . .SEMPRE Carla Romualdo.
Fazer um comentario seria tirar a forca……
Mais uma obra prima em dois parágrafos!
Lindo….
Helena, Raul, Motta, F, muito obrigada.