Waiting, waiting, waiting, waiting
Waiting, waiting, waiting, waiting
— The Doors, “Waiting for the Sun”ESTRAGON: Do you see anything coming?
VLADIMIR: (turning his head). What?
ESTRAGON: (louder). Do you see anything coming?
VLADIMIR: No.
ESTRAGON: Nor I.
— Samuel Beckett, “Waiting for Godot” (“À espera de Godot“/”Esperando Godot“)Reina o silencio que falla,
Bafeja a doce frescura.
— A. Gonçalves Dias, “Gulnare e Mustapha'” (“Sextilhas de Frei Antão“) (*)
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Há alguns meses, soubemos que Marcelo Rebelo de Sousa decidira reabrir o debate sobre o AO90. Desde então, o silêncio tem presidido. Felizmente, no caso de Miró, o poder político foi exemplar (embora, como portuense, continue a achar que o Batalha teria sido a melhor solução: adiante). Todavia, no caso do AO90, isto parece que não vai lá nem com eleitos, nem com nomeados por eleitos: só mesmo com eleitores, ou seja, com Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação do AO90 e com Iniciativa de Referendo.
Se ainda não assinou, assine. Sim, as duas: a Iniciativa Legislativa de Cidadãos pela revogação do AO90 e a Iniciativa de Referendo. Porque as coisas continuam a correr mal e, para chegar a esta conclusão, basta prestar um mínimo de atenção à realidade. Efectivamente. Um mínimo de atenção. É sabido, desde Schelling, segundo Gadamer (p. 82): «Die Angst vor dem Nichts treibt die Kreaturen heraus aus ihrem Zentrum». De facto: “Die Angst des Lebens selbst treibt den Menschen aus dem Centrum [, in das er erschaffen worden]”. De facto, sim. Exactamente. Enfim, hoje, no sítio do costume.
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(*) Recomendo a leitura do excelente texto de Sant’anna Martins “O experimentalismo linguístico de Gonçalves Dias“.
Caro Francisco, infelizmente creio que deve esperar sentado… 😉 Da parte do novo «inquilino» do Palácio de Belém receio que não há a esperar neste assunto (como em outros) intervenções decisivas e inequívocas.
O golpista Temer quer a “língua brasileira” na ONU. Essa proposta do golpista Temer é muito perigosa para a revogação do AO90. Eu estou nessa luta há anos. Uma das razões do Brasil querer um acordo era porque julgava (ou fingia julgar) que para entrar para membro permanente do Conselho de Segurança a língua tinha de estar unificada. NÃO. Tem de estar unificada APENAS dentro da ONU. Assim o inglês DENTRO da ONU é o de Oxford. E fora da ONU cada país continua a seguir a sua ortografia. Eu dou de mão beijada que o português da ONU seja o “brasileiro” se em troca Portugal revogar o AO90. APELO A QUE TOD@S QUE ESTAMOS CONTRA O AO90 INTENSIFIQUEMOS A LUTA JÁÁÁ!!!