Porto e Gaia, muito mais que um Rio… a separar

De lugares comuns está a blogosfera cheia e poderia aqui recorrer ao chavão de que o rio une, não separa e tal… Mas, a unanimidade instalada em torno de Rui Moreira não permite a similitude total entre as duas realidades políticas das margens, esquerda e direita, da foz do Douro.

Do lado direito, Rui Moreira acaba de receber o apoio do PS e estarão a caminho outro tipo de apoios. Sinto-me tentado a partilhar da opinião do Ricardo no Manifesto74. Não tanto porque sinta como obrigatória a apresentação de uma candidatura do PS a todas as autarquias, mas porque é do debate que nasce a Luz. O Porto vive uma encruzilhada civilizacional – com a crescente presença do Turismo em todas as dimensões da cidades, importa equacionar os caminhos a seguir, nomeadamente no que aos residentes diz respeito. Nunca, em Democracia, o silenciamento que o unanismo provoca pode ser uma opção. E, só por isso, seria mais interessante o aparecimento de ideias e projectos com olhares diferentes para a cidade, que, de uma maneira ou de outra, tem um papel central no futuro do nosso país. Percebo, de qualquer moda a coerência de Manuel Pizarro que abraçando de corpo e alma a cidade durante quatro anos preferiu seguir este caminho, claramente, coerente – admito, até, que no seu lugar tomaria exactamente a mesma opção. Mas e permita-me, caro leitor, que leve o texto para o território das emoções: gostaria de ver mais opções para o Porto.

Do lado esquerdo do rio, em Vila Nova de Gaia, não me parece que possa acontecer algum tipo de unanimidade em torno de qualquer das opções existentes.

Será muito natural uma candidatura do actual Presidente Eduardo Vítor Rodrigues, até porque, depois do milagre financeiro de conseguir resolver o buraco de Luís Filipe Menezes, será hora de consolidar os projectos iniciados e desafiar o terceiro maior concelho do país para novos paradigmas. As candidaturas do Bloco e do PC poderão também aparecer com a maior das naturalidades e, ao que parece, a direita terá como intenção a apresentação de uma candidatura conjunta.

Mas, relativamente a esta dimensão da vida partidária gaiense, o que mais me surpreende é a ausência de ideias. A um ano das eleições seria natural conhecer os rostos e até algumas linhas fortes da candidatura, mas parece-me que enquanto a casa distrital laranja não se entender nas suas diferentes visões para o distrito – Matosinhos, Porto e Gaia são só três exemplos de muitas casas a arder – não vai ser fácil acontecer alguma coisa. Não deixa de ser interessante perceber como o movimento bélico Rio – Menezes que durante anos dividiu o Porto e Gaia continua tão vivo na distrital do PSD do Porto. Um rio de trapalhadas que promete um resultado histórico no distrito. Vão de Uber  ou de bicicleta os próximos Presidentes Laranja?

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