Sem a Utopia o que é o homem mais do que besta sadia, cadáver adiado que procria? Não foi bem isto que o Sebastião pessoano disse nessa sessão de espiritismo chamada Mensagem, mas serve, como veremos.
Tendo em conta a tentação ditatorial do predador que teimamos em ser, a democracia está sempre em perigo. Um dos maiores sintomas actuais desse perigo reside na desvalorização do jornalismo e dos jornalistas, espécie permanentemente ameaçada e um dos pilares da mesma democracia. Assim, aquilo que era um valor aparentemente seguro até há pouco tempo está perigosamente perto de voltar a ser uma utopia, esse não-lugar em que a palavra do jornalista não está a esforçar-se por permanecer à tona de uma enxurrada de infotainment, de exploração de estagiários, de afastamento de gente experiente ou da sobrevalorização de espaços de opinião vendidos e comprados por partidos.
Como apaixonado dos jornais e como admirador e amigo de muitos jornalistas, congratulo-me com o facto de o Festival Utopia 2016 ter como tema, ou melhor, como causa, o jornalismo. Saúda-se, portanto, a parceria entre a Átomo – Cooperativa Cultural e Social, a Junta de Freguesia de Campolide e a Comissão Organizadora do IV Congresso dos Jornalistas.
Para os que usam o facebook e querem saber mais, é só seguir a página. Mais abaixo, é uma fartura de cartazes com o programa musical incluído, que é festa!, e outras informações úteis e agradáveis. Utopia é no Jardim da Amnistia, no combate contra o cadáver adiado que procria, pois.
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