A propósito da sobretaxa do IRS, Pedro Passos Coelho usou a palavra “embuste” para rotular o Orçamento de Estado. Podia aqui discorrer sobre vários embustes com a marca do ex-primeiro-ministro, das cambalhotas fiscais até aos célebres embustes da saída limpa, do défice de 2015 que ia ficar abaixo de 3% – que mais do que uma promessa, era uma questão de honra – ou do Novo Banco que não ia ter impacto directo no bolso dos contribuintes, mas hoje fico-me pelo embuste da sobretaxa.
A poucos dias das Legislativas, o governo PSD/CDS-PP anunciava a devolução de 35% do valor da sobretaxa, baseada em previsões cujo optimismo alucinado se apresentava como uma decorrência normal da estratégia de não olhar a meios para ganhar eleições. Porém, pouco após o acto eleitoral, o governo revia as previsões: a devolução seria afinal de 9,7%. A culpa era da quebra da receita do IRS. Duas semanas depois, a realidade bateu à porta e trouxe com ela os números da execução orçamental de Outubro. Depois do glorioso anúncio pré-eleitoral, os portugueses ficavam a saber que o governo se preparava para devolver 0% do valor da sobretaxa em 2016. De 35% a rigorosamente nada, a propaganda da coligação durou cerca de dois meses até ser revelado o embuste. Até Marques Mendes, guru do comentário político venerado para os lados da São Caetano à Lapa, se referiu a estas manobras como uma “pouca vergonha”, acusando a coligação PSD/CDS-PP de “manipulação eleitoral”.
Assistir a mais este número de contorcionismo de Passos Coelho, que tem a distinta lata de colocar as palavras “embuste” e “sobretaxa” na mesma frase, depois do enorme barrete que tentou enfiar ao país para caçar mais alguns votos, já não surpreende ninguém. O passismo já não tem ponta por onde se lhe pegue, demitiu-se do seu papel de oposição, birrento, vive de sucessivos anúncios apocalipticos e ainda tenta convecer os portugueses que leva o pais a sério. Não admira que se afunde em todas as sondagens.
https://www.publico.pt/economia/noticia/governo-estima-devolucao-de-35-da-sobretaxa-de-irs-1709048
http://expresso.sapo.pt/economia/2016-01-25-E-oficial-nao-ha-qualquer-devolucao-da-sobretaxa-de-IRS-paga-em-2015
http://expresso.sapo.pt/newsletters/expressomatinal/2016-01-26-E-oficial-fomos-mesmo-enganados-na-devolucao-da-sobretaxa
Olá Rui! Penso que os links que deixa são precisamente os mesmos que usei nas hiperligações do texto 🙂
João,
Este nãoé para levar a sério,mesmo dando o benefício mínimo de dúvida.
Lametável como a seita, upss, partido ainda o mantém.
Será porque não tem “encosto na vida” para ganhar algum dinheiro?!
Tem graça porque eu ontem, num outro post sobre esta figurinha, ia apelar a quem, por ventura, tiver um lugarzito onde ele possa ganhar para a sopa e ao mesmo tempo tirá-lo de cena! É que já não há pachorra para o ver e ouvir…
Um dos parâmetros que caracteriza a direita é nunca abandonar os seus filhos dialetos! Mesmo quando o tempo os desgasta, e eles saltam fora da luta política. E neste domínio até incluiria certas “orlas” do PS, que me escuso pronunciar nomes pois sabem de quem estou a falar.
Até ser derrotado nas eleições de 1996, Fernando Nogueira tinha sido um assistente de segunda linha na Faculdade de Direito, deputado e ministro. Saio da política para o BCP. Dias Loureiro fez um percurso ainda mais pobre, até chegar a Ministro. Saiu e foi para o BPN. Angelo Coreia, Paulo Teixeira Pinto, etc…
Algum deles foi trabalhar para um grupo empresarial que tivesse de ir à luta para sobreviver na concorrência efetiva no mercado?
Nicles!!
Foi tudo diretamente para o lobismo. Basta recordarmos no passado recente, Maria de Luis Albuqerque.
Este terá um destino similar, não se preocupem!
Deve ler-se “filhos dilectos”, ou na versão abrasileirada, diletos, e, não como erradamente ficou escrito.
O único filho “dialeto”, quando muito seria Miguel Relvas, cuja variante da sua licenciatura se pode enquadrar numa forma popular de se obter um canudo !
Deve ler-se …Saiu para o BCP…