Os media, António Domingues e Sérgio Monteiro, por Daniel Oliveira
António Domingues foi nomeado para presidente da CGD por um novo governo para dirigir o maior banco português. Não há suspeitas de favorecimento político, tem uma longa experiência de gestão bancária e ninguém, dos que criticam o seu salário, põe em causa a sua competência técnica e profissional. Vai receber por funções muitíssimo claras 30 mil euros mensais. Sérgio Monteiro foi nomeado “vendedor” do Novo Banco por um governo demissionário de que era secretário de Estado e quase todos põem em causa as suas habilitações curriculares para a tarefa. Está a receber, para fazer ninguém sabe muito bem o quê, quase 30 mil euros mensais. Nos sites do “Público” e do “Diário de Notícias” as referências ao salário de António Domingues foram cinco vezes superiores às do salário de Sérgio Monteiro. Nos do “Expresso” e da TSF foram três vezes mais. No do “Correio da Manhã” seis. Não é possível fazer estas contas nos canais de televisão, mas arrisco uma proporção ainda mais favorável a Domingues. Criticar esta parcialidade não é assumir que a polémica é inadequada. O que se critica é a desproporção. Sobretudo quando o caso menos tratado é objetivamente mais difícil de justificar do que aquele que alimentou maior polémica mediática. Estas coisas não acontecem naturalmente. É a agenda política de quem marca a agenda mediática.
O alvo não é o Domingues, e sim o Centeno. Se for preciso desmontar a CGD não terão dúvidas.
Li o artigo no EXPRESSO diário de ontem à tarde, e aquilo que o Daniel Oliveira quer salientar no seu texto, é mais a forma despudorada como a comunicação social especializada trata os assuntos económicos em função do seu agendamento político partidário.
Mas se dúvidas houvesse, este é um daqueles casos que serve bem de exemplo
“Um estado totalitário verdadeiramente eficiente será aquele em que o todo podereso comité executivo dos chefes políticos e o seu exército de diretores terá o controlo de uma população de escravos que será inútil constranger, porque todos terão amor à servidão. Conseguir que eles a amem- tal será atribuída, nos estados totalitários de hoje, aos ministérios da propaganda, aos redatores chefes dos jornais e aos mestres-escolas”
Aldous Huxley – admirável mundo novo
Para o Sérgio Monteiro, trata-se de encobrir os crimes do BES e alienar o bem publico a pataco, para proveito e lucro da matilha. Portanto os media promovem-no.
Para António Domingos, trata-se de gerir a CGD para proveito do país. Portanto os media atacam-no.
ONDE PÀRA A JUSTIÇA?