Trabalho infantil?

trump

Dá dó profundo ver este pobre miúdo, manifestamente perturbado durante o discurso de vitória do pai, em constante movimento, suspirando, sério todo o tempo, fechando os olhos, encolhendo-se, esticando-se, infeliz; uma criança que deveria estar a dormir às 02.50 da manhã; é triste, é deprimente, é a outra face da medalha de um homem absurdo que vai segurar as rédeas desta superpotência egocêntrica, com uma apetência irresistível e doentia para o show off.

Comments

  1. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    A “Família” faz parte dos ícones hipócritas de que a Sociedade americana usa e abusa. Não há nenhuma surpresa nisto… Tudo normal ou seja, Trump e C&A são americanos e está tudo dito.
    Preocupante é a posição dos “merdia” nacionais que já começam a elogiar o novo patrão. Viram o rabo para a denominada “direcção certa” e murmuram :”Use e abuse Sr. Presidente”.

    • Ana Moreno says:

      Surpresa não é, mas há diferenças entre os americanos, como acontece com todos os outros povos; as filhas do Obama, na mesma situação e das duas vezes, disseram olá e depois foram à sua vida, acompanhadas pela mãe.

      • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

        E daí?
        Falo no americano comum. Obama será mais recatado em certos pontos e mais exuberante noutros, à boa maneira americana, porque não deixa de ser americano…
        Viu a forma como Obama humilhou Trump, na sua presença e na presença de centenas de convivas, em que chegou a passar uma imagem de como seria a Casa Branca se Trump chegasse a presidente? Pois: um misto de bordel e de circo!!!
        Um discurso lamentável, acintoso e provocador feito por um presidente a um cidadão, numa falta de respeito que alcançou gargalhadas de algumas pessoas (o lado circense de Obama) e o olhar sério de um outro grupo, manifestamente surpreendido.
        Pois acabei de ler que Obama convidou Trump a visitar a Casa Branca na próxima quinta feira… Diplomacia é uma coisa, falta de coluna vertebral, é outra.
        Em todo o caso o Sr. Obama, não deixa de ser um prémio Nobel da Paz que fomentou a guerra.
        Como atrás escrevi, cara Ana Moreno: são americanos e está tudo dito. Tudo lhes fica bem (pensam eles); em tudo são um exemplo (pensam eles). Daí à exuberância, não corre distância nenhuma.
        Cumprimentos.

        • Ana Moreno says:

          Caro Ernesto, concordo que há uma espécie de “traços de personalidade” na cultura dos povos, mas isso não significa que todas as pessoas desse povo os tenham; “os portugueses” (por curiosidade, o que os caracteriza?), “os franceses” e por aí fora são generalizações e portanto não necessariamente aplicáveis a cada indivíduo desse povo, é lógico; a tendência para a simplificação é humana – aliás, fiz o mesmo ao referir no post a apetência para o show off – mas, termos consciência disso, é útil e mais sincero.
          Saudações!

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Quando refiro o estereotipo americano, naturalmente que falo de uma maioria (quero dizer mais de 50%, bastante mais, acrescento), que se definem como um povo que possui um umbigo do tamanho do mundo, que os faz olhar esse mesmo mundo da forma como os Romanos olhavam os bárbaros.
            Aliás a civilização Romana e americana, são perfeitamente um “copy-paste” afastada de dois milénios. E os americanos é que ainda não perceberam, mas vão acabar justamente da mesma forma ou seja, por implosão. Os “fenómenos” Reagan, Bush e agora Trump são claros exemplos de repetições de governantes romanos (ressalvo as devidas proporções alisadas pelo tempo) que conduziram o Império à sua dissolução.
            Acredite que quando falo nos americanos, não pretendo simplificar nada. Pretendo apenas colá-los a um estereotipo que. lamentavelmente, existe e que assenta na incapacidade daquele povo (falo na sua maioria, repito) para utilizar os meios de informação que estão à sua disposição. Serão, por isso, eternos ignorantes … que às vezes chegam a presidentes.

          • Rui Silva says:

            Caro Ernesto Martins,

            Realmente a sua análise , que é comum a muita gente diga-se de passagem, é mesmo para mim incompreensível.
            Olhe bem para a sua tese: os americanos é que são estúpidos e nós os inteligentes. Se não fosse triste ( uma vez que sou português) seria genial.
            Portanto se bem entendi o país com maior sucesso desde o principio dos tempos é habitado por uma maioria de ignorantes, e Portugal , um pais atrasado , e que infelizmente tem de andar de mão estendida a pedir dinheiro para não passar necessidade, é habitado por um povo inteligente, esclarecido que sabe muito melhor o que seria bom para os americanos. Sabe melhor até que os próprios americanos.
            Para mim também aqui se pode dizer: Pelo fruto conheço a árvore , ou não. A América com os resultados que apresenta, só pode ser devido aos americanos, ou seja os indivíduos devem mesmo ser bons.
            Se a analogia vai para o desporto, aqui o sr, Rodrigues , que passa os dias ali no café da esquina a jogar as damas poderia dizer que o campeão mundial de xadrez é um “nabo”.

            Rui Silva

  2. Anonimo says:

    Este blog está cada vez pior. Uma parolice insuportável. Estou fora daqui

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Mas tem que dizer porquê caro Anónimo. Senão estamos perante uma frase à Trump 🙂

      • Rui Silva says:

        “Este blog está cada vez pior. Uma parolice insuportável. Estou fora daqui”

        Para mim caro Ernesto Martins parece-me óbvio.
        Critica-se por tudo e por nada aquilo que não se compreende.
        Não vê que esta situação é exactamente o oposto daquilo que ser quer provar.
        O que se passa para mim é perfeitamente normal.

        1º ) o miúdo apresenta sinais de cansaço , o que quer dizer que normalmente aquela hora está a dormir. Ponto para o Trump, uma vez que dará a educação correcta aos filhos.
        Eu vejo imensas vezes no nosso Portugal, principalmente nos meses de férias , pais a “deshoras” com os seus filhos, e esses miúdos muitas vezes não apresentam qualquer sinal de cansaço, fazendo-me acreditar a situação é normal.
        2º) A situação é perfeitamente excepcional, o pai acaba de eleito para o cargo mais “importante” do planeta.
        3º) Imaginem daqui a 20 anos o pai a explicar ao filho que o tinha obrigado a ir dormir nessa noite, com receio que ele no dia seguinte estivesse demasiado cansado …
        Lembro-me que no dia da chegada dos americanos á Lua ter pedido aos meus pais para me deixarem assistir ( terá sido por volta das 3 – 4 da madrugada ?) , nessa altura eu deveria ser um pouco mais novo que o filho de Trump agora. Claro que os meus pais concordaram, e guardo ainda na memoria as fantásticas imagens que vi em directo. Os malefícios na minha pessoa provocados nessa noite sem dormir são manifestamente exagerados.

        4º) A Ana Moreno acredita mesmo no que escreveu ? Isto é o que se chama Ortodoxia.

        Rui Silva

        • Ana Moreno says:

          É o seguinte: vejam o discurso completo do homem e observem o miúdo durante todo o tempo; não sei se é hiperactivo, mas a mim deu-me, mesmo e muito sinceramente, verdadeiro dó ver o mal-estar daquela criança, e em nome de quê? É tudo, se acham muito normal e parolo, esqueçam. Não é caso para empolamento.
          Se o miúdo estivesse muito contente nem me teria lembrado das horas.

          • Rui Silva says:

            Ok, todos nós ás vezes dizemos baboseiras, adiante…

            Rui Silva

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Não acho que seja parolo e compreendo muito bem o que diz o Rui Silva e a Ana Moreno. No conceito americano de utilizar o ícone família, direi que é normal o miúdo ter que assistir.
            Agora é verdade que o “puto” está a fazer um frete dos diabos donde entendo o tom (que é de brincadeira, disso não tenho dúvidas) da Ana Moreno quando refere o “trabalho infantil” (devo dizer que me ri fartamente, porque considero uma brincadeira com muita graça).
            O caso que o Rui Silva cita é um exemplo que parte de si mesmo e não é nenhuma imposição. Foi a sua curiosidade que se lhe impôs. E ainda bem.
            No caso do “puto” Trump, eu não sei se ele foi obrigado, mas, repito, no conceito americano do desfile familiar nos momentos de grandeza, tem que se entender a sua “chamada ao palco”.

          • “Ok, todos nós ás vezes dizemos baboseiras, adiante…”

            Adoro quando o Rui Silva usa o plural majestático.

          • Rui Silva says:

            Eu adoro quando acusam o toque…

            rs

          • Bolas, Rui Silva, apanhou-me. Vou ali flagelar-me e já venho.

          • Rui Silva says:

            😉

  3. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Caro Rui Silva:
    Esse método de me colar a conclusões da sua lavra, não é novo nas suas abordagens. O Rui Silva é useiro e vezeiro em querer passar mensagens sobre o que não não escrevi, partindo daí para tirar as suas conclusões.
    Por favor, não me confunda com um qualquer Sr. Rodrigues.
    Quando refiro a falta de inteligência do povo americano, refiro – e isto está escrito várias vezes – a uma maioria.
    Conheço muito bem os Estados Unidos, muitos Estados, muita gente e esta conclusão é baseada em conhecimento real que os resultados de eleições me provam que não estou errado.
    Considero inenarrável o facto de um povo que tem o maior acesso à informação, ser tão nulo em conhecimentos gerais e em cultura geral que vá para além da sua “bolha”.
    No que toca à sua alusão sobre a inteligência dos Portugueses, a que me cola, refiro-lhe que isso é mais um abuso, pois trata-se de um tema que não coloquei neste debate.
    Não efectuei qualquer comparação. Quem a faz é o Rui Silva e parte daí para provar a grandeza americana.
    Não sei se os Portugueses serão mais inteligentes que os Americanos ou não, mas o nosso povo, na generalidade, não tem o acesso a que aquela gente tem à informação.
    Para mim, isso não tem desculpa.
    Também sou português e não me verá aqui a por-me acima de ninguém. Faço é uma constatação: acesso a meios de informação, acesso à cultura e ao conhecimento e o resultado é que se vê.

    Richard Zimmler – um professor universitário americano que se naturalizou português – deu ontem, antes de se conhecerem os resultados eleitorais, uma entrevista muito interessante que hoje vem publicada e que me permito copiar, para que o caro Rui Silva medite no que ele diz:

    “É muito interessante fazer a ligação entre as características da população e a forma como votam ou poderão votar: os níveis de escolaridade, por exemplo, em Massachussets, onde 38% dos cidadãos já concluíram a licenciatura, levam a que neste momento a Hillary Clinton esteve à frente nas sondagens por quase 30 pontos percentuais. Em outros estados como no Alabama, Mississipi ou Wisconsin, onde um terço dos eleitores não completaram o ensino secundário, o Trump está a ganhar”.

    Numa outra entrevista o msmo R. Zimmler dizia:

    “Este perigo não vai desaparecer e foi por isso que eu falei da educação. A solução para isto tudo é educar as pessoas. As pessoas com uma formação superior não são tão susceptíveis mas mesmo ai, no caso dos Estados Unidos, existe um problema. Há uma faceta do sistema americano que os europeus não compreendem. Os municípios locais podem determinar uma grande parte do currículo. Há escolas, nas zonas rurais principalmente, onde nem sequer ensinam a teoria da evolução. Há alunos com 18 anos que chegam à universidade sem ouvirem nunca falar de evolução! Imagina a cabeça dessa gente. Eu sou a favor de um currículo federal. A única solução é educar, educar, educar! Se todos os estados fossem como o Massachussetts não existia nunca um Trump a chegar tão longe”.

    Portanto, não entendeu nada do que escrevi e já não é a primeira vez. O País com maior sucesso – como afirma – é um claro exemplo de despesismo e de vida acima das condições sustentáveis, como era Roma no tempo do Império. É um País que vive à custa da exploração das matérias primas de todo o mundo e internamente, fracturado, com clivagens que vêm desde a guerra civil americana e que nunca foram resolvidas. É um País assimétrico com 45 milhões de pessoas (eles são quase trezentos e esta informação é do mesmo R. Zimmler) a viver abaixo do limiar de pobreza. É um País onde apenas a faceta bonita – que a tem – nos é mostrada, sendo o resto miseravelmente abafado.
    E continua a não perceber o porquê de Portugal ser o País da mão estendida? A razão está nos miseráveis políticos que nos vêm governando desde D. Manuel I. Fixe bem este nome e veja de onde vimos a cair. Hoje, são, concretamente, os mais de 40 mil milhões de euros, por exemplo que o erário público já pagou para os bancos depois das falcatruas e aventuras dos amigos de um presidente e de outros políticos. Mais de 40 mil milhões dos 80 mil milhões que a Troika aqui nos deixou, foram consumidos assim. E todos esses “artistas” têm a escola dos Lehman brothers e quejandos, das tais árvores de excelentes frutos de que fala. O que acontece nos EUA é que eles têm regulação e nós … temos pulseiras electrónicas e um presidente amigo.
    Ontem, foram as autoestradas duplas e triplas, os CCB’s, as parcerias publico privadas, os SWAP’s e outras alcavalas que nos fazem andar de braço estendido.
    Não se distraia caro Rui Silva. A vida é um desfilar de temas e a nossa obrigação é estar atento para não sermos levados na enxurrada.
    Cumprimentos.

    • Rui Silva says:

      Caro Ernesto Martins,
      Eu não quero cola-lo a coisa nenhuma, se dou entender isso peço desculpa é sem intenção, pois é uma tarefa que não me anima de maneira nenhuma fazer.
      O que quero dizer é que não estou de acordo consigo e acho que demonstra arrogância intelectual ( mesmo que não seja intencional admito, não veja nisto uma ofensa ) julgar-mo-nos melhores a julgar causa alheia sobretudo quando os julgados estão a milhas de distancia em termos de “sucesso”.
      Penso também que quando a realidade contradiz o modelo , o que deve ser mudado é modelo , daí não compreender que argumente que :
      conhece muito bem os Estados Unidos, se os resultados de eleições me provam que estou errado
      Neste momento não o assaltou a dúvida que provavelmente essa sua Assunção não corresponde à realidade, que provavelmente não conhece assim tão bem os americanos ?
      Em relação à “bolha” de conhecimento de que fala, para além da qual os americanos não vão, acho que ela se aplica – como estas eleições americanas provaram – na perfeição à maioria dos académicos (com acesso aos meios de comunicação) e jornalistas, que se evidenciou nas analises e sondagens que sempre nos disseram que a eleição (correcta) seria a de Hilary.

      Já pensou que a escolha dos americanos pode ter a ver ao contrário do que idealiza. Nãoserá por terem acesso à informação, ou melhor por terem acesso a informação mais diversificada que somente o NYT por exemplo?
      E o estereotipo do americano “estúpido” vendido ás pessoas é simplesmente falso, estúpidos, existem em qualquer lugar, mas o argumento vende bem em Portugal e na Europa…

      Sobre a entrevista do Prof. Zimmler:
      Acho uma ideia perigosa a centralização dos currículos, pois isso será uma grande tentação de controlo por parte de governos que na posse da “Verdade” e do “Bem” podem conduzir a mentalidade das pessoas para o servilismo. Uma educação descentralizada apesar de erros pontuais será incapaz de conduzir o “rebanho” ao totalitarismo. E os governos não são sempre a pessoa de bem que tanto gostamos de acreditar.

      Em termos estritos de qualidade de resultados entre Currículos centralizados e descentralizados compare Portugal com a América…
      O Prof. Zimmler nunca pensou que as pessoas com formação superior apenas votam no establishment porque a classe média é a grande beneficiada “à custa” das classes pobres e ricas da sociedade americana? Quanto a mim é uma hipótese plausível.

      Quando Zimmler diz:
      solução para isto tudo é educar as pessoas até parece que não esta a falar de um país com uma taxa de alfabetização perto dos 100% .
      Ou estará a falar de “Educação”, ou seja aquela que o próprio prof. Zimmler considera a certa ?
      E aqui chegamos ao cerna da questão da educação centralizada. Qual o conteúdo dessa educação, quem a define ? A velha tradição americana diz que será a comunidade , a tradição europeia ( francesa) acha que é o Estado. Aqui não posso alongar-me mais pois haveria muito mais a discutir…

      Portanto o que o Prof. Zimmler acha mal, no meu humilde entender é bom.
      A não centralização conduz a uma sociedade de raciocínio mais diversificado, em suma uma sociedade mais livre, mesmo com erros pontuais aqui e ali que não são muito representativos.

      Em relação ao despesismo, deixe-me lá dizer que estou também em completo desacordo. A América é dos países mais eficientes do mundo.
      Muito mais eficiente que Portugal, Espanha, Angola Vietnam etc. O seu erro está em considerar os Inputs, mas esquece-se(?) de considerar os Outputs. Ou seja a América consume muitas matérias-primas mas produz muitos bens/riqueza, dos quais a nossa sociedade ocidental de abundância, já nem se apercebe e assim tende a desvalorizar.
      Exactamente como Roma. As pessoas só se aperceberam da tragédia da queda do Império com as agruras da idade média (até se lhe chamou a idade das trevas) .
      Gostava também que o Prof. Zimmler explicasse porque é que sendo a América um país com tanta pobreza, as pessoas estão prontas a arriscar a própria vida para lá imigrarem. Eu até dou uma sugestão, provavelmente, o conceito americano de Limiar de Pobreza equivalha à classe média em países como México, Venezuela, Colúmbia etc…

      Também não me parece que Zimmler tenha razão ao dizer que a informação é abafada…Considero a América o país com maior liberdade de imprensa, mas isso sou eu…

      Mas caro Ernesto Martins finalmente quero dizer que concordo consigo no que diz respeito aos portugueses. Não somos estúpidos, como me parece evidente. O nosso problema é um problema de elites, que as não temos. E nós aceitamos como boas as que nos aparecem à frente. No entanto somos coniventes . Ou seja somos os únicos culpados , a isso não podemos fugir.
      Podíamos ser um país tão rico como p.e. a Suíça, Luxemburgo, Bélgica , Holanda etc. E porque não somos ? Porque os portugueses estão à espera que a elite política lhes resolva os problemas. Nós votamos em qualquer político que nos diga que a solução dos nossos problemas é transferir dinheiro dos ricos para os pobres. Não conseguimos perceber que a única coisa que nos pode proporcionar um melhor bem estar é trabalho árduo e honesto.

      cumps

      Rui SIlva

      • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

        Bom dia.
        Então veja: afirma que … “julgar-mo-nos melhores a julgar causa alheia sobretudo quando os julgados estão a milhas de distancia em termos de “sucesso””.
        Sublinho o “julgar-mo-nos melhores”. Eu não acho nada. O Rui Silva é que me continua a colar a um estereotipo que criou. E daí avança que estou a …”julgar causa alheia”. A causa não é alheia. Se fosse alheia eu não me metia nela. Todos sabemos a influência dos Estados Unidos no mundo ocidental.
        O meu direito é de crítica. A arrogância que me aponta, é uma conclusão evidente sua, própria de quem não aceita argumentos que vão contra a sua maneira de pensar.

        Não confunda as opiniões dos académicos com a opinião dos “media”. Foram estes que tentaram influenciar o resultado, projectando Hillary e o clã Clinton, de uma forma geral. Leia bem o que foi escrito nos jornais da costa leste à costa oeste e verificará que apenas uma mínima percentagem não batia no Trump.
        O que me perturba ( e parece que a si não, mas por aqui me fico, não vá continuar a dar-me roda de arrogante) é que a escolha de Trump está assente em características completamente antidemocráticas como são os “muros” e a xenofobia e isto, para as minhas crenças, é inaceitável.
        É disto que os americanos gostam, uma espécie de lei do farwest – a que se junta a maior liberdade para usar as armas – tudo no sentido de manter a tal “bolha” de que falo.

        A tal “bolha” de que falo, não é de conhecimento. É de vida, o que é completamente diferente. O americano médio centra a vida do planeta no seu país. O resto é paisagem. A bolha do conhecimento é algo bem diferente. Por exemplo, há uma bolha de conhecimento no Silicon Valley, mas isso não tem nada de negativo.

        E veja só: o Prof Zimmler é um americano, que conhece a realidade europeia e não defende o sistema educação em vigor nos USA. O caro Rui Silva acha que ele está errado e acusa-me a mim de ser arrogante e de ter uma opinião acima das outras pessoas.

        Uma vez mais, não percebeu o que lhe escrevi quando falei em despesismo. Não discuto eficiência, discuto modos de vida sustentáveis ou não. E o que eu disse é que o modo de vida e o despesismo americano, a ele associado, não é sustentável. Frequento os USA desde há 30 anos e sei bem dar conta da queda social que vão tendo. Só não vê quem não quer. Relativamente ao modo como “queimam” dinheiro e matérias primas, é evidente a sua eficiência, estamos de acordo. Mas para a equilibrar lá vão fazendo umas guerrinhas em África e no Médio Oriente, tendo assim a oportunidade de por a funcionar, ainda e sempre eficientemente, a sua indústria do armamento. E de passagem, sugam o petróleo.
        Gastar na sociedade americana, é a palavra chave e é verdade que isso é o que faz movimentar as classes médias. Mas o problema – e nisso fui bem claro – é na sustentabilidade dos gastos. A recessão visível nos USA é a consequência e esta vai-se instalando e aumentando. Repito: só não vê quem não quer. Há trinta anos 10% das pessoas viviam abaixo do limiar da pobreza. Hoje, são 15% e o número continuará a aumentar talo como o fosso entre ricos e pobres.

        O problema da imprensa nos Estados Unidos, não é a liberdade. É a canalização, a capacidade de encontrar uns indivíduos que trocam a sua capacidade profissional por dinheiro, transformando-se em “alinhados”. Em Portugal passa-se exactamente o mesmo. O contraditório, não existe, por exemplo nos meios de informação que nos entram pela casa dentro. Verdadeiras galinhas chocas. Verá que daqui a uns tempos os que dizem mal de Trump, virão com o discurso da reconciliação. Já se ouve, esteja atento. Sabem muito e não têm coluna vertebral. Este, é o problema do jornalismo, em geral, seja da direita, seja da esquerda, seja dos republicanos, seja dos democratas. Só vive quem se alinhar e os outros… vegetam. Ouça Pinto Balsemão e compreenderá, isto para falarmos de Portugal.

        Estou em completo desacordo consigo sobre as razões do mal português. O português não está à espera que o político resolva os seus problemas, porque o político é escolhido para resolver problemas. Senão, não precisávamos dessa casta. O que o português espera é que o político seja honesto e não corrupto activo ou passivo. E isso não é verdade infelizmente.
        Os partidos são a base de todos os problemas, a que se juntam as maçonarias e os escritórios de advogados que trabalham para o Parlamento fazer leis que defendem sempre os corruptos.
        Assim vai o mundo.
        Cumprimentos.

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