Educação? Perguntem à M80!

m80As escolas – e, portanto, todos aqueles que aí trabalham – são rochedos que vão resistindo como podem às muitas intempéries a que estão sujeitos. Políticos, professores universitários de muitas áreas, empresários, teóricos, cronistas, jornalistas, analistas, todos pensam saber mais sobre Educação do que aqueles que trabalham nas escolas. O costume: num convívio de dez pessoas em que uma seja professor, os outros nove têm sempre explicações a dar e medidas infalíveis para propor, ficando o professor desvalorizado por ser parte interessada. Até Cavaco, com o génio que se lhe reconhece, resolveu, há poucos anos, os problemas nos concursos de professores.

No meio desta confusão, os próprios professores, sujeitos a erosão, como qualquer rochedo, acabam por adoptar conceitos e mitos que, na realidade, são prejudiciais à sua área profissional.

Entre os propagados por todos os que têm soluções milagrosas, há a ideia de que a Escola deve preparar para a Vida, sendo que a Vida é feita daquilo que é exclusivamente útil ou que corresponde apenas à preparação para o mercado de trabalho, como se as pessoas fossem apenas a sua profissão. Para recentrar este debate, é importante lembrar que Gautier declarou que o “lugar mais útil de uma casa é a retrete.”

A M80, uma rádio bem simpática, por acaso, considerou que a escola não é útil, como se pode ver na imagem. Não há nada de novo debaixo do céu: sobre Educação, todos falam e poucos têm razão. É natural: este é o país em que uma ignorante como Maria de Lurdes Rodrigues chegou a ministra, publica livros sobre o assunto e até explica de que modo se deve estudar, por exemplo, o Holocausto. A M80 não sabe menos sobre estes assuntos do que a ex-governante, o que faz com que ambas estejam especialmente habilitadas para participar na revisão curricular. No fundo, toda esta gente quer que a Educação se fique pela retrete. Na minha opinião, seria bom que se deixassem de merdas.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Educação?
    Não domino esse assunto. A não ser a minha parca experiência como dirigente durante 3 anos de uma associação de pais numa escola pública da cidade portuense. Aprendi alguma coisa, trabalhei bastante, mas acima de tudo libertei-me de alguns preconceitos. Mesmo como pai procurei sempre acompanhar o meu filho, mas de preferência rodeado de gente que dominava estes assuntos muito melhor do que eu.
    Dizem-me que as escolas não são todas iguais. Variam muito em função de factores como a interioridade/litoralidade, o estrato social e económico do agregado familiar, a relação parental do jovem, enfim, múltiplas razões. Quanto a isso, não tenho dúvidas que esse pequeno “por maior” faz toda a diferença.
    Mas há uma coisa que me intriga bastante. Ver pessoas que se prepararam bem para estes assuntos, eles foram durante vários anos, docentes, e discordam em absoluto umas das outras sobre um série de métodos de ensino/aprendizagem e até de conteúdos programáticos.
    Há uns anos, como jovem pai estranhava que a pediatra do meu filho lhe receitasse um conjunto de procedimentos higiénicos e terapêuticos, no tratamento das suas maleitas infantis, como o sarampo, a varicela, a gripe, etc, algo diferente dos aconselhados por outros pediatras que acompanhavam filhos de amigos e familiares meus. Diziam-me que aquilo ao fim e ao cabo, acabava por dar tudo no mesmo, a cura da criança.
    Mas por que razão os procedimentos não eram similares?
    Uns daqueles intelectuais de café, dizia-me que provavelmente um teria sido influenciado na especialidade médica despedir-te-ias, pela a escola francesa e os outros/as pela escola americana. O catedrático de café devia andar a ler o Dr. Benjamin Spock!
    Bom, a verdade é que fosse qual fosse o método utilizado, as crianças lá “vingaram e medraram”, como se diz nas nossas aldeias.
    Quanto ao resto, mais não sei. Mas que me intriga a disparidade de discursos sobre como “ensinar a pescar”, lá isso intriga!

  2. Rui Naldinho says:

    …na especialidade médica de pediatria…

  3. Eu presumo que a M80 não saiba quais as aplicações práticas do Teorema de Pitágoras.

    Por exemplo, o teorema é aplicado quer na construção de casas quer na construção de carros.

    O número Pi foi determinado usando o teorema de Pitágoras.

    E por aí fora.

  4. M80 é lixo. Não se aprende nada com a M80. Afinal a M80 serve para quê???

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