Como o Facebook permitiu a vitória de Trump

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Um artigo na Wired explica a forma como o Facebook contribuiu para a vitória de Trump. Não foi tanto pelas notícias falsas, isso deve ter sido mais reservado ao Twitter, mas sim pela angariação de fundos e pela observação, em tempo real, do efeito do arranjo das comunicações de campanha (se funcionava melhor um vídeo ou uma imagem estática; se certo destaque devia estar antes ou depois do título; etc.). O grande investimento em propaganda por parte da campanha de Trump foi, precisamente, no Facebook. Leitura obrigatória para os nossos doutores em rotação.

Here’s how Facebook actually won Trump the presidency

Nada a que os pafiosos estejam desatentos, dada a experiência demonstrada no império do click, montado durante o anterior governo (Observador, perfis falsos no Facebook, equipa de produção de fotomontagens, constante produção de “factos” políticos, etc.).

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    De facto o Facebook e o Twitter ajudaram muito a candidatura de Donald Trump. Talvez por não estarmos habituados a ver os republicanos a utilizarem preferencialmente estas vias para angariação de fundos, uma vez que na base fundamental do seu eleitorado não falta quem se “chegue à frente” por outros métodos.
    Mas coloco a questão:
    Do lado da candidata democrata, não houve o mesmo tipo de angariação de fundos por essa via? Em que é que a correlação de forças neste contexto beneficiou um candidato em detrimento de outro?
    A unica razão “plausível” é passarmos um atestado de menoridade ao eleitorado de Trump, colocando grande parte deles num segmento social, estilo, “pessoas que dão a dízima à IURD”, ou, quem sabe, “os apreciadores dos reality shows”, …
    Só essa gente está habilitada a consumir doses intoxicantes de Trumparia.

    Vítor Bento escreve hoje um artigo, no jornal Público, em que toca nalguns temas interessantes.
    O link está no final. Mas cito uma pequena parte do seu texto:

    “Nas democracias estabilizadas, a maior parte dos eleitores tende a estabilizar as suas preferências políticas, pelo que os grandes blocos partidários contam com um eleitorado fiel, que lhes assegura a maior parte dos votos. O que determina o resultado das eleições é o desequilíbrio gerado por movimentos marginais de três tipos de eleitores especiais: os “swingers” – que oscilam as preferências entre um lado e outro –, os “desiludidos” – que, desapontados com o candidato ou propostas do seu partido, resolvem abster-se – e os “ocasionais” – que normalmente se abstêm, mas são convencidos a votar pela retórica ou propostas de um lado da contenda.”

    É, pois, nestes movimentos marginais, e nas suas motivações, que têm que ser procuradas as causas do resultado. Porque é que muitos “swingers” passaram de Obama para Trump? Que “ocasionais” terá Trump conseguido mobilizar e porquê? O que terá feito muitos democratas ficarem “desiludidos”? São estas as questões relevantes. Tanto mais que a análise sugerida pelas sondagens à boca das urnas contradiz o que os clichés do pensamento dominante sugeriam.

    https://www.publico.pt/mundo/noticia/porque-trump-1751235

    • “Do lado da candidata democrata, não houve o mesmo tipo de angariação de fundos por essa via? ”

      De acordo com o artigo da Wired, os democratas investiram muito menos no online. Apostaram, isso sim, nos media tradicionais.

      “É, pois, nestes movimentos marginais, e nas suas motivações, que têm que ser procuradas as causas do resultado. Porque é que muitos “swingers” passaram de Obama para Trump? Que “ocasionais” terá Trump conseguido mobilizar e porquê? O que terá feito muitos democratas ficarem “desiludidos”? São estas as questões relevantes.”

      De acordo. E é aqui que entra o Facebook e o trabalho que fizeram. Esta rede permitiu ver em tempo real que mensagens estavam a funcionar e a forma mais eficaz de as passar. Ou seja, foi o instrumento que usaram para convencer os “swingers”, fazendo-lhes chegar mensagens adaptadas aos seus perfis.

      Não esquecer o que é o Facebook na sua essência: uma ferramenta de segmentação de mercado. Fá-lo com base naquilo que o utilizador vê, partilha, gosta, etc, etc. É a plataforma mais avançada de publicidade que temos no presente (muito à frente do Google).
      https://www.facebook.com/business/help/633474486707199

  2. joão lopes says:

    aproveitando o trailer do trainspotting 2,as novas drogas do segundo milenio são o facebook,o twiter e o instigram.

  3. Algumas passagens do artigo da Wired:

    “Facebook had no nefarious role in this election. But according to President-elect Donald Trump’s digital director Brad Parscale, the social media giant was massively influential—not because it was tipping the scales with fake news, but because it helped generate the bulk of the campaign’s $250 million in online fundraising .”

    “Our biggest incubator that allowed us to generate that money was Facebook,” says Parscale, who has been working for the campaign since before Trump officially announced his candidacy a year and a half ago. Over the course of the election cycle, Trump’s campaign funneled $90 million to Parscale’s San Antonio-based firm, most of which went toward digital advertising. And Parscale says more of that ad money went to Facebook than to any other platform.

    Facebook and Twitter were the reason we won this thing,” he says. “Twitter for Mr. Trump. And Facebook for fundraising.”

    É a própria campanha de Trump que diz ter ganho graças ao FB e Twitter.

    Throughout the last year-and-a-half, stories about the imbalance between Clinton’s ad spending compared to Trump’s proliferated. They noted how Clinton spent more than $200 million on television ads in the final months of the election while Trump spent less than half that. Because Trump wasn’t spending as much on television all along, it seemed like his team wasn’t investing in changing anyone’s minds. But they were: they were just doing it online.

    Coby’s team took full advantage of the ability to perform massive tests with its ads. On any given day, Coby says, the campaign was running 40,000 to 50,000 variants of its ads, testing how they performed in different formats, with subtitles and without, and static versus video, among other small differences. On the day of the third presidential debate in October, the team ran 175,000 variations. Coby calls this approach “A/B testing on steroids.” The more variations the team was able to produce, Coby says, the higher the likelihood that its ads would actually be served to Facebook users.

    “Every ad network and platform wants to serve the ad that’s going to get the most engagement,” Coby says. “The more you’re testing, the more opportunity you have to find the best setup.”

    Clinton also had a robust digital strategy, investing $30 million in digital ads in the homestretch. Her campaign produced thousands of rapid-response videos and set up a customer service team to help people with their voting questions. But, says Bleeker, “the Trump campaign took to an extreme what we were trying to do on the Hillary campaign.”

    A campanha de Trump gastou 90 milhões no online.

    [editado]

  4. Amilcar Dias says:

    Tipo isto
    https://twitter.com/varguizm
    https://twitter.com/ostruques
    Jovem Conservador de direita
    E outros que tais?

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