Mário Ferreira está equivocado

comboio-machu-picchu Carlos Almendra Barca Dalva

Profundamente equivocado. Profundamente.

Honrou-me com dois minutos do seu tempo o empresário da área do Turismo Mário Ferreira, num comentário deixado à carta aberta que ontem lhe dirigi.
Li-o com atenção, com muita atenção.
E permita-me dizer-lhe: está equivocado em quase tudo quanto diz. Quase tudo.

Novamente, vamos por partes?

A sua primeira frase, curiosamente, é a pura das verdades:
“O importante é que visitem o Tua, falem bem ou mal estou todos a falar…”

É verdade: há já cerca de uma década que a linha do Tua passou a fazer parte do quotidiano noticioso de Portugal. A par da linha de Sintra e de Cascais, é mesmo a via férrea de que os portugueses já ouviram falar e até sabem onde fica. E, repare, saber os rios, as serras e as vias de comunicação já não faz parte do programa escolar há muitas décadas.
No entanto, a linha do Tua… toda a gente conhece.

“Gostava que me mostrassem as máquinas a vapor construídas em Portugal.”
Ninguém lhe prometeu mostrar máquinas a vapor construídas em Portugal pela razão simples de que, para além de alguns improvisos oficinais, elas nunca existiram. Todas quantas cá circularam foram importadas da Alemanha, de Inglaterra, da Suiça, de França, até mesmo dos Estados Unidos da América (mas sem aquele design piroso). Importadas, modelos de séries comuns ou com as modificações solicitadas pelas empresas da altura.

“Em primeiro lugar a linha do Tua já tinha morrido antes da barragem…”
Quase chego a concordar com esta sua ideia. Mas permita-me emendar: a linha do Tua não morreu, foi sendo assassinada. A consequência é mesma, as causas são outras.
Aníbal Cavaco Silva, há que dar nome aos autores, foi, na era pós-Europa, o grande impulsionador do assassinato da linha do Tua.
Para que a memória não seja curta, é de lembrar que na noite de 14 de Outubro de 1992 – era Cavaco Silva primeiro ministro há sete anos – foram retiradas de Bragança várias carruagens ali bloqueadas no seguimento de um descarrilamento a jusante, em Sortes. Foram retiradas de camião, de noite, com a GNR a guardar a operação e a bloquear em casa o presidente de Junta local. Os telefones foram devidamente cortados e o sinal de rádio boicotado. Só os moradores mais próximos se aperceberam da cena. 
Reforço: de noite, com a GNR a dar cobertura ao Grande Roubo.
Era, pode-se hoje claramente afirmar, o início da morte lenta da linha do Tua.
Era 1992, foi há 24 anos. Estas mortes levam seu tempo…

“Quanto ao comboio, penso que alguns de vocês gostam de viver numa ilusão e fantasia de viajar num comboio a vapor que já raramente funciona (…)”
(…) “aparece na televisão quando o Rei faz anos na linha do Douro, pois quando um turista compra uma viagem a pensar que vai andar no comboio a Vapor tem um desgosto (…)”

O Mário Ferreira sentir-se-á talvez acossado por esta matéria mas há-de convir que no texto que amavelmente lhe enderecei não lhe exijo ou sugiro que um “comboio turístico”, na linha do Tua, no Douro ou em qualquer outra parte do mundo, tenha que ser ou deva ser a vapor.
Mas, já que puxa o tema, deixe-me assegurar-lhe que, novamente, está equivocado. Comboios a vapor que raramente funcionam?
Então debruce-se nestes exemplos (a net é uma coisa fabulosa):

Vamos à Suíça?
Hoje falo-lhe apenas do Bernina Express. É este o site.

Adiante, e a fechar, falar-lhe-ei do Peru.

“resumindo, nos dias de hoje a bela, espetacular e nostálgica tecnologia não é viável no ponto de vista ecológico, conforto, de segurança e Economico”
Pelo que acima referi, o Mário Ferreira está equivocado.

“É verdade que a linha funcionará num modelo de atração turística (…) como se de um parque de atrações se tratasse (…)”
O problema, Mário Ferreira é que nenhum dos 108 projectos turísticos do Reino Unido de que acima lhe falei assenta nessa base de “parque de atracções”. Isso não acontece em parte alguma do mundo excepto, pelo que sei, na Disneyland de Orlando e na Disneyland de Paris.

“pois o obejectivo é termos um comboio que seja ecológico, confortável e possa funcionar todos os dias sem criar transtorno às populações locais e ao meio ambiente atraindo milhares de turistas para a região”
Se me convencer que os projectos que acima referi são desconfortáveis ou causam transtorno às populações locais… até atraem milhares de pessoas. Milhões, 10 milhões na Grã-Bretanha, como citei.

“o turismo do Vale do Tua vai ter o sucesso que nunca teve”
Oxalá.

E porque a noite vai fria e longa, falo-lhe com a brevidade possível do Peru, um país da América Latina, a muitas horas de viagem da Europa.
O Peru, e muito concretamente a via férrea que dá acesso às emblemáticas ruínas de Machu Picchu, têm uma muito especial relação com Portugal.
Reparou na imagem que abre este texto?
Pois é! Espantoso cenário! Belíssimo comboio, não é? Ei-lo cheio de gente… no Peru.
Construídas na ex-Jugoslávia nos anos 70 e adquiridas em segunda por Portugal na década seguinte, estas automotoras circularam também na linha do Tua!
Milhares de quilómetros de Foz Tua a Bragança!

E porque lhe falo especificamente no Peru e nestas automotoras?
Porque, primeiro, a Inca Rail oferece vários serviços turísticos sobre carris e, pasme-se, nenhum deles é a vapor.
Segundo, as três automotoras, de três carruagens cada uma, que circulam no Peru foram os comboios “velhos” mais recentemente vendidos pela CP, há meia dúzia de anos.
Antes de serem vendidas, as automotoras estiveram muitos anos expostas aos elementos e ao vandalismo na estação da Régua. Conhece a estação da Régua?
Terceiro, porque o vale do Tua, antes de ser assassinado, era quase, quase tão espectacular com o vale do Urubamba com a vantagem que o Tua, antes de ser oferecido aos chineses da EDP, está a algumas horas poucas de viagem do centro da Europa.

Pronto, era só isto.
Ah, já agora, algumas imagens dos comboios que circulam no Peru, do tempo em que circularam ao serviço de Portugal e dos portugueses.
Aquele abraço.

 

 

Comments

  1. Mário Ferreira says:

    Conheço muito bem essas linhas e todos esses comboios…
    Muito obrigado pelo texto, fico até lisonjeado pela atenção, mas na verdade pouco adiatará o que eu aqui escreva, pois nos seus olhos as coisas continuarão com aquela que deveria ser a sua solução idílica que nunca existirá nem poderia existir na realidade terrena, pois quem compara as linhas do Peru e de Inglaterra com um pedaço de 36 Km no Tua já se posicionou perfeitamente num espaço de demagogia. Quando lhe falei dos problemas dos fogos no Douro, falou me de Inglaterra, quando lhe pergunto onde estão os comboios construidos em Portugal falou me dos da Europa… que estranho que chamou pirosa a máquina que apresentei como “preview” diria mesmo “teaser”, desculpem os estrangeirismos , mas não conseguiu sequer dizer o nome do modelo, esquecendo se também que existiram máquinas muito similares a trabalhar em Portugal… Não no Tua. Mas isso pouco importa, pois no meio de toda conversa acharam interessante esquecer a parte em que eu disse que tenho hà minha disposição duas máquinas a vapor antigas que funcionaram no Tua, obviamente em muito mau estado, mas pelo menos uma voltará a funcionar. Fico também admirado que tanto intusiasta e conhecedor, assim como defensor da linha não tenha aproveitado para se lançar na exploração comercial da mesma, o concurso público que foi lançado ficou deserto e sem propostas, na verdade é bem mais fácil criticar que fazer, somos poucos dos outros 😉
    Fique bem.

    • omaudafita says:

      O Douro Vinhateiro no verão é muito seco… Lembro-me de os viticultores fazerem queixa de focos de incêndio nas vinhas. Quanto à locomotiva apresentada o único mal é parecer de fantasia. Talvez o mesmo suporte tecnológico mas com um design mais próximo do que havia no passado da região.
      É apenas uma opinião…

    • omaudafita says:
    • Mário Ferreira,

      Insisti no caso do Peru pelos motivos que lhe apresento no texto acima. Mais insisto no caso do Peru porque, como pode ver pelas fotos, utiliza comboios “verdadeiros”, não brinquedos de parques de diversões. Adiante.

      Dos 108 casos possíveis na Grã-Bretanha, ou em muitos outros países europeus, algumas linhas turísticas tem uma mão cheia de quilómetros, outras têm várias dezenas. Há para todos os gostos e aposto que consegue encaixar os 36 km do Tua num desses cenários. E isto não é “demagogia”, é a realidade.

      Os problemas dos “fogos no Douro”: não lhe soa estranho que, ao longo de milhares de quilómetros de vias, com milhares de máquinas a vapor, em dezenas de países mais quentes e secos que Portugal, os fogos nunca tenham sido a ameaça que parece sugerir? Quem o assessorou nesta matéria?
      Não lhe soa estranho, e imagino que tenha feito estas perguntas, que no caso específico de Portugal, os fogos só se tornaram um problema quando, por exemplo, nos anos 70 se começaram a pagar indemnizações aos agriculturas em redor da linha do Sabor (aí tão perto) pelas colheitas perdidas? Não indagou dos relatos dos fogos postos depois da passagem dos comboios?

      Comboios a vapor construídos em Portugal: não houve, como lhe disse. Portugal e muitos outros países da Europa não dispuseram de tecnologia própria nesta área, pelo que todas as locomotivas eram importadas. De fabricantes europeus e, pontualmente, dos EUA. Mas, repito, nunca nenhum modelo com aquele aspecto piroso. O adjectivo é apenas a minha apreciação estética.

      Portanto, ao contrário do que diz, nunca existiram “máquinas muito similares” a circular em Portugal. Definitivamente, não.
      Mas se me conseguir dizer onde… darei o braço a torcer.
      Obviamente, por falta de tradição dessa tipologia de comboios, não lhe sei indicar que modelo é. Não faz parte dos registos de nenhum estudioso da matéria na Europa, de todo.

      Nos textos que lhe dedico não refiro as duas máquinas a vapor que irá restaurar. Elas não são o tema dos textos. O tema é o disparate cultural que o Mário Ferreira está em vias de cometer, sem parte na Europa, sem par em parte alguma do mundo excepto nos citados parques da Disney.
      Essas máquinas a vapor não são o foco dos textos também pela razão que, como referi, ninguém exige que a linha tenha obrigatoriamente comboios a vapor. Aliás, em Inglaterra há dezenas de linhas apenas com serviços a diesel. No Japão até os há exclusivamente com comboios eléctricos, pasme-se.

      Desejo-lhe no vale do Tua, a cuja albufeira acederá em exclusivo, os maiores sucessos sendo certo que este texto não é, como indica, uma “crítica”, é um pedido: não se torne no “case study” do sector.
      Há já muita gente atenta ao que se prepara para ali fazer.
      E isso, Mário Ferreira, não deveria ser motivo para ter apagado o seu post.

      Um abraço

      • omaudafita says:

        As locomotivas a diesel fazem parte da paisagem duriense!

      • omaudafita says:

        Não sou um apaixonado por comboios mas custa-me ver as locomotivas ao abandono na Régua. Também acho que deviam arranjar uma cobertura para a locomotiva exposta em Vila Real:
        http://mapio.net/s/31505703/

      • Ex. mo Senhor Carlos Almendra Barca Dalva,

        Serve este texto, para rebater o seu primeiro texto, denominado “Carta aberta a Mário Ferreira”.

        Caro Senhor,
        Vi com atenção o seu texto, no entanto devo informar que está
        errado em termos históricos, quando escreve, e transcrevo:

        “(…)
        Disneyland de Paris. Ora veja.
        Parte três: na Europa não há nem nunca houve comboios americanos com o aspecto piroso do brinquedo que o Mário Ferreira tratou já de encomendar em Inglaterra. Ponto final.
        (…)”

        Regresso ao meu texto, o Dr. Mário Ferreira neste assunto tem razão, confirmo em termos históricos, que o “desenho norte americano” funcionou aqui mesmo ao lado, mas também na Finlândia (dados na Wikipedia, que ainda não consegui apurar se são verdadeiros ou não!), no entanto, podemos confirmar que em Espanha, o desenho norte-americano existiu durante muitos anos, aliás, a famosa revista Via Libre até tem este interessante artigo, que anexo:

        http://www.vialibre-ffe.com/noticias.asp?not=11647

        Muito, mais tenho a dizer, mas fica para outras participações.

        Com os melhores cumprimentos

        Pedro Rodrigues Costa

        • Tem razão, Pedro Costa.
          E isso foram quantas locomotivas por entre as milhares que existiram em toda a Europa?
          Representará sequer 0,1% do número de máquinas a vapor do Velho Continente?
          Interessante referência mas, no essencial, pouca ou nada acrescenta!

          • Caro Sr. Carlos Almendra,

            Exacto!
            É verdade que foram poucas, mas existiram, na Europa!
            No entanto, concordo com alguns dos argumentos apresentados por ambas as partes.
            Mais afirmo, sou defensor da traça “europeia” ao invés da traça “americana”.
            No entanto, não me choca a presença desse elemento, ainda mais quando o Dr. Mário Ferreira, afirma publicamente a pretensão da preservação de material que fez serviço na linha do Tua e em outras redes de via estreita nacionais.
            É preciso é a linha do Tua funcionar, seja com as locomotivas X, Y, ou XPTO.

            Com os melhores cumprimentos

            Pedro Rodrigues Costa

          • O Senhor (não é preciso chamar-lhe doutor) Mário Ferreira perde uma excelente oportunidade para se envidenciar para além da mediocridade geral em que está a cair o turismo no Douro. É pena.

            PS – O facto de terem existido na Europa alguns casos de locomotivas a vapor de traça “general” não faz deles qualquer tradição europeia. Mais ainda, o “veículo” que pretendem colocar no Tua nem sequer é uma locomotiva. É um brinquedo de feira totalmente desgarrado da herança patrimonial e cultural europeia, ibérica, portuguesa e duriense. É uma coisa tão pertinente como pôr um junco chinês a fazer de caravela no “world of discoveries”.

        • Esse caso singular não faz das locomotivas americanas tipo “general” como típicas europeias. Muito menos da via estreita ibérica. Estamos a falar do respeito e da preservação da memória histórica do Vale do Tua e nāo de casos singulares catalães.

          • Exacto!
            É verdade que foram poucas, mas existiram, na Europa!
            No entanto, concordo com alguns dos argumentos apresentados por ambas as partes.
            Mais afirmo, sou defensor da traça “europeia” ao invés da traça “americana”.
            No entanto, não me choca a presença desse elemento, ainda mais quando o Dr. Mário Ferreira, afirma publicamente a pretensão da preservação de material que fez serviço na linha do Tua e em outras redes de via estreita nacionais.
            É preciso é a linha do Tua funcionar, seja com as locomotivas X, Y, ou XPTO.

            Com os melhores cumprimentos

            Pedro Rodrigues Costa

    • http://portugalferroviario.net/blog/2016/12/03/investimento-privado-na-linha-do-tua/
      “O investimento privado na linha do Tua”
      Escrito por João Cunha
      ——————————
      Esta semana vagueando pela imensidão do que temos disponível na Internet encontrei o anúncio de Mário Ferreira, o investidor por trás da Douro Azul, sobre o novo comboio para a linha do Tua. A imagem mostra uma locomotiva que pretende evocar a tração a vapor de traços americanos indisfarçáveis. Esperava outra coisa – aliás, para uma locomotiva diesel (suponho que o seja) esperava algo com aspeto de locomotiva diesel.
      A locomotiva que provocou a erupção em muitas caixas de comentários. Foto de Mário Ferreira.
      A locomotiva que provocou a erupção em muitas caixas de comentários. Foto de Mário Ferreira.
      O que me chamou mais à atenção no entanto não foi a particularidade desta escolha estética mas as reações inflamadas de muitos contra a dita locomotiva. De facto, eu assumo que também não acho piada ao dito veículo – mas eu também não tenho de achar piada ao dito veículo. Este é um ponto fundamental quando se fala sobre algo que não é nosso e cujo processo não conhecemos a fundo: ter presente que a nossa opinião pode nem estar fundada nas prerrogativas correctas e que, no limite, também pode nem contar para nada.
      Nada do que aqui foi dito impede uma visão crítica sendo que, como qualquer visão crítica, ela deve na minha óptica estar bem estruturada. O investimento privado na linha do Tua foi sujeito a um concurso internacional que ficou deserto e que foi realizado não só para permitir o aproveitamento turístico do que sobra da linha mas, fundamentalmente, para assegurar uma solução de mobilidade ao longo dos quilómetros que sobram para as populações colocadas junto à mesma. Temos portanto uma prerrogativa: os comboios do Tua devem estar preparados para, ao mesmo tempo, serem capazes de realizar um serviço fiável, de baixo custo e ter alguma atractividade turística.
      Com isto em mente acredito que seja possível pensar em carruagens panorâmicas, perfeitamente aptas aos dois tipos de público, e a locomotivas diesel. Ora, pelos vistos, é exatamente isso que está em causa. A jusante estão as questões estéticas e patrimoniais, questões que me são muito caras e que não desprezo – só acho que não podem ser confundidas.
      A Douro Azul também já comunicou a compra de uma velha e totalmente desfeita locomotiva a vapor que circulou na linha do Tua – a E170 – tendo também anunciado o empréstimo de outra locomotiva a vapor de via estreita, por parte do Museu Nacional Ferroviário. Estas serão as locomotivas fundamentais para a preservação patrimonial e histórica do legado da linha do Tua e, felizmente, o investimento privado garantiu. Podia não ter garantido, mas garantiu.
      O “comboio da Disney” entra por isso na lógica do dia-a-dia. Eu não teria optado por esta locomotiva mas eu nem sequer tenho capital para arriscar numa operação destas e, por isso, nem sequer tive de ponderar prós e contras da opção nomeadamente no que toca a atração de públicos para a oferta turística. Por isso, e como habitual, parece-me que tenho todo o direito de desconsiderar esteticamente a opção e que não tenho direito algum de fazer um juízo de valor relativamente a um investidor que arrisca do seu bolso num modelo de negócio inédito no nosso país e numa zona profundamente ostracizada do nosso território.
      Ao longo dos anos tenho-me sempre batido contra uma visão a preto e branco do mundo. Infelizmente o destino da Linha do Tua não foi tão glorioso como talvez pudesse ter sido. Mas também é verdade que foi muito mais feliz do que o da linha do Corgo, para citar outro exemplo. E no meio da palete de cores de que se tinge o nosso mundo, acredito que a solução já conhecida para a linha do Tua tem certamente tons muito mais vibrantes do que depressivos e, por isso, aguardo com expectativa o lançamento do serviço. Lá estarei para conhecer a nova linha do Tua, visitar o património edificado que teve a sorte de ser preservado e, claro, um dia revisitar as belas locomotivas a vapor de via estreita do nosso país.
      O país precisa é de mais iniciativa da sociedade civil, sejam as escolhas mais ou menos próximas das nossas. Esta crónica parece certamente altamente situacionista mas às vezes é mesmo importante percebermos primeiro o chão que pisamos. Não valerá a pena tolerar uma locomotiva menos fiel à realidade se no pacote estiverem incluídas recuperações de locomotivas abandonadas? Nem de um ponto de vista mais puritano e pragmático entendo esta polémica.
      João Cunha

    • Rui Fonseca says:

      pode ser a solução idílica desse senhor, Caríssimo Mário Ferreira, mas ele não está só nessa solução, Estão com ele a razão fundamentada em técnica e experiência. Que são também o meu raciocínio, portanto, sim, atrevo-me a presumir que estas poderão ser as palavras do Sr. Carlos: de facto não há nada q possa dizer porque só as acções é q falam mais alto, acções que sirvam para respeitar, dignificar e preservar a memória do passado porque sem passado não há mesmo futuro sustentável.

  2. O Mário Ferreira aposta na demagogia como saída do atentado cultural que está em vias de cometer. Está no seu direito.
    Falei com algum detalhe no caso do Peru, pelas três razões que enunciei.
    Poderia com facilidade fazer de outros casos, com poucos ou muitos quilómetros de via em exploração turística. Ou é-lhe difícil entender que, no caso das 108 linhas com exploração turísitica em exclusivo na Grâ-Bretanha, as há com várias e diversas distâncias? Desde os 5 km ao 50 km e mais.

    Os problemas que refere dos “fogos no Douro” pouco ou nada têm a ver com este post e com o anterior porque, como referi, ninguém lhe exige que o “comboio” seja a vapor. E dei exemplos de linhas com serviço exclusivamente diesel, como é o caso do Peru. Também lhe poderia dar casos de serviços turísticos com comboios eléctricos apenas. Há muitos no Japão.
    Mas, já que insiste nos “fogos no Douro”: não lhe parece estranho que, com tantos milhares de máquinas e linhas em países bem mais quentes que a região do Douro, e ao longo de mais de 140 anos de tracção a vapor na maioria delas, continuem a existir florestas? Não lhe soa estranho que, no caso português, os incêndios sempre terem sido um problema menor? Nunca se interrogou porque é que, ali tão perto, na linha do Sabor, as searas só começarem a arder com insistência na década de 70, quando se decidiu atribuir indemnizações aos agricultores pelas perdas?… Presumo que, num projecto desta natureza, se tenha rodeado de bons assessores que lhe terão explicado um pouco o tema e que, definitivamente, o vale do Tua nunca foi um “parque temático”. Escrevi-lhe isso mesmo: pegue em qualquer dos casos que citei e diga-me em que UM DELES se assemelhe a uma feira. Fica o desafio.

    Os comboios construídos em Portugal: repito, não há, nunca houve com excepção de algumas invenções nas oficinas. Obviamente, como Portugal nunca dispôs de máquinas a vapor de fabrico próprio, TODAS elas vieram importadas de algures, maioritariamente da Europa e muito pontualmente dos EUA.
    O mesmo aconteceu com muitos países na Europa: importaram aquilo que não fabricaram. Que parte é que não percebeu?

    A máquina que decidiu comprar é “pirosa”, mas esta é uma apreciação meramente estética. Portanto, discutível.

    Por conseguinte, nem eu nem ninguém na Europa lhe sabe dizer o modelo da máquina que escolheu. Por uma razão: ela não faz parte do universo ferroviário de nenhum país europeu. Para lhe dar um nome, teria que perguntar ao google. Certamente está bem assessorado e sabe CLARAMENTE que na Europa nunca houve máquinas com tal design folclórico, piroso, digo eu.
    Portanto, ao contrário do que diz, não houve “máquinas muito similares” a funcionar em Portugal.
    Se insistir, pedir-lhe-ei que me mostre UMA, cá ou em qualquer país europeu. Fica o desafio. Insistir nessa ideia é pura demagogia. Chame-lhe preview, chame-lhe teaser.

    O Mário Ferreira diz que comprou duas máquinas para restauro: parabéns, óptimo. Mas o texto, este pelo menos, não pretendeu elogiar o trabalho bem feito (isso ficará para depois). Este texto é apenas sobre um absurdo: o comboio de parque de diversões.

    Espero, e espera muita gente, que as cláusulas de acesso exclusivo à albufeira do Tua lhe possam garantir sucesso na empreitada. Que tenha no Tua o mesmo nível de sucesso que tem no vale do Douro.

    Na verdade, e ao contrário do que sugere, nenhum dos dois textos que lhe dedico são “críticas”, são apontamentos factuais, são uma nota a propósito do absurdo cultural que está em vias de cometer, um absurdo sem par em nenhum outro sítio do mundo. A menos que me indique um único caso em que um “brinquedo” presta serviço numa linha com 130 anos de vida.

    Dos 108 casos em Inglaterra, e das suas mais de 700 máquinas a vapor, estou em posição de afirmar que nenhuma delas é ficção. Dá-se mesmo o caso de, em algumas vias tur´ísticas na Europa, circularem máquinas a vapor construídas no séc. XXI, réplicas de outras entretanto desaparecidas.
    No caso dos serviços a diesel, não há réplicas: as que circulam são peças originais, construídas nos anos 50, 60, 70. Ainda demasiado novas para terem desaparecido.

    Aceite o desafio. Cancele a encomenda. Dê umas férias a quem o aconselha.
    Não queira tornar-se o laughing stock da indústria, desculpe o estrangeirismo.

    Um abraço.

  3. Carlos Machado says:

    Bom dia,
    As automotoras 9400 que estão no Peru nunca estiveram abandonadas na estação da Régua.
    Foram diretamente da Sernada para Lima Peru. Ai com a pareceria da EMEF /CP foram remodeladas com um projeto que eu enquanto Português partipei.
    Pelo que falar das unidades do Peru requer mais conhecimento e estudo.
    Aquele abraço. Carlos Machado

    • E faz alguma diferença em relação ao assunto em debate?

    • Carlos Paulino says:

      Caro Shr Carlos Machado, dado que participou na remodelação de algumas “maquinas”, (e que se não me engano devo saber quem o senhor é) também deve muito bem saber que as automotoras diesel da serie 9500, nomeadamente as que ciruclavam na Linha do Tua, na Linha do Tâmega, na Linha da Livração, sendo 6 no total, as que foram vendidas para o Perú, para circularem por lá, e segundo o que parece estão a ser um sucesso enorme com bastantes passageiros, tanto nacionais do Perú, como estrangeiros. Esse “negócio” foi efetuado à socapa devtudo e de todos, dado que quando se soube da respectiva, já as automotoras estavam no barco num doca/porto em Espanha prontos para zarpar para o Perú. Já era tarde demais para intervir, fosse por quem quer que fosse. O tal negócio sabe-se lá por que “travessas” se terá concretizado. Até hoje nunca se soube.

  4. Ricardo says:

    Sempre que se fala da Linha do Tua dá sempre confusão… o melhor era mesmo ter encerrado definitivamente, como em tantas outras. Alguém pega numa Linha já com destino marcado, encerramento/desmantelamento difinitivo e aquilo que aparece são críticas de tantos pseudo-técnico-entendidos em comboios que resumindo não se aproveita nada. O empresário explora como entender algo que poucos se lembravam que existia.

    • O empresário NÃO explora como entender património material e imaterial pertencente a todos só porque lhe foi atribuída a exclusividade. NÃO explora. PONTO.

      • JPacheco says:

        Isso faz muito sentido de facto. O empresário investe, mas quem decide o que ele faz com o investimento é você, quer ver? Se está assim tão interessado com o património, chegue-se à frente e invista.

      • Ricardo says:

        Desde quando é que a Linha do Tua é património material e imaterial? PONTO… de interrogação. Vão ser RESSABIADOS como tu que lhe vão ensinar exploração turística!!!

        • O Vale do Tua não é da EDP nem do senhor Mário. Há uma memória a respeitar. Já quanto “à exploração turística” são sobejamente conhecidas as queixas de que fora dos barcos do senhor Mário não há praticamente nada para ver e fazer além de uns almoços nas quintas. O senhor Mário também sofre de miopia de marketing. Vê pouco para além dos navios. E não é uma atracção de feira que vai modificar alguma coisa. O Turismo Ferroviário a sério tem um mercado internacional com alto poder de compra que não sabemos explorar. Exploram os outros. Uma agência inglesa, “Portuguese Traction Group” fá-lo por nós organizando passeios anuais em praticamente todo o país.

          P.S. – “ressabiado” é o senhor que te fez as orelhas 😉

        • E não, o “empresário” não monta disneylandias onde quer e lhe apetece.

          http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/chumbo_obriga_douro_azul_a_reformular_hotel_na_escarpa_de_gaia

          • JPacheco says:

            Certamente que não. Mau era que assim fosse. Mas parece-me claro que tendo a exploração turística do que sobra da linha, investindo para criar condições para isso, cabe-lhe a ele decidir qual o tipo de máquina que usa ou deixa de usar.

          • Ricardo says:

            Mas concordará que a “miopia” dele lhe permite ver mais do que muita gente que se julga sabedora, certo? Em relação ao PTG, está enganado, infelizmente não “organiza” todos os anos.. organizava (eles conhecem a realidade do turismo ferroviário em Portugal e razões de queixa não faltam). O turismo ferróviario é muito lindo é na cabeça de muita gente.

  5. JPacheco says:

    Caro Carlos Almendra,

    A menos que eu esteja errado, o projecto é turístico e não museológico. Pelo que li nos comentários ao seu outro artigo, o empresário Mário Ferreira indica que tem também em curso a recuperação de carruagens históricas do Tua. Por isso ainda vai ter o que pede.

    É um comboio estilo Disney, lembrando o faroeste americano. Não faz parte da nossa tradição ferroviária, mas se calhar é o que venderá melhor. Eu não gosto. Você não gosta. O empresário em questão gosta e outros há que o acompanham. Tem remédios santos para isso: 1) desenvolve um plano de exploração da linha, recupera as carruagens ao seu gosto e coloca-as a funcionar; 2) não usa o serviço; 3) espera para ver o resultado final.

  6. Luís Manuel Madureira de Almeida says:

    E as vezes que o comboio a vapor do Douro criou incêndios e estava a ser rebocado por uma Locotrator Sentinel CP 1184… a diesel ou mesmo por uma 1400.

    O comboio histórico do Douro está tão melhor e com mais qualidade desde que a CP assumiu a sua exploração em exclusivo. Quem sabe, sabe… e ninguém vai inventar nada na venda de viagens de comboio.

    Não sei quem vai fazer a manutenção da linha férrea do Tua, será absurdo ser a IP (empresa pública) ou se o valor km for inferior aos €3 ou €4 ou até mais porque a linha do Tua foi, por decreto, desclassificada. Seria chocante haver investimento público em algo que o Estado acho que não deveria ser público. Logo o preço/km para operação deve ser suficiente para cobrir as despesas de manutenção.

    • JPacheco says:

      Presumo que saiba que o comboio a vapor da CP é movido a diesel:

      Em 2013, a CP procedeu a um conjunto de alterações à locomotiva a vapor com o objetivo de tornar o “comboio mais eficiente do ponto de vista operacional e energético” e mais “sustentável economicamente”. A empresa explicou que a histórica locomotiva foi alvo de uma “inovadora intervenção” de forma a “substituir a anterior logística implicada (escolha do carvão, seu armazenamento, carregamento e alimentação da caldeira), pelo simples abastecimento do diesel”. Com esta alteração, a máquina “fica melhor adaptada às exigências energéticas e ambientais do século XXI”, já que os 1500 quilos de carvão que eram consumidos por viagem de ida e volta (Régua-Tua) são substituídos por cerca de 400 litros de gasóleo. A nova caldeira é uma reprodução da original e permite “um funcionamento da locomotiva com menos fumo, sem cinza e sem riscos de incêndio”.

      Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/cm-ao-minuto/detalhe/comboio-historico-do-douro-ja-transportou-5677-turistas-este-ano

      • É movido a vapor. O aquecimento da caldeira para fabricação do vapor é que passou a ser com um queimador diesel em vez de uma fornalha de carvão.

      • Caro Sr. JPacheco,

        Embora o Correio da Manhã o refira, trata-se de um erro de data na notícia da remodelação da locomotiva a vapor de via larga da CP nº 0186, esse facto ocorreu no presente ano de 2016, e não 2013.
        Aproveito para referir que em 2013, Portugal e a Croácia eram os únicos países europeus e dos poucos a nível mundial (dos chamados países desenvolvidos), onde não era possível viajar num comboio à vapor!
        Aliás, e acrescento, lamentavelmente Portugal é dos poucos países que não possuem locomotivas de via métrica em serviço, e esse facto ainda hoje se mantém, pois desde 2000? (data a confirmar) que o vapor deixou de funcionar na via métrica.

        Com os melhores cumprimentos

        Pedro Rodrigues Costa

      • Tiago Silveira says:

        Movido a diesel nao, movido a vapor. Qual o produto que incendeia, gera calor, aquece a água e produz vapor é outra história. A locomotiva é e sempre foi a vapor.

  7. Tiago Silveira says:

    O Sr. Mário Ferreira estranhamente não viu, ou não quis ver, a locomotiva a vapor que a CP reabilitou e que durante 5 meses puxou o comboio histórico do Douro.

    Se queria material para onseu comboio bem podia ter recuperado as carruagens napolitanas que bem precisavam e dariam um comboio de luxo. Ainda esta semana a CP anunciou a recuperaçao e colocação ao serviço já no próximo verão das carruagens Schindler, peças de valor incalculável que certamente irão yransportar muitos passageiros Douro acima.

    A diferença é que a CP é uma empresa pública e não tem 1 décimo dos alegados subsídios que o projecto do comboiinho do Tua tem. Entre fundações, agências de desenvolvimento, entidades promotoras do turismo e fundos fala-se em milhões mas ninguém publica os contratos.

  8. Sérgio Fonseca says:

    A sorte é que a CP se prepara para a curto prazo aumentar a oferta regular de comboios na linha do Douro. Tornando, assim, irrelevante a discussão ou polémica em torno de carrosséis.

  9. Joao Santos says:

    Raz fod…….. o porteguesinho invejoso e mal intencionado e criticador………funcionário de cadeira e secretária, que quem manda é a mulher………………não fazem nada de util, fazem sim criticar quem faz………Sr. Ferreira, desculpe o comentário:…
    Se o Sr.cheio de granfo (dinheiro), faz algo, estas beatas logo criticam, se não faz, esta beatas do mal dizer criticam na mesma…. santa paciência para esta gente……arranjem uma hortinha para se entreter, falem e escrevam para as hortaliças…
    sejam úteis para algo…..se não fazem fds deixem fazer mal ou bem alguém faz…!!!!

  10. Daniel Nogueira - MCLT says:

    “Gostava que me mostrassem as máquinas a vapor construídas em Portugal.”

    O Sr Mário “Vê pouco para além dos navios.”, é oficial …. se conhecesse um pouquinho que fosse da História de Portugal, até sabia que muito material circulante, nomeadamente Locos a Vapor, vieram cá parar à Lusitânia por compensação de danos da Grande Guerra ….

    “Em primeiro lugar a linha do Tua já tinha morrido antes da barragem…”

    De novo, o Sr Mário a ver “muito pouco para além dos navios.” …. alguma vez andou na Linha do Tua, Sr Mário ? Ou só agora recentemente é que se lhe ocorreu de andar a passear-se em aldeias como o Amieiro, a espalhar o seu Charme Turístico aos “Defensores da Barragem” ?

    Note-se no entanto, que o Sr Mário até tem razão. Sabe porque estava moribunda a Linha do Tua ? Era só ir ali à Capital do Império a uma BTL por exemplo, e perguntar pela Linha do Tua … “não não, não há nada de turístico na Linha do Tua” era o que se ouvia de resposta ao balcão da CêPê …. há YouTubes disso, pesquisem ….

    “pois o obejectivo é termos um comboio que seja ecológico, confortável e possa funcionar todos os dias sem criar transtorno às populações locais e ao meio ambiente atraindo milhares de turistas para a região”

    Sem criar transtorno … ainda bem … e criar acessibilidade e dar mobilidade às populações locais, vai ser possível isso também, no seu EuroTuaDisneyTrem ? Ou quem quiser ir buscar o famoso “cabaz de laranjas” a Mirandela, vai ter de largar tanto dinheiro como chamando o táxi a que já se acostumaram, infelizmente, no últimos anos ?

    “o turismo do Vale do Tua vai ter o sucesso que nunca teve”

    Oxalá que sim ! Mas, infelizmente, duvido muito …. veremos !

    Se o Sr Mário conseguir puxar gente para ali, com o seu DisneyTuaTrain, a preços de turista para turistas e de “sustentável” para as gentes locais, então aí já lhe darei os parabéns pelo grande feito pela Linha do Tua !

    Agora, sobre um comentário solto no meio desde rol que praqui vai:
    “” Eu não gosto. Você não gosta. O empresário em questão gosta e outros há que o acompanham. Tem remédios santos para isso: 1) desenvolve um plano de exploração da linha, recupera as carruagens ao seu gosto e coloca-as a funcionar; 2) não usa o serviço; 3) espera para ver o resultado final. O turismo ferróviario é muito lindo é na cabeça de muita gente. “”

    Não é só na cabeça. Também o há em papel. E há exemplos vivos disso.

    Daniel Conde, antigo membro do Movimento Cívico da Linha do Tua (MCLT) chegou a elaborar e tentar apresentar à CP, um projecto e um plano.

    Lá na Capital do Império, ninguém o quis receber e muito menos escutar. Basicamente, “Et Sic Transit ….”

    Note-se que de facto, nem todos andam aqui só a comer gelados com a testa e a beber Scotches de barriga encostada a um teclado de FaceShit ….

    Daniel Nogueira
    MCLT

  11. Daniel Nogueira - MCLT says:

    Teste ….

  12. Daniel Nogueira - MCLT says:

    Aparentemente há limite de caracteres na inserção de comentários … aqui vai Part.1

    “Gostava que me mostrassem as máquinas a vapor construídas em Portugal.”

    O Sr Mário “Vê pouco para além dos navios.”, é oficial …. se conhecesse um pouquinho que fosse da História de Portugal, até sabia que muito material circulante, nomeadamente Locos a Vapor, vieram cá parar à Lusitânia por compensação de danos da Grande Guerra ….

    “Em primeiro lugar a linha do Tua já tinha morrido antes da barragem…”

    De novo, o Sr Mário a ver “muito pouco para além dos navios.” …. alguma vez andou na Linha do Tua, Sr Mário ? Ou só agora recentemente é que se lhe ocorreu de andar a passear-se em aldeias como o Amieiro, a espalhar o seu Charme Turístico aos “Defensores da Barragem” ?

    Note-se no entanto, que o Sr Mário até tem razão. Sabe porque estava moribunda a Linha do Tua ? Era só ir ali à Capital do Império a uma BTL por exemplo, e perguntar pela Linha do Tua … “não não, não há nada de turístico na Linha do Tua” era o que se ouvia de resposta ao balcão da CêPê …. há YouTubes disso, pesquisem ….

    “pois o obejectivo é termos um comboio que seja ecológico, confortável e possa funcionar todos os dias sem criar transtorno às populações locais e ao meio ambiente atraindo milhares de turistas para a região”

    Sem criar transtorno … ainda bem … e criar acessibilidade e dar mobilidade às populações locais, vai ser possível isso também, no seu EuroTuaDisneyTrem ? Ou quem quiser ir buscar o famoso “cabaz de laranjas” a Mirandela, vai ter de largar tanto dinheiro como chamando o táxi a que já se acostumaram, infelizmente, no últimos anos ?

  13. Sergio Parreira says:

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