A Lisboa das pessoas

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Pedro Guimarães

Sejamos realistas: para o peão lisboeta que vive fora do chiado, especialmente o mais incapacitado, a estrada é a opção que menos riscos apresenta à locomoção: Se por um lado há o risco de acabar debaixo de um carro, por outro, a perspectiva de caminhar numa superfície livre de obstáculos, lixo, embalagens de toda a espécie, entulho e dejectos caninos, parece infinitamente mais atractiva.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Já vivi na capital em tempos. Não tão próximo do centro, mas para os lados de Carnide.
    Se é verdade que Lisboa está cheia de passeios em calçada com as pedrinhas soltas, guias desniveladas, entulho em sacos amo toados, caixotes, carros em cima dos passeios, dejetos disse cães por toda a parte, também é verdade que isso não é uma originalidade da capital.
    Moro em Matosinhos, mais propriamente na zona de Perafita, junto à marginal, conhecida por Via Atlântica.
    Há anos, a autarquia e a autoridade marítima construíram um passadiço em madeira ao longo da frente marítima do concelho, com todo o tipo de comodidades. Locais para descanso, cestos do lixo, bebedouros de água, iluminação com projetores nas zonas de descanso, iluminação periférica junto ao pavimento, permitindo o passeio noturno, enfim qualquer coisa digna de um país evoluído.
    https://m.youtube.com/watch?v=BxXtSitKulU

    Passado umas semanas, e após a conclusão da obra, que foi como é óbvio faseada, roubaram os fios para sacar o cobre. Logo, ficamos sem a iluminação. Depois deram cabo dos bebedouros de água. Danificam os cestos do lixo.
    Mas o pior são as pessoas que levam os cães a passear e deixam os dejetos dos seus animais no passadiço, que sendo suficientemente largo para a circulação de pelo menos três pessoas, não nos impede de uma pisadela no presente deixado na passadeira.
    A culpa é da autarquia? A culpa é da Junta de Freguesia?
    A culpa é sim, da nossa fraca qualidade cívica, sempre prontos a reivindicar mais direitos, mas nunca dispostos a respeitar o espaço público. A aceitar que o que é de todos, deve ainda ser mais respeitado do que o que é nosso. Porque é pago por todos.

  2. Ricardo Ferreira Pinto says:

    Se calhar é porque as pessoas estão tão habituadas a ter carros estacionados em cima do passeio que ir pela rua ou pelo passeio vai dar ao mesmo.
    Se o problema fosse a merda dos cães e não a merda dos condutores que temos, estava tudo muito bem.

Trackbacks

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