Trabalhamos muito, mas temos pouco valor acrescentado

Este gráfico mostra o PIB por hora trabalhada. Portugal está no fim da tabela, o que significa que produzimos pouco valor acrescentado.

É este o significado da produtividade neste contexto e não se cada um de nós está a moinar ou não no local de trabalho.

Por exemplo, a Alemanha é o país da OCDE onde se trabalha menos horas por ano e, simultaneamente, é dos que têm o maior PIB por hora trabalhada.

Portugal é dos países da OCDE onde se trabalha mais horas por ano. E, como vemos, o PIB por hora trabalhada é muito baixo, o que significa que cada hora trabalhada produz pouca riqueza. Para melhorar a nossa situação, precisamos de nos concentrar em produtos que acrescentem valor. Por exemplo, não basta produzir uma boa camisa, também é preciso constituir a respectiva marca. Ou ainda, no negócio do software, não basta escrever linhas de código a metro, é preciso construir produtos que vençam no mercado. Não sendo assim, ficamos com o esforço da produção, mas vemos o grosso do lucro fugir-nos para quem fecha o ciclo do negócio.

Gráfico: página da OCDE no Facebook

Comments

  1. Só faltou dizer que isso faz parte do pp sistema que está concebido para ser assim e cada vez mais assim. Logo não há solução dentro dele. Os 90% entregam aos 10%, estes aos 1% e estes aos 0,1%. Há um processo gigante de aspiração ascendente dos rendimentos para que os do topo ganhem sempre mais.

  2. A Alemanha está de facto nos primeiros lugares, mas abaixo da França, o que é curioso face à saúde de ambas as economias.
    No gráfico não aparece a China, país que há meia dúzia de anos era só mão de obra barata e produção intensiva, mas que hoje não é bem assim, pois já possui marcas próprias a disputar importantes segmentos de mercado por todo o globo.

    • Rui Naldinho says:

      Este gráfico não demostra só aquilo que o autor e os meus antecessores aqui escreveram, e bem. Demonstra que a Alemana sendo uma economia fortemente industrial, o maior exportador da CEE em valor acrescentado, ainda assim fica abaixo de países como o Luxemburgo, a Irlanda, a Holanda, e a Bélgica, …”vá-se lá saber por quê?”
      Mas garanto-vos que o senhor Alexandre Soares dos Santos, a Apple, a Microsoft, a Ryanair, etc, sabem as razões de tal sucesso.
      Para sermos um país rico não basta trabalhar muito. Mais importante do que isso, é necessário criarmos pequenos esquemas fiscais que desvirtuam o mercado, mas nos tiram da do fundo da tabela.
      Apesar da Irlanda ser o segundo país do gráfico, não sei se em termos de nível de vida, os irlandeses estão assim tão bem, comparativamente aos seus parceiros de topo.

  3. Paulo Só says:

    É claro que esse gráfico é enganador. Luxemburgo, Irlanda Noruega e Bélgica, são os 4 primeiros ou por questões fiscais ou pelo petróleo. Muitas outras razões seriam identificáveis para explicar outras incongruências. Quanto à França/ /Alemanha, há muito se sabe que a França é campeão mundial de produtividade em v/a. Mas ninguém o diz para evitar elogiar as 35 horas e os governos socialistas. A Alemanha é, até certo ponto, um logro. O desemprego foi combatido com a imposição de salários muito baixos. Mostrem gráficos de % de população abaixo da linha de pobreza por país, que seria bem mais elucidativo. 16% da população da Alemanha entra nessa categoria. Apesar dos portugueses, que como se sabe vivem num país rico, comprarem todos os Mercedes que podem.

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