«There is never any end to Paris»
assim chamou Hemingway a uma parte de ‘Paris é uma Festa’ (A Moveable Feast, no original). Hoje que é a última noite que passarei em Paris após 3 meses, mas sei que também para mim Paris não acaba aqui. Que hei-de voltar, embora por menos tempo. Porque se volta sempre a Paris, porque é impossível não querer voltar a Paris. Estou um bocado triste, é verdade, ou não será bem tristeza, mas uma certa melancolia, que não é a mesma coisa, de deixar a cidade onde vivi nos últimos tempos. Foi por pouco tempo, bem sei, mas ainda assim, constroem-se rotinas, criam-se laços, frequentam-se sítios, reconhecem-se cantos e lugares e de repente tudo isso deixará de existir e será substituído por outros sítios, outros cantos, outros laços, outros lugares, outras rotinas, que me são muito familiares. Penso que as retomarei sem esforço. Voltar a casa também tem os seus encantos. Mas, como já escrevi numa das cartas anteriores, nos primeiros dias será difícil não estar aqui, sei-o bem.
Finalmente a autora regressou a casa (“sem pagar excesso de bagagem”)! Até que enfim que se acabam as cartas cheias de banalidades sobre a sua estadia em Paris e a ocupação de tanto espaço no Aventar!
Belas banalidades, as da Elisa. Sorvo cada palavra das suas crónicas como se fosse a última.
Quem dera que todos os banais comentadores estivessem à altura das crónicas que comentam.
Obrigado, Elisabete, foi um prazer. Mas não chegou a dizer se o “Aux Assassins” ainda existe por lá. ;). Agora é desfazer as malas, apanhar um bocado e sol e seguir outra vez viagem. A gente organiza um crowdfunding para a próxima viagem para onde quiser.
pesquisei, na altura que me falou nisso e não encontrei senão referências antigas :(. Isso do crowdfunding era boa ideia :). Mas talvez consiga ir a alguns sítios sem essa ajuda. Para já, Riga em Fevereiro e Leuven em Março, mas por poucos dias. A ver se tenho entusiasmo para escrever postais e ‘ocupar espaço’. Obrigada por ler.
Não deixemos um masoquista à fome. Venha a dose seguinte das lettres.
Que tristeza, a agressividade gratuita. Belo exemplo daquilo que o anonimato proporciona, e do que afasta as pessoas decentes da internet.
Pelos vistos, o meu comentário é tomado pelos outros comentadores como um ataque pessoal à autora das Lettres e como um acto de agressividade gratuita. Pois não é nada disso, nunca fiz tal coisa. Acontece que espero de um Blog público e alternativo como o Aventar, que, na variedade dos seus autores e temas, tenha um certo grau de relevância para a coisa pública e, de certo modo, proporcione uma contra-informação em relação aos media mainstream.
Ora as descrições extremamente auto-centradas e repletas de pormenores repetitivos das Lettres teriam, na minha opinião, mais cabimento num blog pessoal ou numa página de Facebook. Considero que as experiências pessoais da autora durante a sua presença em Paris seriam muito mais interessantes se fossem mais ligadas a aspectos sociais e políticos enquadrados.
Como leitor, apenas posso dizer que posts excelentes como o de Bruno Santos sobre Trump ou o de João Mendes sobre a Economia da Pobreza correspondem àquilo que espero ler no Aventar, o que não acontece às Lettres de Paris. Fossem elas um acontecimento pontual, não me teria dado ao trabalho de escrever comentário algum; a variedade no Aventar é até simpática. Mas, lamento, com a assiduidade e comprimento dos últimos meses, as Lettres acabaram, de facto, por ultrapassar a minha paciência de leitor frequente do Aventar.
Nos tempos que correm, em que os órgãos de informação cada vez mais seguem apenas o mainstream e ocultam até informação importante, é fundamental que haja formas de transmitir informação de qualidade e esclarecedora. Por isso, agradeço a Blogs como o Aventar, o facto de facultarem o acesso a esse tipo de informação. Mas considero que também tem que haver espaço para se expressar crítica que nada tem de pessoal contra a autora, mas reflecte uma perspectiva própria.
PLenamente de acordo com o Miguel. Fez uns reparos justos e inteligentes.
José Luís COVITA
Neste blog há espaço para tudo, até para a sya opinião e perspetiva. Acontece que também há espaço para os postais (e como como sou eu que os escrevo, são sobre aquilo que me apetece escrever). Creio que é livre de os não ler e eu sou livre de os escrever. Há muitas opiniões e perspetivas diferentes, felizmente. Também há muitas maneiras de escrever. A sua, talvez não intencionalmente, embora pareça, foi um bocadinho
agressiva. Basicamente, ao próximo postal que eu escrever de qualquer sítio ( e aqui no Aventar já os escrevo há quatro anos) passe-lhe ao lado. Não é assim tão complicado. E claro que respeito o facto de não apreciar, mas poderia talvez reconhecer que pode haver quem aprecie. É essa a beleza do mundo
É pena que, como autora do Aventar, não responda aos meus argumentos e, em vez disso, apenas constate que é livre de escrever o que quiser; isso é óbvio, não passando pois de outra banalidade.
Tal como diz, é fácil só ler os conteúdos do Aventar que considero uma verdadeira mais-valia por terem informação diferente daquela que se encontra nos media mainstream ou que tem um carácter extremamente pessoal.
Para mim, a verdadeira beleza do mundo encontra-se muito mais num olhar crítico e consciente sobre o mesmo.