Caos instalado nos centros de emprego

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Num passado não muito distante, dados como aqueles que a imprensa ontem revelou sobre o desemprego, com aquela timidez que vem marcando a era da Geringonça, teriam enchido capas de jornais durante vários dias. Porém, na ausência de manchetes bombásticas e publicações patrocinadas no Facebook, teremos que nos contentar com meros factos: seria necessário recuar ao final da década de 80 para assistir a uma sequência de quatro meses em que o número de inscritos nos centros de emprego não parou de diminuir. Nada mais nada menos que 28 anos

Durante o ano de 2016, o número de inscritos nos centros de emprego caiu 87.824, para os 482.556. Motivo para lançar foguetes? Claro que não. Se ainda existe quase meio milhão de desempregados neste país, poucos serão os motivos para festejar e muito o trabalho a fazer. Mas, não era suposto estarmos a assistir a agravamentos em tudo o que é indicador? O aumento do salário mínimo não ia fazer disparar o desemprego? Onde está o caos que nos prometeram? Que é feito do drama, da tragédia, do horror, do apocalipse e do doutor Belzebu? Enfim, já não há respeito pela pontualidade. Estamos entregues aos esquerdalhos.

Imagem via Uma Página Numa Rede Social

Comments

  1. RuiNaldinho says:

    Agora que fechou o Elefante Branco e a Cornucópia, como é possível estar a baixar o desemprego?

    • RuiNaldinho says:

      A direita sempre utilizou o medo e a desgraça para aterrorizar os mais fracos, os dependentes de apoios sociais, os mais desfavorecidos, os incautos. No fundo, apenas para manter um certo “status quo” económico, em desfavor dos que menos têm.
      Por isso é que o salário mínimo sempre foi uma luta mais do foro ideológico, do que uma realidade contabilistica.

      • Sem Norte says:

        Camarada, os países mais ricos, com menos pobres e com melhores salários não têm salário mínimo! ponto.

        • Rui Naldinho says:

          Patrão, sorte a deles, azar o nosso! Ponto.
          Vivem num país onde nem se torna necessário estipular um salário mínimo nacional!
          So tenho pena é que os empresários Portugueses não a coragem e o arrojo de investir nesses países, por ex na Suécia ou na Noruega, uma vez que não havendo salário mínimo nacional, eles deixariam de sentir essa frustração de ter de pagar um salário mínimo, tal como são obrigados a fazê-lo em Portugal

          • Rui Naldinho says:

            Deve ler-se
            …Só tenho pena que os empresários portugueses não tenham a coragem…

  2. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Pessoalmente, entendo que devemos ser exigentes e não reagir como reage a direita aos números.
    Constata-se, de facto, uma descida nos números do desemprego.
    Mas a Esquerda pretende ser igual à Direita, para quem os números são uma finalidade para erguer uma bandeira, ou pretende separar-se dela, olhando para a QUALIDADE do TRABALHO e organizar-se para um COMBATE À PRECARIEDADE?
    Resumo: A Direita para nos números, independentemente da forma como a queda se faz. Recusam olhar a precariedade ou mesmo a qualidade do trabalho, porque isso não interessa ao patronato.
    Assim sendo, ficamos satisfeitos só com os resultados (e ficamos iguais à Direita), ou passamos a uma análise mais funda e à próxima etapa?

    • nuno says:

      Não percebo a frase: “A Direita para nos números, independentemente da forma como a queda se faz.”

      • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

        Queria dizer pára e não para. Ou seja o número é uma bandeira, independentemente do modo como ele se atinge. Se houvesse trabalho para toda a gente durante 15 dias, viriam para a rua dizer que tinham resolvido o problema.
        E no entanto …

      • Manuel Silva says:

        Nuno:
        Não percebeu que o autor do post se esqueceu de escrever a palavra olha?
        «A Direita OLHA para nos números, independentemente da forma como a queda se faz.
        Qualquer pessoa minimamente perspicaz percebe isso.
        São lapsos que acontecem nesta escrita rápida dos blogues.

        • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

          Obrigado pela sua intervenção caro Manuel Silva, mas o caro Nuno tem toda a razão. De facto, poderia ler-se da forma como o Manuel Silva diz ou como anteriormente expliquei. O modo como refere é, sem dúvida, o mais correcto.
          Naturalmente que terei que pedir desculpas pela gralha e agradecer a vossa atenção.
          Cumprimentos.

          • nuno says:

            Obrigado, Ernesto Martins Vaz Ribeiro. (e concordo com o essencial da argumentação, embora tb ache que curiosamente, como diz o autor, merecem estranhamente pouca atenção nos OCS. O que quer dizer tanto quanto a falta de qualidade dos empregos.

        • nuno says:

          Manuel Silva:

          O “Nos” não permite o “Olhar” anterior.

          É o problema do AO 90. Mas chegar lá, sim, exige “perspicácia”.

          Para ser igual a para impossibilita a leitura. Just a point.

          E como se tem dito: “Alto e para o baile.”

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Tem toda a razão, mas por favor não me cole ao AO90, porque não tenho nada a ver com isso 🙂

          • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

            Caro Manuel Silva.
            Estou aberto a todas as críticas que queira fazer, mas por favor não me ligue ao AO90 🙂

  3. Ana A. says:

    Subscrevo na íntegra os comentários do Ernesto Ribeiro.
    A Esquerda tem de ser mais exigente, e não fazer o número de circo da Direita. É o mínimo que se exige para a construção da mudança.

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Cara Ana.
      O problema é que, por mais que olhe, não vejo esquerda nenhuma. Concordo que a situação está melhor, mas nada de esquerda … Com toda a sinceridade, com anúncios como este post, ficamos conversados…
      Cumprimentos.

      • Ana A. says:

        É preciso que o PS se “purifique” e deixe de ser: “nem carne nem peixe”! Quem for neoliberal que se encoste à Direita, nem que para isso tenha que formar um novo partido, e que deixem os outros trabalhar! Mais vale um PS pequeno e focado do que uma amálgama de “quereres” que se atropelam.

        • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

          Tem toda a razão. Mas duvido que o façam enquanto existirem Assis e quejandos.

  4. Julio Nunes says:

    Compreendo tudo ,menos isto : Estamos entregues aos esquerdalhos , o que isto quer dizer ?

  5. Os Cidadãos da República Portuguesa, apelam ao Bloco de Esquerda, ao Partido Comunista Português, ao Partido Ecologista os Verdes, ao Partido Animais e Natureza, que apoiem no Parlamento o Partido Socialista na aprovação do Acordo de Concertação Social.

    Contra a canalha neo-liberal, pela dignidade dos cidadãos, viva a República!

    • nuno says:

      Baixar a TSU é uma canalhice neoliberal contra a dignidade dos cidadãos e bastante monárquico no que tem de privilegiar os mais poderosos em detrimento dos trabalhadores.

  6. josé fontão says:

    O Nojo das “Direitas” ( para falar como a beata Cristas) é, foi sempre, este a manipulação dos dados com acrobacias atordoantes . Fico feliz, já não encontram outra saída!

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