Passaram quase três meses desde que o semanário Sol publicou a capa que podem ver em cima. O jornal assegurava que Mário Centeno, Caldeira Cabral e Rocha Andrade estavam de saída do governo em Janeiro. Chegados a Fevereiro, os três governantes continuam em funções e, com a excepção da teoria da conspiração solar, nada indica que estejam em vias de ser chutados do executivo de António Costa, algo que, no caso de Rocha Andrade, se lamenta.
Não se trata de um lapso. Quando um jornal, que se diz sério e rigoroso, afirma convictamente que algo vai acontecer, pressupõe-se que tenha informação credível que sustente tal afirmação. Uma notícia destas, com o impacto que tem, a todos os níveis, não pode ter como fonte um boato. O semanário Sol mentiu aos portugueses e fê-lo em consciência porque a notícia não tinha qualquer fundamento. Podia ter falado em suspeitas, em fontes não identificadas, mas preferiu mentir e apresentar um conteúdo em formato de verdade absoluta. Afinal era só mais uma mentira.
Ou seria agenda? Chegados ao rodapé desta capa, deparamo-nos com um pensamento político-filosófico do incontornável José António Saraiva, distinta figura que escreve livros sobre a intimidade de terceiros, mesmo que já cá não estejam para fazer o contraditório: “CGD ou o princípio do fim da geringonça“. Ora, três meses depois, a CGD tem nova administração, liderada pelo mais elogiado dos ministros de Pedro Passos Coelho, referência máxima para o arquitecto-cronista, e o acordo entre os partidos de esquerda acaba de contornar a sua quadragésima nona morte anunciada. Grande Saraiva! Aquele pé deve parecer uma peneira, mas o lugar ao Sol ninguém lhe tira. E que bem que ele ali fica.
Não mentiu,não senhor! Não diz lá que é em janeiro deste ano! Aliás, é assim que as profecias funcionam. Se eu disser que, em janeiro, o Papa já terá abdicado, e não disser de que ano, mais cedo ou mais tarde acerto.E os discípulos do Arquiteto são, como todos sabem, profetas encartados.
E a prova do que digo é o título do artigo do Arquiteto que vem na mesma página.
Nem o Diabo chega, nem a Geringonça perde peças. Nem o candidato do PSD a Lisboa aparece! As carpideiras da direita vão ter que arranjar outra bola de cristal.
Nem o pai morre nem a gente almoça. O problema do “SOL” é que entra em permanente conflito com a realidade.
Eu acredito que há jornais, em especial semanários sem qualquer credibilidade, que colocam títulos bombásticos na primeira página, apenas porque não têm noticias más ou desagradáveis para dar naquele fim de semana.
Assim, nada como mandar uma “bujarda para o meio da confusão em que se tornaram os jornais portugueses”, na espectativa que um incauto compre o jornal.
Abre-se o jornal Sol na pág.8, e lê-se:
” Centeno, Caldeira Cabral e Rocha Andrade saem em Janeiro para Bruxelas, indo apresentar aos Ministros da Comunidade o défice português de 2016,
que deverá ser enorme, do tamanho do DIABO.”
São os famosos factos alternativos, a versão post-verdade do Donaldo Trumpe, na versão sardinhada.
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Moral da estória… Em Portugal para os média VALE TUDO
Até tirar olhos (contra o ditado) se lhes apetecer!!!
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Pobre Pais que tais chulos pafiosos sustenta .