A insustentável permanência de Mário Centeno

Faz muito bem a oposição em não dar por encerrada a polémica em torno da CGD. Está em causa sabermos o carácter, a idoneidade, ou falta dela, de quem nos governa. Alguém no seu perfeito juízo, excepção feita às cheerleaders do costume, que passam o tempo a tecer loas à governação, acredita que o anterior presidente da CGD esteja a mentir? Que não terão sido feitas promessas? E com franqueza, contratar advogados da parte interessada para alterar uma legislação à lá carte, não será próprio de países tipo república das bananas? Para fugir ao escrutínio do parlamento os bananas da república legislaram por decreto, o Presidente promulgou e não fosse a oposição ter apresentado o caso, estariam todos comodamente instalados a tratar da vidinha, business as usual. À boa maneira tuga, quando a coisa deu para o torto, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa trataram de dizer que era necessário apresentar as declarações. Como se não tivessem sido proferidas declarações por Mourinho Félix e Mário Centeno… Como se não tivesse sido promulgado um Decreto que afinal não servia para nada…

Obviamente que BE e PCP estão manietados por serem parceiros na geringonça que governa o rectângulo. Fosse outro o governo e já teríamos ouvido gritos histéricos com folclore à mistura, exigindo demissões.
Mas neste caso, para o BE a CGD precisa de tranquilidade, os factos não são novos, seria aconselhável, até mesmo desejável que parasse o ruído em torno da polémica que envolve António Domingues e Mário Centeno. Percebe-se o incómodo dos bloquistas, comprometidos com a solução governativa, preferem deixar o assunto nas mãos do Primeiro-Ministro que tem reiterado sucessivamente a confiança no Ministro das Finanças.
Num momento de falta de lucidez, João Ferreira, eurodeputado e candidato do PCP à CML cometeu uma inacreditável gaffe política ao desafiar Bernardo Ferrão a provar que algum dia os comunistas tivessem pedido a demissão de ministros. Infelizmente a vida é o que é, a memória das pessoas por vezes é curta, mas bastou puxar dos arquivos para se verificar que João Ferreira estava errado. O PCP é um partido político, que faz política como os demais partidos e pedir demissões de ministros ou até do governo é normal em democracia.
Deste PS alguém pode esperar mais? Um partido que governa para as sondagens, fazendo oposição à oposição, preso a compromissos com partidos que defendem valores diferentes dos seus, apenas para garantir a sobrevivência política do líder y sus muchachos?…
A bem da tranquilidade necessária à CGD que dizem defender, para terminar o ruído em torno deste assunto, demita-se sr. Ministro, ou demita-o sr. Primeiro-Ministro.

Comments

  1. Farsola da paf says:

    A maria swapeira…

  2. joão lopes says:

    demita-se senhor PM,que é para os tugas aprenderem que quem manda em Portugal são os gestores bancarios e os donos dos bancos,porque quem se deve meter de cocoras perante o gestor são os governos,porque quem manda é a finança…entretanto,o psd e o cds quando forem governo aceitam ser paus mandados da banca,como sempre foram,alias,porque o tuga é uma sub especie,o gestor é que é o Maior(como se diz no Porto)

    • Tem dúvidas que a resposta que deveria ter sido dada de início era um não? É legítimo um governo querer contratar quem julgou ser mais competente, é legítimo que a pessoa que recebe uma proposta apresente as suas condições. O governo tem de saber desde início até onde pode ir, sem se meter em trapalhadas. Só isso…
      E se esse senhor não aceitava, teria logo partido para um plano B. Mas não, à boa maneira tuga, procuraram um arranjinho que lhes saiu errado.

      • Farsola da paf says:

        Custa a “engolir” o sapo Prof. Centeno… tina, tina, tina…

  3. A sopa está bastante aguada e não é por andar com a colher às voltas dentro da malga que vai ficar mais grossa. O esparrame da oposição e dos seus acólitos na comunicação – e até no bom Aventar, quem diria! – não é que vai fazer parar a caravana. Os portugueses já aprenderam a distinguir entre óperas bufas que lhe trazem o sono e as medidas sólidas que o ajudam a viver. O que sei do PCP e do pedido de demissão de ministros é que os comunistas, quando se trata de um governo canalha exige que ele saia por junto e quanto antes. Substituir moscas nunca afastou o fedor.

    • Os comunistas costumam ter falta de memória, desta vez João Ferreira lançou o desafio e não ficou sem resposta. A não ser que me diga que isto é falso, o PCP também pede demissão de ministros…
      http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2017-02-10-Joao-Ferreira-e-a-historia-de-um-desafio
      A verdade por vezes incomoda? Não é por isso que deixa de ser verdade…

      • O aparte dá-me um certo gozo pelo que vislumbro em fundo e que me faz gostar ainda mais desta malta do PCP. Cavalga-se o risco na moldura porque não se suporta a perfeição da obra de arte. A questão de saber se os comunistas já pediram ou não a demissão de um clown na trupe de um governo da direita é tão importante como saber a que horas Passos Coelho disse a sua última bacorada. O que conta é que por vontade dos comunistas estes troca-tintas nunca assaltariam o povo português.

      • nuno says:

        António de Almeida tem os níveis de competência hermenêuticos de bernardo ferrão. Isso dá-lhe futuro no jornalismo político ou numa subdirecção de informação televisiva num canal de militante laranja. Já em lugares que requeiram melhores capacidades cognitivas e que deixem os entrolhos ideológico-partidários à porta a coisa fia mais fina.

      • Rui Naldinho says:

        António Almeida, nesta matéria seria muito fácil desmontar os argumentos de João Ferreira na hora, pois não há nenhum partido da Oposição, seja ele qual for, que não peça a demissão de um ministro qualquer, por vezes por questões de “lana caprina”.
        Aliás, o PCP mal o um governo tome posse, desde que não seja do seu agrado, no dia a seguir já está a pedir a sua demissão, apesar de saber tão bem como nós, que, pela Constituição da República, isso só poderia ocorrer no minimo, seis meses após a sua entrada em funções.
        Mas nessa trica de entre o deputado comunista ao parlamento europeu e a SIC, deixe-me que lhe diga, no final, quem ficou mal não foi o João Ferreira por aquilo que disse. A gente sabe bem o que são os políticos.
        Quem ficou mal, a roçar o absurdo, foi a SIC, nomeadamente o Bernardino Ferrão e o José Spin Ferreira, que não passa disso mesmo, ao irem nesse jogo do comunista, como se fossem dois comissários políticos da Oposição, vasculhando arquivos, quais deputados numa comissão de inquérito, coisa que eles nunca fariam, nem nunca fizeram, se a provocação viesse de um deputando do PSD.
        Onde andava o José Gomes Ferreira aquando dos SWPS, do BES, da TSU, etc ?
        Moral desta história, não foi a provocação ou insinuação de João Ferreira que ficou mal, ainda por cima vindo de quem vem, foi a colagem da estação da televisão à narrativa da Oposição.
        E nessa matéria acho que o João Ferreira foi inteligente ao lançar-lhes o isco.
        Caíram que nem dois patinhos laranjas!

        • Não os coloco no mesmo saco, mas isso sou eu. E continuo a pensar que o João Ferreira falhou, era preferível deixar passar a colagem do PCP ao BE neste caso. Algo que o BE foi forçado a deixar passar e agora só afirma que não existem factos novos, a bem da CGD é preferível o assunto morrer. Até posso concordar com o BE, desde que Centeno saia de cena, por mim assunto encerrado. Até lá, “show must go on”

  4. Ferpin says:

    Parece-me evidente que houve tentativa de legislar no sentido de libertar o Domingues da apresentação dos seus rendimentos ao CM, i, sol e observador. As razoes porque o governo o fez parecem-me razoáveis, pelo que lhes ficaria melhor assumir.
    Estão a agarrar-se a que não assinaram nada. Esperemos, do ponto de vista formal, que não.

    Mas, repugna-me ver malta do PSD e CDs, que conviveu e convive na maior facilidade com coisas que deviam impossibilitar a pessoa de governar, tecnoforma, submarinos, moderna etc (deviam se calhar dar cadeia), estar tipo virgens ofendidadas.
    Seria como ver os colegas do vale e Azevedo a painelarem ruidosamente perante qualquer minudência ou lapso cometido pelo Vieira.
    Pafiento, enxergue-se.

  5. tá bem tá says:

    a tentiva de “arranjar a coisa existiu”. MAS A MENTIRA NÃO. PORTANTO, deixem-se de tretas, os meninos do cds, psd e fãs encapotados.

  6. Jose Oliveira says:

    Deixem-se de conversas da treta. Tanto o PSD como o CDS sempre conviveram de bom grado com as maiores farsas, mentiras e oportunismos por parte de todos os seus líderes, a começar pelo Coelho. Virem agora fingir que estão muito ofendidos com uma questão menor, apenas espelha a sua má fé. Grave é o facto de a Comunicação Social, em vez de exercer as suas funções escrutinadoras, tenha embarcado com todas as suas forças na novela da Caixa. Todos, direita e média, agarram-se sofregamente à teta do que está a dar, para, dia após dia, continuarem a bater no ceguinho, como se se tratasse de uma grande causa nacional. É FALSO!!!
    Trata-se apenas de mais um pretexto para evitar que a sociedade discuta os reais e graves problemas que enfrenta. Essa é a verdadeira missão do vil conluio entre a direita e os média. Mas, dada a sua inata cobardia, sempre se recusaram a assumir as suas próprias atitudes. É o-país-que-temos !!!
    Não esbanjámos….Não pagamos!!!!!

  7. Às almas mais distraídas que por aqui vão passando, nomeadamente as que me tentam colar à felizmente já extinta PAF ou simplesmente associar a determinado partido, lembro que aprecio a laranja, o fruto é claro, a cor até que não sendo a minha preferida, nem é feia. Quanto ao PSD votei pela última vez nessa gente em 2002, ajudando a eleger o inenarrável cherne, entusiasmado com a possibilidade do choque fiscal, ainda que não acredite no Pai Natal, mas uma redução significativa de impostos e já teria dado o meu voto por bem empregue. Votei CDS/PP em 2009 e 2011, arrependi-me profundamente com a irrevogabilidade…
    Ao contrário das cheerleaders, algumas que aqui comentam a coberto do anonimato, penso pela minha cabeça e detesto seguir em rebanho ou manada. Tudo o que vem do partido A ou B não é para aplaudir porque sim. Os partidos políticos não são clubes de futebol, a política não é preto ou branco. Mário Centeno não esteve bem, deve sair. Antes dele, outros, não importa a cor partidária ou governo tiveram a mesma sorte. Oxalá no futuro continue a ser assim, é sinal de vitalidade democrática. Apenas na Índia as vacas permanecem sagradas…

    • nuno says:

      Não há almas mais distraídas. Já noutro lado lhe disse não fazer sentido a perseguição de Trump, que vocês são almas do mesmo saco. Como se prova no elencar que aqui deixa das suas escolhas eleitorais. V. tem a capacidade hermenêutica de Ferrão, como comprova nesta contra-resposta onde tenta mostrar-se contra a PaF salientando vários momentos em que votou nos partidos que a constituem. Designadamente votando no cherne que já era cherne e inenarrável bem antes do ser. Se se zanga transitoriamente, não pensa de modo diferente deles. O que se vê em cada posta. E se já falhou antes, continua a falhar, mesmo que transitoriamente não tenha votado na coisa.

    • António Almeida, desculpe que lhe diga mas parece estar a encarnar um papel quixotesco investindo contra imaginários moinhos de vento, tentando desta forma dar uma ajuda à tralha pafiana, que quanto a falar verdade são um péssimo exemplo e que continuam a pensar que fazer oposição a um governo legítimo passa pela evocação de factos menores e que já estão ultrapassados pelo tempo. Precisamos urgentemente de uma oposição criativa e sobretudo que apresente uma alternativa credível e que não continue no caminho da intriga e da arruaça. Depois as sondagens não lhe perdoam. Para vosso desespero o diabo deve ter metido férias e a tal geringonça vai resistindo às vossas provocações, saindo mais reforçada. Os números tal como o algodão não enganam.

  8. Anti-pafioso says:

    O que os Pafiosos estão a pedir é o regresso das FP25

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