É o que diz o estudo apresentado no final da passada semana pela Aximage. E se os resultados do estudo encomendado pelo grupo Impresa à Eurosondagem não auguram nada de bom para Passos Coelho e Assunção Cristas (juntos valem 36,2% do eleitorado: PSD = 29,2%/CDS-PP = 7%), a encomenda do grupo Cofina coloca os partidos de direita com assento parlamentar numa situação ainda mais delicada.
O PSD, que até cresceu face ao último estudo (25,1%), consegue apenas 26,4% das intenções de votos dos inquiridos. Já o CDS-PP não vai além dos 5%. Juntos valem apenas 31,4% das intenções de voto, ao passo que a Geringonça consegue um resultado esmagador de 58,3% (PS: 42%/BE: 8,4%/ PCP: 7,9). Quase o dobro.
De resto, nada de novo. Passos continua a ser o líder menos popular, numa tabela liderada de forma esmagadora por Marcelo Rebelo de Sousa, a avaliação feita à acção do governo continua a ser bastante positiva, com 41,3% dos inquiridos a considerar que superou as expectativas contra apenas 10,7% a afirmar que o desempenho do executivo Costa está a ser pior que o esperado, e, quando questionados sobre em quem confiam mais para o cargo de primeiro-ministro, 66,1% escolhe Costa. Passos fica-se pelos 25%.
Perante estes resultados, quer me parecer que os partidos de direita estão no caminho certo. As birras, as contradições, a negação da democracia representativa e as profecias da desgraça estão a surtir efeito. É uma questão de continuar a levar o país a sério que o Diabo está quase quase a chegar.
“A memória dos povos é curta.”
Mas não tão curta ao ponto de uma amnésia coletiva da geração que viveu o período de ajustamento, se esqueça do legado da PAF.
Passos, Portas, Cristas, Montenegro, Rangel, e associados não compreenderam ainda o que lhes aconteceu. Mas pior do que isso é não quererem fazer um esforço por tirar algumas conclusões óbvias da sua administração, e da forma como estão a fazer Oposição.
O eleitorado olha para as falhas de Centeno como “peanuts”. Coisas de um tecnocrata, de um não político que sabe apenas de números, mas desconhece os meandros da política, e mesmo do direito. Uma infantilidade a toda a prova, sem qualquer intenção de prejudicar os portugueses, ainda que construída sob a tutela do PS profundo, esse sim político, que mais uma vez meteu água.
Quando um partido da Oposição, apoiado “ferozmente” por uma comunicação social arregimentada, faz do caso Centeno a sua única razão de existir, estamos esclarecidos.
Portanto, não me admira estas sondagens. Mas vou aguardar pelas eleições autárquicas. Nomeadamente verificar qual o sentido de voto nas “grandes urbes”, e daí extrair algumas conclusões.