100 anos sobre a barbárie vermelha…

No dia 27 de Fevereiro de 1917 chegava ao fim a desgastada e ineficiente monarquia russa, na prática o Czar Nicolau II apenas abdicaria em favor do irmão alguns dias depois, mas a recusa do Grão-duque abriu caminho ao que poderia ter sido a instauração de valores democráticos. Infelizmente para os russos, povos vizinhos e grande parte da humanidade, os dias revolucionários de esperança num futuro melhor, culminariam num golpe em Outubro na tomada do poder pela minoritária facção bolchevique, que derrotando forças que lutavam entre si, levaram Lenine ao poder após uma sangrenta guerra cívil. O resultado foi a instauração da ditadura, restringindo as liberdades civil, económica e política. Mais tarde até dissidências ou simples falta de entusiasmo levariam às purgas e ajustes de contas, nomeadamente nos anos em que o execrável regime foi liderado pelo facínora J. Stalin, um dos 3 piores sanguinários, a par de Mao e A. Hitler, que alguma vez governaram…

Os dias sombrios terminariam em Agosto de 1991, quando após uma bem sucedida transição levada a cabo por M. Gorbachev, forças saudosistas procuraram reerguer o monstro, mas acabaram derrotadas. A subida de B. Ieltsin a um tanque marca simbolicamente o fim do pérfido regime, permitindo aos povos do Leste europeu escolherem livremente os seus governantes. Após a 2ª guerra mundial o expansionismo soviético de Stalin ocupou vários países que deixando de estar subjugados à Alemanha nazi, caíram nas mãos do inferno vermelho, que não hesitava em reprimir qualquer veleidade de independência ou liberdade por parte dos países oprimidos. Foi assim na RDA, Hungria, Checoslováquia, até que nos anos 80 o poder regime começou a abrir brechas na Polónia, que se estenderiam um pouco por todos os satélites da URSS, penetrando inclusivamente as suas fronteiras.
O sistema de governo adoptado colapsou, em primeiro lugar por ser contra-natura colocar o individual ao serviço do colectivo, a ambição faz parte do ser humano. Economicamente não se conhece um só lugar no planeta onde o sistema resultasse, todos os que experimentaram resultaram em miséria e opressão. Após a queda na Europa de Leste, alguns partidos comunistas em diferentes partes do globo, apressaram-se a abraçar o capitalismo, mas nem sempre a liberdade, ainda hoje existe quem mantenha o sistema repressivo, o comunismo é que apenas faz parte dos livros de história, à excepção de 2 países no mundo, que teimam em manter a bizarria. Ambos acabarão por cair, será inevitável.
Os partidos comunistas pelo mundo não pedem hoje a revolução nem pretendem reinstalar o sistema. Integrados no jogo democrático, pretendem que o Estado cresça e se financie no capitalismo, porque é necessário dinheiro para pagar a conta. Também já não são vistos como ameaça nem perseguidos, à excepção dos países da Europa de Leste e Báltico, que sofreram na carne as agruras do despotismo vermelho, por isso continuarão odiados enquanto a memória dos anos de trevas, não se apagar por completo.

Comments

  1. nuno says:

    Um chorrilo de banalidades contrafactuais e descontextualizadas do tempo da guerra fria. Logo quando todos imaginávamos o autor a elaborar a petição onde se pede à Sãozinha Cristas para regressar a Belém, desta vez com um pedido para dar a Torre e Espada ao íntegro e patriota Paulo Núncio.

  2. Só uma pequena correcção. Por questões de calendário, a revolução é em Março no Calendário Gregoriano, a Rússia ainda estava no antigo no antigo. E para o bem e para o mal, esta revolução e o início da reforma protestante (600 anos) foram bem mais importante que Fátima, em que sinto que ainda nao foi esclarecido o que se passou realmente.

    • Também não me sinto esclarecido com Fátima, que nem sequer é uma nota de rodapé na história.

      • ... 25 deAbril...onde estás?. says:

        Eu estou esclarecido.
        Fui ali à minha paróquia e estava lá um Sr. que me explicou tudo bem explicadinho e agora já durmo descansado…

  3. Rui Naldinho says:

    Revolução Russa foi um conjunto de eventos políticos e sociais na antiga Rússia, que começou com o derrube do regime Czarista, e posteriormente do Governo Provisório (Duma), resultando no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da antiga União Soviética, que durou até 1991.
    Hã duas fases distintas:
    A Revolução de Fevereiro de 1917, que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, e procurou estabelecer uma república assente numa democracia liberal.
    A Revolução de Outubro, na qual o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lenin, derrubou o governo provisório e impôs uma ditadura do proletariado.
    Independentemente dos aspectos negativos que este processo revolucionário teve, e não vale a pena escamotear o período estalinista, por exemplo, facto é, que este fenómeno social e político iria influenciar e transformar toda a História do século XX, em especial as relações de produção dentro do sistema capitalista, vigentes até aí.
    É também nesse patamar que teremos de situar e analisar este fenómeno, da Revolução Russa, e não só no da Barbárie.
    Já alguém contabilizou o número de Índios extremidados no continente Americano do Alaska ao Estreito de Magalhães?
    Ah, isso não tem grande interesse!
    Ou o número de escravos que ao longo de três séculos foram levados para a Europa e o Continente Americano?
    Pois, é verdade, mas eles até já tiveram direito a um Presidente!

    Também é verdade que a ortodoxia deste sistema social e político, assente no coletivismo generalizado dos meios de produção e da atividade económica, demonstrou que não é possível termos um progresso crescente e sustentado, sem darmos ao ser humano incentivos económicos e de bem estar, para que ele se esforce por alcançar novas formas de conhecimento e novas técnicas de produção.
    A ideia de que alguém trabalha apenas para o bem comum, sem ter de se preocupar com os seus desígnios pessoais e familiares é uma treta.
    “Para quê trabalhar mais, se depois serão outros os destinatários do meu esforço, e não eu próprio?
    Ao Estado cabe regular desequilíbrios económicos e sociais que o sistema capitalista gera, mantendo políticas de coesão social, incentivar a economia através de procedimentos macro económicos, e garantir o Estado de Direito.

  4. Fernando says:

    Este texto do excelentíssimo António DE Almeida é particularmente irónico, embora involuntariamente. Quer dizer, no dia em que se comemora o incêndio do Reichstag, que deu início à barbárie nazi, o excelentíssimo António DE Almeida fala de barbárie vermelha. Suspeito que isto de barbáries ali para o lado do São Caetano à Lapa é só de um certo tipo. Gato escondido com o rabo de fora, é o que é.

  5. tá bem tá says:

    este antónio é uma peça. a facilidade com que distorce a história está ao melhor nível de um… estaline! irónico, hum?

    não se esqueça das criancinhas que eles comiam…

  6. Paulo Marques says:

    Um texto adequado a quem quer voltar ao século XIX.

  7. E já agora, salvo erro chegou a haver eleiçoes, e o partido comunista perdeu…. mas nao reconheceu os resultados, disse que o poder se conquistava nas ruas. Similar a 75 em Portugal….

  8. atento às cenas says:

    embora já saiba de cor esta estória gosto sempre de ler as várias versões a circular só para ver se estão corretas. sem querer tirar-lhe o mérito narrativo, acho que esqueceu a importância de fátima na salvação da rússia das garras do comunismo vermelho. pena foi os russos já convertidos terem visto as fronteiras fechadas quando quiseram vir em massa agradecer à senhora mas isso é outra estória.
    não nos quer conta-la?

  9. Nome Obrigatório says:

    haha.
    que texto mais idiota.

    (a distrital do PSD anda a apertar contigo para mandares mais posts?)

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