A vida política portuguesa é insólita. Volta e meia temos um destes episódios, bizarros, que nem a maquilhagem mais espessa consegue dissimular, mas aos quais grande parte dos portugueses assistem, impávidos, como se nada fosse. Temos esta senhora, Dra. Assunção Cristas, que lidera um partido, o CDS-PP, que apesar de pequeno, tem enorme influência na banca, nos grandes escritórios de advogados e nas grandes empresas, e que dá uma entrevista ao Público onde confessa, sem grandes rodeios, que estava muito descansada de férias e recebeu um pedido urgente da ministra das Finanças. Era preciso aprovar um decreto-lei, que a senhora Cristas desconhecia por completo, e que assinou de cruz, como se nada fosse.
Mas não era bem “nada”. Era a resolução do BES. Eram milhares de milhões de euros que desapareceriam, para todo o sempre, sem deixar rasto nos cofres públicos. Eram as contas públicas a pegar fogo, o sistema bancário a arder e as ondas de choque a propagar-se. E a dona Cristas, que quer governar a maior autarquia do país, foi negligente e irresponsável a ponto de aprovar e legitimar tudo isto, pouco ou nada sabendo sobre o um caso que é mais rebuscado do que parece e que o Tiago Antunes desmontou com mestria no Geringonça.
A ideia que passa é a de que qualquer incompetente pode ser ministro, para isso bastando um estágio de formatação numa jota e um fim-de-semana numa qualquer universidade de Verão, o que pelos vistos nem é o caso de Assunção Cristas, que caiu de paraquedas no CDS em 2007. E a moralíssima Cristas, que recentemente exigiu saber “exactamente” a situação da capitalização da CGD, é suficientemente negligente e irresponsável para aprovar algo tão importante e decisivo para o país como projecto de resolução do BES. Sem o ler.
Negligente e irresponsável é pouco. Assunção Cristas desrespeitou o país e tem as mãos manchadas pelo resultado deste que foi um dos grandes desastres ptotagonizado pelo anterior governo. Fica a nota para os lisboetas, daquilo que os pode eventualmente esperar.
Mas não terá sido uma sugestão do Paracleto à beta Assunção? Sim, falo na assinatura de cruz.
Esta incompetente não pode ser presidente da minha cidade Lisboa, sou alfacinha e será um desgosto se essa Sra for eleita, lisboetas abrem os olhos.