Que se lixem as eleições autárquicas em Lisboa. Desde que o PS não ganhe

Lembram-se da indignação com que inúmeros notáveis à direita apontavam o dedo ao acordo de esquerda, alegando que o arranjo parlamentar que suporta o governo tinha como principal objectivo afastar a coligação PSD/CDS-PP do poder? Recordam-se dos rios de tinta que correram, dos artigos de opinião irados e da revolta que se apoderou do Caldas e da São Caetano à Lapa? Pois bem, eis que os papéis se invertem. É a reedição do Que se lixem as eleições, versão Autárquicas 2017.

Entrevistado por Anselmo Crespo e Nuno Domingues na TSF, Carlos Carreiras, coordenador autárquico do PSD, afirmou que o importante é que as candidaturas do PSD e do CDS-PP fiquem em primeiro e segundo lugar, sendo que a “ordem dos factores” lhe é “indiferente”. Confrontado por Anselmo Crespo, Carreiras ainda procurou emendar a mão, afirmando, como é natural, que preferia ver a candidatura do PSD vencer, acrescentando, contudo, que seria um excelente resultado caso ambas as candidaturas terminassem a corrida à frente. Mas o mal estava feito e ficamos a saber que o foco do PSD é retirar Fernando Medina do poder. Mesmo que isso implique uma vitória de Assunção Cristas.

A trama adensa-se quando, na mesma entrevista, Carlos Carreiras responsabiliza Cristas de ter inviabilizado uma Caranguejola autárquica na capital. Ainda o PSD andava a levar negas de Santana Lopes e a líder do CDS-PP, qual afronta, decide avançar com uma candidatura própria. E era o que mais faltava o grande PSD submeter-se a um partido anão. Mas… se o grande PSD não quis apoiar Cristas e ainda a responsabiliza pela ausência de acordo entre os dois partidos, que sentido faz o coordenador autárquico laranja afirmar que lhe é indiferente se ganha Teresa Leal Coelho ou Assunção Cristas, essa grande responsável pela inviabilização de um acordo autárquico para Lisboa? Enfim, que se lixe tudo! O que importa mesmo é que Fernando Medina seja abatido.

Imagem via Eco Político

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Espero que o deputado Duarte Marques se apresse a chamar imbecil ao seu colega de partido Carlos Carreiras, tal como o fez a Jeroen Dijsselbloem. É que aquilo que o Coordenador autárquico do PSD e Presidente da Câmara de Cascais disse na entrevista é digno de um José Manuel Coelho, e não de um dirigente partidário do PSD, cuja vitória em qualquer Autarquia como Lisboa só pode ser para governar a cidade e não para se deliciar com uma vingançazinha estapafúrdica sobre o PS.
    Carreiras não pensou, como é timbre deste PSD. Falou com o coração, com as frustrações que vão naquele cérebro, e mostrou bem o nível miserável a que chegou este PSD. O importante é estragar a festa ao adversário mesmo que para isso percamos a favor de terceiros.
    Pior é impossível!

  2. Depois das várias “negas”, a única solução com sentido de responsabilidade política era a candidatura de Passos Coelho e, este, acatar naturalmente os resultados. Em seguida Convocar o Conselho Nacional e definir o futuro: sair ou ficar, conforme a decisão do Órgão do partido. Outra solução, é/foi “fuga em frente”.

  3. José Peralta says:

    Este carlos carreiras, mais um “idiota inútil” ao serviço “deste” PSD, para além de continuar a meter os pés pelas mãos sobre a autarquia lisboeta, e teresa coelho vs. assunção cristas, como João Mendes relata neste post, ontem, entrevistado na SIC N, para além da habitual confusão mental em que “aquele pequeno cérebro labora”, disse que se o PSD e o CDS “conseguirem” os dois primeiros lugares nas autárquicas em Lisboa, poderão fazer UM ACORDO PÓS-ELEITORAL e assim constituírem uma maioria governativa, na Câmara Municipal de Lisboa !

    Lembram-se de como a tropa fandanga raivosa, ressaibiada e vingativa, uivou contra a “ilegitimidade” do acordo pós-eleitoral quadri-partido PS-BE-PCP-VERDES ?

    Pois ! Mas… pelos vistos, agora, “se conseguissem”, já a legitimidade era plena…

    E, já agora, recordo este post de João Mendes, em 14 de Março de 2017 no AVENTAR, sob o título “Boa, Carreiras, tenta outra vez :

    “Carlos Carreiras assina um artigo de opinião no jornal I onde faz uso da comparação mais imbecil a que a direita parlamentar nos vem habituando nos últimos tempos, que consiste em comparar o acordo de esquerda que legitima o governo minoritário de António Costa aos partidos xenófobos em ascensão, como a Frente Nacional de Le Pen e o Partido para a Liberdade de Geert Wilders. Algo semelhante a comparar o seu PSD ao Partido Comunista chinês.
    A imbecilidade ganha novo fôlego quando Carreiras reforça que a Geringonça representa “um populismo muito mais nefasto”. Não sei se por alguma afinidade que possa sentir com Le Pen e Wilders, o que não se estranharia, se apenas por motivos de mera propaganda, orientada para a instigação do medo e para o culto da TINA. Típica de quem nos toma a todos por idiotas”.

    Vale a pena ler de novo !

    O carreiras está “imparável” ! Tomou o freio nos dentes, e lá vai, rebocando a “caranguejola” contra tudo e contra todos…

    AH ! GRANDE CARREIRAS !

  4. O PSD de Passos Coelho suspirou de alívio pois à 25.ª tentaiva encontraram um candidato, neste caso uma candidata para a câmara de Lisboa. Estavam já em desespero, preparados para convidar o pato Donald.

  5. O PSD de Passos Coelho suspirou de alívio pois à 25.ª tentativa encontraram um candidato, neste caso uma candidata para a câmara de Lisboa. Estavam já em desespero, preparados para convidar o pato Donald.

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