Rui Moreira

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Miguel Teixeira

Faço uma avaliação positiva do mandato de Rui Moreira à frente da Câmara Municipal do Porto e, provavelmente, votaria nele se fosse eleitor naquele concelho. Dito isto, acho que ao “descartar” o apoio do PS , que participou lealmente na governação do município, ajudando Moreira a consolidar o poder e a criar uma imagem positiva do executivo nos últimos 4 anos, o atual Presidente da Câmara do Porto não esteve bem.
As palavras da Secretária Nacional do PS, ao referir “que se Rui Moreira vencer, será uma vitória do PS”, são quanto a mim, um argumento mesquinho usado por Moreira para rejeitar o apoio do PS. É óbvio que se um qualquer partido político, que não é um partido qualquer, sendo o partido que governa o país, abdica de apresentar candidato e decide apoiar uma candidatura independente, por reconhecer que essa candidatura é importante para a cidade, essa é uma atitude que revela humildade.As palavras da Secretária Nacional do PS são quanto a mim, normais e deveriam inteligentemente ser desvalorizadas por Moreira. É normal que, se eu sou líder de um partido e abdico de apresentar candidatura em nome de um bem maior para a minha cidade, que é o apoio a um movimento independente ao qual reconheço competência, é perfeitamente admissível que eu pense que a eventual vitória dessa candidatura independente, seja também uma vitória dos militantes e votantes do meu partido que ajudaram a eleger essa mesma lista ou movimento independente.
Rui Moreira, esta semana não foi particularmente feliz.
Primeiro, ao referir que “Portugal talvez precise de uma ditadura ” e agora, com esta decisão, ao comportar-se como aqueles “autarcas absolutos” como alguns que eu conheci na minha passagem pela política, que vencem eleições com a ajuda de muita gente e durante o primeiro mandato consolidam o seu poder com a ajuda de muitos munícipes e tendências políticas, transmitindo a imagem de democratas abertos a tudo e todos, mas depois, consolidado o poder, assumem atitudes de “donos da quinta”, “reis absolutos” à escala local, adulterando princípios e compromissos , comportando-se como os “verdadeiros donos dos votos”.
Esta forma de estar na política, independentemente de ser com o PS (fosse com o PSD ou outro partido qualquer pensaria exatamente da mesma forma), irrita-me profundamente como cidadão. Moreira terá as eleições ganhas, porque julgo que fez um bom mandato, mas deve evitar comportar-se como “dono dos votos”, porque o poder é efémero, embora muitos autarcas pensem que não.

 

 

Comments

  1. Paulo Só says:

    Toda a gente sabe que ser Presidente da Câmara do Porto é quase como ser o Napoleão. Sem o chapéu, evidentemente.

  2. Luís Neves says:

    Ele não quer abrir mão dos votos do PSD.
    dos votos das pessoas que normalmente votam PSD e não PS*

  3. José Peralta says:

    “As palavras da Secretária Nacional do PS são quanto a mim, normais e deveriam inteligentemente ser desvalorizadas por Moreira”.

    Totalmente de acordo com o seu texto ! A mim, também me parece que a “interpretação” abusiva das palavras de Ana Catarina Mendes, (e eu apoio um dos partidos da actual coligação, mas não sou do PS ) não passa de um mesquinho pretexto, uma “guerrinha de alcoviteira”, para o Moreira poder “cuspir no prato onde andou a comer” !

    Porque se ele não quisesse fazer chicana, baixa política, a interpretação possível, seria, por exemplo : – ” Se Moreira ganhar as eleições, a sua vitória, será também a do PS !”

    E relevo, também, o aproveitamento ignóbil, que um aldrabão coelho logo fez, não se dando conta do ridículo que é, a cada dia que passa, a “palavra” de um “morto”-vivo, em estertor !

    Nada de admirar o desespero de quem pressente o chão a fugir-lhe debaixo dos pés, prevendo que terá a breve prazo, de engolir “a bandeirinha” que, como insulto a uma maioria de Portugueses, continua a ostentar…

    • Paulo Só says:

      A independência conquista-se. Depende da coragem e da inteligência, vide Marcelo. Não é uma etiqueta pendurada, como muitos autarcas pretendem estar a descobrir agora. Até aquele gajo em Oeiras se intitula independente. Pode ser, mas há uns meses estava era na cadeia. O Rui Moreira já apanhou da TAP, e dos galegos, agora está a querer apanhar de quem? O Porto nunca precisou de Duques, será que agora precisa?

  4. JgMenos says:

    A chefe executiva da distribuição de tachos estava insatisfeita com a falta de garantias para a sua elevada missão.
    Os candidatos não lhe perdoariam a ineficiência – antes jogar na campanha eleitora, ainda que ‘amigável’…

    • Paulo Só says:

      O cavalheiro está a perder o gás. Muito fraquinho o seu comentário. Cheira a congelado, e sem gás nem tacho – como imagino que seja o seu caso – deve ser muito indigesto. E justificar efetivamente o seu mau humor profissional, mesmo se bem pago.

    • José Peralta says:

      Ó “menos” !

      Cada vez aprecio mais o teu sentido de “humor” !

      Um “humor esclarecido, inteligente, sagaz, sibilino”…

      …uivante, rastejante, prostituinte, cagante !

      Espero que a partir de Outubro, ele se mantenha, para gáudio cá da “gente” !

    • José Fontes says:

      O olharapo JgMenos nunca nos desilude.
      Está sempre operacional com a sua cassete habitual.
      E sempre vigilante, não vã as coisas descambar.
      Grande troll.

  5. A excitação do poder é uma coisa do outro mundo
    Rui Moreira desmanchou-se- deslumbrou-se.
    O PS, mais plural, tem já a sua proposta, e bem.
    Os cidadão do Porto que decidam. Têm propostas para escolher.

  6. Rui Naldinho says:

    Eu já escrevi isto, a propósito de um texto do Carlos Garcez Osório.
    Vou evitar repetir-mep, mas não sairei muito da tónica anterior.
    Rui Moreira sempre foi do PSD. Só quem não o conhece, o pode associar ao PS. A própria Elisa Ferreira, hoje PS, mas durante anos próxima do PSD na CCRN, ex esposa de um militante do PSD e ex candidato perdedor à CMP, contra Fernando Gomes, também nunca foi do PS. A própria Elisa Ferreira foi anos mais tarde candidata pelo PS à CMP.
    O PSD só perdeu o Porto por culpa de Pedro Passos Coelho. E perdeu Gaia pelo mesmo motivo. Tal como o PS perdeu Matosinhos para o “independente”, infelizmente hoje falecido, Guilherme Pinto, por culpa própria. Já não se pode dizer o mesmo com outras autarquias, onde ao fim de décadas houve mudança de autarcas, o que é natural. Tal como Braga, Vila Real, etc…
    O problema, infelizmente, é bem pior. Hoje o “jogo” autárquico tornou-se numa espécie guerra psicológica entre o Benfica – Porto; ou o Benfica – Sporting. Cada um deles a reclamar uma vitória aqui e acolá, mesmo sabendo que o protagonista nada tem a ver com o seu eleitorado.
    Depois admiram-se com o que aconteceu em França em que os partidos tradicionais foram varridos do mapa!

    • JgMenos says:

      Há uma crise nas agências de tachos.
      Muito vulgar em situações de management buy in pela clientela militante.

      • José Fontes says:

        Olharapo Menos:
        Há uma crise de inteligência da tua parte.
        E do mínimo de bom senso.
        E de vergonha na fronha.
        Não queira tratar a obsessão que ela torna-se crónica, se é que não está já nesse estadio.

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