Uma reportagem da RTP deu conta de que o Convento de Cristo em Tomar foi parcialmente destruído durante a gravação de um filme. Houve fachadas danificadas, telhas partidas, árvores cortadas no Claustro. Levaram para o interior do monumento dezenas de botijas de gás para fazer uma fogueira com mais de vinte metros de altura.
O Convento de Cristo é património protegido. É uma parte muito importante da História de Portugal e da nossa identidade. Mas também é verdade que hoje se pode perguntar: qual História? Qual identidade? O que é que isso interessa? Vale tudo.
Estive lá no Outono de 2013. Fui só para visitar a Mata dos Sete Montes que era o que e interessava mas como no domingo de manhã tinha entrada gratuita aproveitei para visitar o Convento.
Reparei que estava em obras de restauro e tinha lá afixado uma placa que aquilo era dinheiro de uns mecenas quaisquer. A minha pergunta é: o dinheiro que terão recebido do aluguer – suponho que tenham recebido bom dinheiro – será que vai dar para pagar os prejuízos e novos restauros?
E aquilo não é só património português, é património da humanidade. Mas de facto, infelizmente, hoje vale tudo.
Miséria moral…
Igual ao respeito que têm pela língua.
Não vejo grande diferença. Quando se fala de património edificado, alguns abespinham-se mais.
É certo que ninguém se alimenta de património, mas…
Era bom a RTP ou outra estação de televisão chamar, ainda mais, a atenção a este problema. O facto da estação pública já ter falado deste autêntico atentado ao nosso património é alguma coisa mas muito temo que seja pouco. Dou apenas dois exemplos: a aberração arquitectónica em que se transformou o Convento dos Inglesinhos, em Lisboa, e no concelho de Oeiras, um palacete do tempo do Marquês de Pombal, considerado património municipal, que foi demolido para dar lugar a um “mamarracho” de um condomínio privado que só é habitado por poucas pessoas…
E sito foi para um filme realizado por um “humorista”. Pergunto se ele tivesse tentado obter a mesma autorização para realizar um filme na Torre de Londers se lha teriam concedido, e caso tivessem, se ele se teria “atrevido” a fazer o que fez.
Concordo quando se diz que os responsáveis têm de responder por isto. O património histórico do nosso país não pode “estar a saque”.
Um país que não respeita e não faz respeitar o seu património colectivo é um país sem futuro.
A destruição do nosso património merece certamente o meu maior repúdio.
No entanto parece-me que também é muito importante que se investigue o que é denunciado no final da entrevista, ou seja, que alguns dos funcionários do convento têm vindo a roubar o Estado e os turistas…