Suponhamos

Vamos imaginar (um “suponhamos”) que as aspas foram para a calinada.

Actualização:
O autor complementou a sua nota com este texto:

PS: mandaram-me uma mensagem privada a chamar a atenção que estaria um erro ali no verbo supor. Não está. Se eu quisesse ‘suponhamos’ teria escrito ‘suponhamos’ – mas eu queria “suponha-mos” (e as aspas estão ali a fazer alguma coisa). Se nunca ouviram ninguém a pronunciar “suponha-mos” quando queria pronunciar “suponhamos” então parabéns, vivem na bolha certa.

Por acaso, está lá um erro, sim senhor, mesmo que intencional. Como estamos sempre a aprender, acabo de descobrir que o meu ouvido é demasiado duro para distinguir  “suponha-mos” de  “suponhamos”.

Comments

  1. José Peralta says:

    Com este “currículo” o que é que o seufertzinho havia de dizer ?
    (Nota – Já não consta da lista de deputados do CDS)

    O deputado do CDS Michael Seufert, estudante defende que os contratos para jovens que procuram o primeiro emprego deviam
    ser “mais flexíveis” e “isentos de contribuições para a Segurança Social”. Para este deputado, as empresas conseguiriam assim cortar 30% nos custos com o trabalhador, se os jovens ficarem fora da Segurança Social.
    Com 29 anos, é representante desta república? É gente desta que nos representa, e a quem pagamos elevados vencimentos, na Assembleia da República?
    São estes parasitas quem nos comandam, que passaram o tempo da universidade em festas a embebedar-se… e agora vomitam na Assembleia?
    E é também este de-pu-ta-do, com o 12º ano, que tem a cara de pau de defender exames para professores contratados?!!!!!

    Pasme-se perante as habilitações!
    •Nome Completo: Michael Lothar Mendes Seufert
    •Data de Nascimento: 1983-04-15
    •Habilitações Literárias: Ensino Secundário.
    • Frequência de Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores – Ramo Telecomunicações – Redes de Dados
    • Frequência de Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores – Ramo Telecomunicações – Redes de Dados (agora alguns mestrados são integrados, fazem parte da licenciatura, e podem ser frequentados)
    •Profissão: Estudante
    •Comissões Parlamentares a que pertence:
    Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública [Suplente]
    Comissão de Educação, Ciência e Cultura [Coordenador GP]
    Grupo de Trabalho – Parlamento dos Jovens
    Grupo de Trabalho – Regime Jurídico da Partilha de Dados Informáticos

    CURRÍCULO PROFISSIONAL:
    1.Guia Turístico (Sandeman & Cia, Sogrape Vinhos SA),
    2.1999-2009 Deputado à Assembleia de Freguesia de Campanhã (Porto),
    3.2005-2009 Deputado à Assembleia de Freguesia de Nevogilde (Porto),
    4.2009-2013 Presidente da Juventude Popular, 2009-2011.
    currículo no parlamento e – na Wikipédia..
    É o maravilhoso mundo da auto-formação. Um Relvas, que nem se preocupou em disfarçar, agora mais este? Aos 47 anos este personagem aparecerá licenciado e doutorado por equivalência. Mas as coisas serão feitas com mais cuidado, pois eles aos longo dos anos aprimoram os seus esquemas. Lá está, aprendem depressa, e assim roubam cada vez mais e melhor, enganam e mentem mais e melhor. É essa a sua vocação e formação.
    Já existe uma petição para o demitir. “Demissão do deputado Michael Lothar Mendes Seufert por falta de qualificações para desempenhar as tarefas que lhe foram atribuídas.”
    Claro que não vai adiantar nada porque quem valida as petições são os deputados, mas o povo ilude-se a brincar à democracia.

    Acesse a Postagem Original: http://apodrecetuga.blogspot.com/2014/01/deputado-do-cds-com-o-12-ano-acha-que.html#ixzz4lfxIgV3a

    • Fernando Manuel Rodrigues says:

      Uma resposta tão longa, e depois termina com uma frase em que três palavras são quatro asneiras:

      Escreveu: “Acesse a Postagem Original:”. O correcto em Português é “Aceda à publicação original”.

      Traduzindo:
      1. Acessar não existe em Português de Portugal – o verbo é Aceder.
      2. Postagem também não existe (a não ser noi “linguajar” da Internet (vulgo “na Net”). O termo correcto é Entrada ou Publicação. E como está no meio da frase, é sem maiúscula.
      3. Original tamém está com maiúscula. Como não se trata de nome próprio, deve igualmente ser escrito com minúscula.

      Não conheço o Michale Seufert, nem sou sequer simpatizante ou próximo do CDS. Também não gosto de “Jotas” nem “jotinhas”. Mas cada coisa no seu lugar. Parece-me que aqui se reeditou a “gafe” dos DAMA, quando corrigiram a “ex-fã”.

  2. Anasir says:

    A ignorância da nossa gramática é uma tristeza… Ainda maior quando é evidenciada por um dos nossos representantes no poder, como um deputado… 🙁

    • SI MI LA RE says:

      O articulista diz claramente que o erro foi intencional. Ouve-se isto a tantas pessoas. Vamos ao que interessa. E se lá estivesse o Portas,
      com ou sem gramática ?

  3. Pedro Loureiro says:

    O mais certo é de propósito, daí as aspas…

    • Pedro Loureiro says:

      *ser

    • José Fontes says:

      As aspas são outra coisa, nada têm a ver com o erro gramatical, significam um uso metafórico ou diferente do habitual da palavra.

      • Nefertiti says:

        Isso deve ser lá na escola de estilo onde aprendeu, ó Fontes. Usar aspas para um uso diferente da palavra ou para figuras de estilo é exactamente o que faz o deputado. As aspas usam-se para citações. O ressto é mau estilo. Se se usa uma palavra deve assumir-se o uso dela. Nao fazem falta aspas. As metáforas não são para vir com tabuletas. Era linda a literatura inteira pejada de aspas para os leitores perceberem que não era para levar a letra.

        • José Fontes says:

          Nefertiti:
          Está a misturar o uso coloquial da linguagem com o uso literato.
          Eu referia-me ao primeiro, que se dirige a todas as pessoas, as que percebem as metáforas e as outras.
          Neste uso coloquial o que eu disse faz sentido.
          Outra coisa é o erro gramatical do deputado, que é useiro e vezeiro em coisas semelhantes.
          Eu não o tentei desculpar, ou não percebeu isso?
          Se não percebeu, não fui claro no que escrevi.

          • Nefertiti says:

            Não estou a misturar absolutamente nada. Estou a dizer-lhe quais as regras da língua. As regras científicas e filosóficas globais da língua. De qualquer língua, leia por exemplo o que diz Agamben acerca do uso das aspas, o que dizem os linguistas.

            Se quer usar uma regra local, criada por si e usada pelos seus amigos e próximos nas redes sociais isso é consigo e com eles, mas não espalhe pir onde passa a ignorância acerca dis códigos universais de escrita.

            Fale do que sabe em vez de falar do que lhe parece, que o mundo tem mais ciência do que a do utilizador irreflectido da palavra de café.

          • Nefertiti says:

            Repetido, sem gralhas em palavras e na pontuação:

            «Não estou a misturar absolutamente nada. Estou a dizer-lhe quais as regras da língua. As regras científicas e filosóficas globais da língua. De qualquer língua, leia por exemplo o que diz Agamben acerca do uso das aspas, o que dizem os linguistas.

            Se quer usar uma regra local, criada por si, e usada pelos seus amigos e próximos nas redes sociais, isso é consigo e com eles, mas não espalhe por onde passa a ignorância acerca dos códigos universais de escrita.

            Fale do que sabe em vez de falar do que lhe parece, que o mundo tem mais ciência do que a do utilizador irreflectido da palavra de café.

    • Nefertiti says:

      Como é óbvio. Se tivesse escrito correctamente lia-se bem em vez de se ler do modo errado habitual – o “supônhamos”, grafia que preferiria.

  4. Nefertiti says:

    Onde há dificuldades é na capacidade de leitura.

    Leia lá a palavra suponha. Como soa? E a seguir, com ou sem hífen, leia o mos. Como soa se ler tudo seguido? Suponha mos.

  5. Nefertiti says:

    Mas a sua leitura pode dever-se a não conhecer esse modo errado de pronunciar a coisa.

  6. Com esta gritante falsa de segurança é melhor pedir ajuda à ONU. Uma vez que não temos dinheiro para tamanha responsabilidade. Demitir o ministro nada resolva a menos que ele vá pessoalmente guardar os paióis.

  7. Ricardo Ferreira Pinto says:

    “É um supônhamos”.
    Não me digam que nunca ouviram esta expressão.

  8. Fernando Manuel Rodrigues says:

    De facto, as aspas estão lá para evidenciar a pronúncia. Eu próprio uso muito essa “chalaça”, por exmeplo, quando quer enunciar uma hipótese que à partida acho absurda, por vezes inicio a tirada com: Isto é um “supônhamos” (o Michael Seufert escolheu escrever “suponha-mos”, mas a intenção e a mesma).

    Tanto alarido por coisa tão pouca, quando vemos gente por aqui a escrever em acordês, ou a escrever neologismos tirados não sei de onde e a despropósito (tipo “posta” em substituição de “post”), e coisas que tais, sem que ninguém se manifeste.

    • Nefertiti says:

      Posta é mil vezes preferível ao inglês post. Ou também escreve football?

      • Fernando Manuel Rodrigues says:

        Posta é um naco de peixe. Não é preferível a “post”, porque a segunda palavra tem um significado, facilmente apercebível, e tem a vantagem de já existir antes de haver Internet. A primeira é uma mera transliteração feita por imbecis, os mesmos (ou da mesma origem) que também criaram “acessar”, “deletar”, “mixar” e outras chafurdices do género. Acho graça alguém que acima dissertou sobre a filosofia da língua a propósito do uso das aspas vir agora defender “posta” em vez de publicação. Mas enfim…

    • Nefertiti says:

      E as aspas em chalaça são para quê? Quer explicar a necessidade? A palavra não existe, está a citar alguém?

      • Fernando Manuel Rodrigues says:

        As aspas são para sublinhar o facto de, no caso, “chalaça” estar empregue com um intuito sarcástico. Infelizmente, parece que lá onde lhe ensinaram Português se esqueceram de lhe dizer que a língua é viva, e as aspas, aqui na Net, servem para substituir outras formas de destaque gráfico que não estão acessíveis (como negrito, itálico, etc.) que poderiam ser usadas num texto com formatação mais evoluída, dispensando, aí sim, o uso das ditas.

        É por isso também que n aNet começaram a proliferar os “emoticons” (as aspas aqui são também para substituir o itálico, que não existe – e já agora espero que nenhum novo-rico se lembre de aportuguesar a palavra com mais uma transliteração ridícula, como aconteceu com a “posta”).

        Percebeu, ou quer que lhe faça um boneco?

        • Nefertiti says:

          Ai era sarcasmo, o menino precisa de marcar o texto para lhe percebam o sentido? Claro, que o leitor é burro e a capacidade do autor usar a escrita para dizer o que quer é fraquita. Já Camões e Vieira encheram os poemas de negritos e smiles que era para lhes toparmos as metáforas.

          Ainda bem que a língua é viva. Infelizmente, a alfabetização de Fernando Manuel Rodrigues morreu quando teve e entender texto. Lá conclui que eu defendi o uso de posta contra publicação, quando o que eu disse era mais valer posta do que post. A língua é viva e a internet trouxe novidades. De qualquer modo regista-se que os emoticons serviram para mudar os paradigmas da escrita, já os neologismos internéticos não são aceitáveis. Só os desportivos, imagina-se.

  9. Fernando Manuel Rodrigues says:

    Já agora: O primeiro comentário termina com um “Acesse a Postagem Original:”. O correcto é “Aceda à publicação original” – isto se for escrito em Português. Mas, claro, em brasileirês, ou em acordês, qualquer coisa serve – a regra é escrever-se como se diz…

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