Os vândalos do costume…

Aconteceu em Barcelona, mas pode ultrapassar fronteiras e chegar a Portugal mais depressa do que imaginam. Um grupo de lunáticos decidiu assustar turistas, como forma de protesto pelo que consideram ser a morte dos bairros. É bom que os autarcas e demais poderes ponham rapidamente cobro à bardinagem utópica dos que apenas reclamam direitos sem reconhecerem deveres, porque existem formas de fazer política, mas esta não é uma delas…

Também em Portugal não falta gente pronta a apontar o dedo ao turista, que consideram culpado pelo aumento das rendas nas grandes cidades, como se viver no centro histórico de Lisboa ou Porto fosse um direito natural, pelo qual não se tem que pagar. Culpados pelas filas para visitar museus e monumentos, agora modernizados e revitalizados com o dinheiro de quem nos visita, ao invés dos tempos de abandono a que foram votados pelos nativos anteriormente. E como se não bastasse, em boa parte ao turismo deve o governo e partidos que o apoiam ter conseguido o milagre de equilibrar as contas públicas.

Comments

  1. outro post alucinado, almeida? says:

    eis que o alucinado liberal vira o bico ao prego. quem quer direitos sem deveres é quem anda a matar a galinha dos ovos de ouro. quem faz a apologia cega do turismo.

    os efeitos do “vale tudo” fazem-se sentir em várias cidades europeias precisamente por não se ter regulado a questão dos alojamentos locais como deve ser.

    mas é inútil explicar a história da galinha dos ovos de ouro aos liberalóides: eles ainda hoje acham que o dono fez bem em matá-la.

    quem está a proteger o turismo é quem pede regulação. mas bem sei, como bom liberalóide o sr. almeida pensa que o curto prazo é que conta. depois outros pagarão a factura.

  2. Lu Pisarro says:

    Excelente artigo !

  3. :) :) :) says:

    É bem verdade que a baixa de Lisboa, está a cair de pobre porque ninguém pegava nas “massa” para mudar uma canalização.
    Como há turistas, é ver edifícios inteiros para não dizer quarteirões a serem totalmente modernizados para hotéis para alojar os milhares de turistas que nos visitam. E durante a noite?
    Às 21.00 h. não se via ninguém nas ruas e agora? Huuuummm?
    Portuga é assim mesmo sempre a dizer mal do que se faz ou não faz…
    Querem o dinheiro dos turistas, mas não querem arcar com o trabalho que dá ganhar dinheiro.
    Suponho que no Porto ou Coimbra, etc… seja semelhante.

    • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

      Não. A situação no Porto é bem diferente e bem pior para o portuense. Passam reportagens na televisão que são claras quanto ao modo como alguns portuenses são tratados. Chegam a existir tentativas de despejo para que as casas sejam posteriormente recuperadas para serem utilizadas por turistas.
      Eu não tenho nada contra a recuperação do património, mas tenho contra a especulação e contra a segregação de pessoas o que, na minha cidade, começa a adquirir focos de escândalo.

      • JgMenos says:

        Espera um pouco e já aí vou recuperar umas casas para manter rendas de 70 euros por mês!

        • Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

          Eu espero, embora a sua intervenção não passe de uma boca…
          Concluo que para si, as casas terão de cair todas de podre, pois a lei, como deve saber, não permite aumentos de renda que se coadunem com eventuais obras.
          Mas isso, é um problema do Estado e das Autarquias que, na ânsia dos votos … nem as pensam. Não há coragem para dar a volta a isso e ficamos à espera que surja um D.Sebastião – neste caso o turista – que venha resolver aquilo que os políticos não querem resolver por falta de coragem política.
          E o JgMenos, acompanha-os. Bravo.

        • Paulo Marques says:
  4. Paulo Marques says:

    Que pândegos, ficam sem casa, sem lojas, sem transportes, mas ficam com o barulho, a poluição, os insultos… não se percebe porque não agradecem.

  5. :) :) :) says:

    Fique a saber que na baixa de Lisboa há freguesias que detinham mais de 5 mil eleitores e antes da União de Freguesias só a freguesia de S. Nicolau tinha (ou tem) 700 votantes quase todos a caminho do cemitério.
    Portanto, não venha com conversa para boi dormir, porque a baixa estava morta e até as lojas estão quase todas nas mãos dos Bangladesh….
    Se prefere uma baixa à noite com vadios e assaltantes é problema seu.

    • Albino says:

      Sabe que estes pandegos são contra tudo o que é Capitalismo. Se o turismo fosse planeado centralmente pelo “todo o poderoso estado” que tanto querem até a regular quantas pinocadas tem direito a dar já, estava tudo bem.
      Já viu que se os mini capitalistas que ousaram meter a mão á obra, ficam financeiramente independentes e não precisam dos favores do estado ? Páginas tantas já não votam na esquerda…
      O Socialismo alimenta-se dos pobres e da pobreza , há que produzi-los no maior número possivel…

      Albino

      • Paulo Marques says:

        “Já viu que se os mini capitalistas que ousaram meter a mão á obra, ficam financeiramente independentes e não precisam dos favores do estado ? ”

        Ficam? Ninguém nota, andam todos atrás de subsídios para investimento, seja na recuperação de edifícios, Portugal 2020, impostos mais baixos por cada investimento que fazem, PPP, CMECs, contractos de associação, entre muitas outras formas, a mais importante da qual é a consultadoria. Independência não vejo nenhuma.

        • Paulo Marques says:

          E não é que depender do estado seja necessariamente mau, é só com investimento do estado que há inovação, daquela que cria coisas novas que caiu em desuso.

  6. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    Independentemente do respeito que tenho pela ideia focada no post, a verdade é que os autarcas terão que perceber que estão a matar a “galinha dos ovos de ouro” que é o Turismo.

    Já ouvi alguém dizer que o “País está melhor, embora as pessoas possam não estar”, mas repugna-me a ideia do País sem pessoas.
    Pois é justamente o que se está a passar com o Turismo. Vivemos uma época alta onde os autóctones, simplesmente não contam.
    Falo do Porto., independentemente se em Lisboa, Setúbal, Aveiro , …., se passe ou não o mesmo,
    Concretamente no caso do Porto, os cidadãos – goste-se ou não, são parte integrante da cidade. O que se está a passar com preços e alojamentos é uma vergonha. Pouco falta para que o portuense seja afastado definitivamente da cidade, para que esta possa ser uma cidade de turistas.
    Parece-me que a autarquia ainda não percebeu – não me espanta, sinceramente – que o Porto, nomeadamente, é indissociável dos seus cidadãos.
    Esta obsessão pelo turismo e pelos euros que hoje se verifica, é um perfeito veneno que acabará por matar, à nascença, um Património Mundial.
    É altura de reflectir e dizer claramente o que pretendemos. Mas entregar a cidade aos turistas em detrimento do cidadão, com todo o respeito que tenho pelos turistas, definitivamente, não!!!

  7. :) :) :) says:

    Já em Madrid se dizia o mesmo há 40 anos…
    Em Portugal, quantos anos andamos a dizer mal do Alqueva (barragem)? 30 anos a dizer que não se devia construir. Agora há água no Alentejo para regadio de milhares de hectares.
    Aqui é o mesmo problema. Não se deve fazer porque as populações são atiradas para a periferia e o centro fica descaracterizado. E depois ? Então agora já não vale a lei da oferta e da procura?
    Me parece que há uns portugas que querem sol na eira e chuva no nabal.
    Já repararam no que seria a Ilha da Madeira e os Açores sem o turismo?
    Preferem a pobreza o típico à maneira de Salazar e Passos Coelho? Uma enxada nas mãos e umas couves na horta. Balha-me Deus….Portuga será sempre o mesmo…

  8. doorstep says:

    “No longo prazo, todos estaremos mortos…”

    John Maynard Keynes

  9. doorstep says:

    Se repararem., a maior parte dos turistas que deambulam têm um ar aperroado, de quem carrega as misérias infligidas pelos devedores, que nem os jurozitos vão esportulando.

    A ideia de os “assustar” até tem valor, pois pode inserir-se numa dinâmica de dar pica (pika!) às estadias dos ditos, facultando-lhes matéria para contarem às famelgas nas nórdicas noites de inverno.

    Que R.I.P.em…

  10. Rui Naldinho says:

    Portugal é um país que tem beneficiado do turismo para repor a economia no caminho do crescimento. Se não fosse este sector, a atual taxa de crescimento, a rondar os 2,5%, estaria concerteza mais longe desse número.
    Beneficiamos da insegurança nos outros Estados. Numa primeira fase do Magrebe e Médio Oriente, Turquia incluído. Mas também da Europa onde nos inserimos. Este é aquele momento em que o bom senso tem de imperar de todas as partes. Falo de Portugal, claro.
    Infelizmente para eles:
    “O mal deles pode ser o nosso abono de família”.
    Só faltava, arranjarmos nós lenha para nos queimarmos, já que o terrorismo nos tem poupado. Sim, não se esqueçam, eles não nos dão grande importância, e isso nalgumas circunstâncias, até pode ser bom. Não lhes abramos as portas, fazendo nós de terroristas de trazer por casa.
    Se estivéssemos à espera do nosso Serviço de Segurança Nacional, ditas Secretas, para nos garantir sossego, bem estávamos como o SIRESP, “cagar e a tossir”.
    O importante não é o BOOKING, os AIRBNB, entre outras plataformas de aluguer de camas. O problema é a ilegalidade de alguns oportunistas, cujo aluguer é feito fora das regras do mercado. E lembrem-se que há cerca de 20% de alugueres ilegais. Comecem por aí, e deixem os outros trabalhar e ganhar o seu dinheiro de forma honesta.

  11. Se este método não funcionar deverão começar os atentados à bomba.
    Será altura de contratar ex-operacionais da ETA para dar formação de qualidade a estes jovens.

    Rui SIlva

  12. Paulo Só says:

    Não há razão para que não seja possível conciliar turismo com qualidade de vida dos moradores, e respeito pela cidade. As entidades públicas deveriam servir para isso. Aprendamos com os erros dos outros. Se não fizer essa conciliação todos perderemos, os locais e os turistas.

    • Rui Naldinho says:

      Sou um consumidor de Produtos vendidos na plataforma AIRBNB. Mas sou apenas consumidor, não empresário.
      Faço férias nestes moldes há quatro anos. Nunca tive um único problema que fosse.
      Nos hoteis já enfiei velentes barretes. Desde Hoteis com o Certificado de Qualidade Turistica, que não velem uma boa Pensão dos anos 60.
      Não se pode colocar tudo no mesmo saco. O problema são os ilegais. Mas aí cabe à autarquia fazer o seu trabalho.

  13. teste says:

    assalataram um autocarro? e quanto é que roubaram?

  14. Paulo Só says:

    Acalmem-se, a água está a acabar. Entre os incêndios e o deserto alentejano não sobrará nada. Em breve já não haverá turistas.

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