O fogo e os submarinos

Imagem via Yronikamente

Ou as prioridades de um país que continua a arder todos os anos, violentamente, sem estratégia ou meios adequados. A culpa morre solteira, as árvores e os animais morrem carbonizados, as clientelas enchem os bolsos e quem vier a seguir que feche a porta.

Comments

  1. Konigvs says:

    A problemática dos incêndios NADA tem a ver com os meios de combate, até porque, com tantos meios, as ordens são “protege as casas (que continuam a arder) e deixa arder o resto”.
    Há 60 anos os meios de combate aos incêndios eram sacholas e os ramos das árvores que se cortavam para os apagar, e não haviam incêndios.
    Na capa do Diário de Notícias de hoje percebemos muito bem uma das razões para o estado de coisas em que estamos. E nada mudará por mais submarinos e aviões que se comprem.

  2. Se bem compreendo o texto, lança-se a ideia de algum tipo de negociata associada ao chamado combate aos incêndios, à semelhança da compra dos submarinos. Estranha designação, “combate” como se os incêndios fossem dotados de lógica.
    No caso dos submarinos, ou seja da sua utilidade sou de opinião que são importantes para a defesa do nosso território. Agora não tenho capacidade para ajuizar se deveriam ter esta ou aquela característica. Quanto à compra, parece evidente que houve gente que se abotoou a muita massa à conta da coisa pública que juram defender, hi hi hi.
    No caso dos incêndios tenho a convicção que à interesseiros em que acontecem.
    Serão as empresas que alugam os aviões que fazem contratos com o estado e porventura vêem a factura subir se arder. As empresas que fornecem os bombeiros ganham se aumentar a quantidade de equipamento a substituir pelo desgaste do tal combate que de outra forma não seria necessário.
    Alguém da política afirmou que, com certeza, não seriam mãos bondosas a atear fogos excluindo-se a existência e organizações criminosas no origem dos incêndios.
    Parece-me que quando se está a analisar um fenómeno nada deve ser excluído.
    O ano passado ardeu o Norte mais na zona Litoral. Este ano o Centro. Para o ano arderá o Sul, como já ardeu há uns anos.
    Depois voltará a ser o Norte.
    Uma curiosidade: Porque não ardeu de novo o Norte Litoral? Melhores “meios para o tal combate”?
    Tenho a aspiração de que neste país seja possível fazer a promoção da floresta laurisilva, a prevenção dos incêndios para não se gastar no tal combate, perdendo-se património de todos.

    • Nefertiti says:

      Há motivos para os ardores mudarem em cada ano. Em Vila de Rei há grandes incêndios sensivelmente de 13 em 13 anos. É o tempo de a floresta reganhar carga. Depois de cada incêndio os eucaliptozinhos que nascem não ardem tão bem como os eucaliptozões. As folhas tenras estão cheias de água ao contrário das folhas maduras.

  3. Marco Santos says:

    Obrigado pela partilha do rabisco.

  4. Tom Jobim says:

    Mas este ano estamos a ter fogos muito mais violentos e atípicos. Não está arder grandes áreas de eucalipto, mas sim de pinhal e terreno agrícola. Todos nós sabemos que as celuloses querem aumentar a área de produção de eucalipto para o dobro ou o triplo uma forma de manter os preços muito baixo ao produtor, na linha do que acontece com a produção de leite, a produção da carne suínos, ou a produção de batata etc. etc. … As politicas neoliberais levam a que os lucros sejam astronómicos para os chantagistas , mas para os produtores cada vez recebem menos pelos seus produtos, cada vez aumentam mais a área de produção para manter o rendimento. Mas isso tem custos associados, porque cada vez mais tem de usar agrotóxicos e com isso cada vez mais vamos morrer de cancro e de outros doenças associadas ao consumo destes produtos… Enquanto os portugueses não se capacitarem e deixarem e dar cobertura e apoiar os interesses individuais em detrimento dos coletivos as coisas tem tendência a piorar e não a melhorar. Todos nós podemos podemos contribuir se andarmos mais atentos.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading