Quem te não viu anda cego
DOC: Symptoms, ma’am, symptoms.
SALEM: Symptoms!
SONNY: Things that show on the outside what the inside might be up to.
— Sam Shepard, “La Turista”
O penalty é penalty.
— Rodolfo Reis. 27/8/2017
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Durante as férias, depois dos arredores de Putzu Idu, algures em Portugal, porque era efectivamente sábado e se calhar havia vento de Gibraltar,
apareceu-me este texto de Vítor Serpa, director do jornal da irresponsável resistência silenciosa.
En passant, acho deliciosa a avaliação “excelente”,
feita pelo director do jornal A Bola, de um trabalho “apresentado com rigor”,
segundo o próprio (com um pequeno problema de concordância), pela redacção do jornal que dirige.
É contra atitudes destas, ou seja, atribuição (encapotada ou expressa) de um valor ao nosso trabalho e publicitação dessa avaliação, antes da apreciação de terceiros, que em última análise e preferencialmente a ciência prevalece sobre a crendice e as relações públicas.
Foi igualmente pelo primado da liberdade de expressão sobre a resistência silenciosa que Abril (com maiúscula, sempre) se fez. Todavia, há quem prefira resistir silenciosamente. E há quem simultaneamente exerça esse tipo de resistência, atribuindo valor (ainda por cima, o mais elevado) ao seu próprio trabalho, de forma tão rápida que nem dá tempo ao Clint Eastwood para limpar o sebo aos maus da fita.
Curiosamente, ao ler esta parte do texto de Serpa,
lamentei imediatamente que o autor andasse a perder tanto tempo com a instituição Sporting e o presidente Bruno de Carvalho, em vez de se debruçar sobre a sua própria instituição e sobre si próprio, pois este excerto reflecte muito bem (excepto, porventura, a parte dos “milhões de cidadãos”: contudo, milhares serão, certamente) o papel nocivo desempenhado pelo jornal A Bola no processo ortográfico em curso, devido a uma atitude que de exemplar (pelo menos, actualmente, ou seja, no século XXI) nada tem.
No artigo aludido, Serpa debruça-se sobre “uma geração rasca”. Exemplos do jornal A Bola, em cujos textos (alegadamente) se adopta o AO90, dão-nos claramente a imagem de uma grafia sem qualidade, reles, enfim, rasca. O contributo do jornal A Bola para a grafia rasca actualmente adoptada em Portugal inclui os nossos bem conhecidos contatos e fato. Efectivamente, ninguém pára este disparate ortográfico.
Quanto à grafia rasca no sítio do costume, regresso de férias e, efectivamente, tudo continua como dantes.
Ainda bem que há um “geral acatamento”.
Exactamente.
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Excelente.
Efectivamente, excelente…
“As horas de contato dependem da optativa”… Então não deveria ser “otativa”? (hi, hi, hi). Porque é que deixaram aquele P? Mania de complicar…