E lições de moral sobre o caso Portucale, deputado Carlos Costa Neves? Também tem alguma para dar?

Foto via Dinheiro Vivo

Carlos Costa Neves, que foi quase ministro daquele segundo governo Passos/Portas que morreu à nascença, foi o escolhido para comentar a entrevista de Azeredo Lopes, no que ao caso Tancos diz respeito:

Não sabemos bem como é que podemos classificar esta situação, porque ela é de tal maneira grave, que as palavras “ridículo”, ou que a palavra “um jogo”, ou que a palavra “não saber para onde é que se vai”, não chega. (…) Nesta próxima semana, o PSD, na Assembleia da República, e no exercício daquilo que são as suas responsabilidades em democracia, vai tudo fazer para que isto se esclareça, e para que sejam assumidas responsabilidades. Há responsabilidades políticas neste caso e nós não deixaremos de partilhar com os portugueses aquilo que se souber.

Sim, a entrevista de Azeredo Lopes tem muito que se lhe diga, e o ministro fez uma triste figura. Mas é irónica, a escolha de Costa Neves, para dar esta lição de moral ao governo. É que, ao fim destes anos todos, eu também não sei como classificar aquele frete que o então ministro fez ao BES, em conjunto com Nobre Guedes e Telmo Correia. E não me lembro do PSD estar tão empenhado no “exercício daquilo que são as suas responsabilidades em democracia“, bem como no esclarecimento e no assumir de responsabilidades do polémico Caso Portucale, que eram, tal como neste caso, responsabilidades políticas.

Já era tempo do PSD e de Costa Neves partilharem com os portugueses aquilo que sabem sobre aquele despacho, aprovado com o governo do qual fazia parte já em gestão, e a poucos dias da tomada de posse do governo Sócrates, que resultou no abate de milhares de sobreiros, que, legalmente, só poderia ser autorizado para dar lugar a projectos de imprescindível utilidade pública, como hospitais, auto-estradas e barragens, ou projectos agrícolas de grande interesse para a economia nacional. Não era o caso. Mas era o BES quem mais ordenava. Ordenava de tal forma que, juntamente com os seus colegas, Carlos Costa Neves mentiu ao país, alegando no despacho por si assinado que o empreendimento se revestia de “imprescindível interesse público“, invocando um parecer do ICN que afinal não existia. Uma excelente escolha para dar lições de moral a Azeredo Lopes, portanto. Este PSD não facilita.

Comments

  1. Lições de moral, não sei se tem, mas lições de morfologia tem. Aquela das palavras “um jogo” e “não saber para onde é que se vai” deixa qualquer um às aranhas: serão substantivos, adjectivos, conjunções,…?

  2. JgMenos says:

    GRRR…abocanhar o mensageiro, sempre o melhor argumento geringonço…e se não for com a verdade sempre vale,de estímulo à canzoada.

    • ZE LOPES says:

      Pois vale! Estou-te até a sentir bastante estimulado! Vai Menos! Caça!

    • Já não falo mais contigo Menos. Quando eras só parvalhão ainda te aturava,agora que assumiste o teu apreço por ditaduras violentas, fiquei com medo que me pintem uma suástica à porta de casa. Não sabia que haviam facho-liberais no PNR.

  3. Mais um passarola. Este já é conhecido…Ética? Pois! Estamos conversados

  4. A universidade de Castelo de Víde está a ser um quebra cabeças para o PSD, com populismo e demagogia barata, não se vai longe ao fim de algum tempo, a amostra está a vista…

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