Descongelamentos, aumentos, feira de Beja, olho do cu

No Público de hoje, está esta nota, que faz parte da rubrica “Orçamento de 2018 explicado em dois minutos”.

Vejamos: primeiro, o Público diz-nos que os funcionários públicos “terão direito a ser colocados no correspondente patamar remuneratório”. Convém lembrar que os funcionários públicos, há vários anos, tiveram direito a congelamentos de carreiras e a cortes salariais. Na realidade, graças a engenharias várias, foi possível fazer com que os mesmos funcionários públicos ficassem mais longe do topo da carreira e passassem a ganhar menos.

Vamos lá a uma parábola: o menino Joãozinho comia, todos os dias, quatro batatas. Um dia, os pais passaram dar-lhe só duas batatas. Passados dez anos, os pais anunciaram ao menino que iria ser aumentado, porque passaria a comer três batatas por dia. Estranhamente, o senhor João (Senhor João? Pois, passaram dez anos!), protestou:

– Chamam aumento a uma reposição? E as batatas todas que eu não comi durante estes dez anos e que vocês andaram a meter ao bolso, que aquilo está cheio de moscas? Nem sequer voltei às quatro batatas… Aumento?! Vocês andam mas é a confundir a feira de Beja com o olho do cu, pá!

Os pais, ofendidos com a linguagem, embatucaram. Realmente, o senhor João deveria ter muito mais cuidado com a linguagem: é que passar a ganhar mais do que se ganhava é, evidentemente, um aumento. Até os jornais de referência, como o Público, dizem que sim.

 

Comments

  1. FSantos says:

    Acho que sete anos de cortes, sete anos de estagnação na carreira, outros tantos de taxas e sobretaxas de IRS, mereceriam outra perspetiva por parte de um governo socialista utópico…isto de dizerem que nos aumentam é, mesmo, uma fraude…uma mentira enorme e torpe…tiram-nos tudo anos a fio, com a promessa de equilíbrio…o equilíbrio chega e, afinal, aquilo que descontámos será, em 2018, esquecido…Kosta: o mágico 😐

    • Carlos Correia says:

      Não te esqueças de dar o excedente a uma instituição de solidariedade social. De certeza que agradecem o contributo.

  2. Moral da história: os funcionários públicos continuam a ser roubados. A diferença entre os palhaços da direita e os palhaços da esquerda é a mão com que nos vão ao bolso.

  3. Ora aqui está um análise de grande profundidade técnica sobre finanças públicas.
    Ainda dizem que aqui no Aventar não existam comentadores com nível intelectual para analisarem os problemas !

    Rui Silva

    • António Fernando Nabais says:

      Ora aqui está um comentador que confunde um texto sobre jornalismo com uma análise das finanças públicas. Dito de modo mais técnico: trata-se de alguém que confunde a feira de Beja com o olho do cu. De modo mais literário: confunde género humano com Manuel Germano.

      • Um texto profundo sobre jornalismo para adiantados mentais:

        Vamos lá a uma parábola: o menino Joãozinho comia, todos os dias, quatro batatas. Um dia, os pais passaram dar-lhe só duas batatas. Passados dez anos, os pais anunciaram ao menino que iria ser aumentado, porque passaria a comer três batatas por dia. Estranhamente, o senhor João (Senhor João? Pois, passaram dez anos!), protestou:
        – Chamam aumento a uma reposição? E as batatas todas que eu não comi durante estes dez anos e que vocês andaram a meter ao bolso, que aquilo está cheio de moscas? Nem sequer voltei às quatro batatas… Aumento?! Vocês andam mas é a confundir a feira de Beja com o olho do cu, pá!

        Rui SIlva

    • ZE LOPES says:

      O menino não seja tão sobranceiro! Já sabemos que, lá nos blogues onde é muito considerado, existem sumidades em finanças públicas! Pode, facilmente, voltar para lá!

      Ou seja: se não gosta das batatas, coma só o avôzinho!

      Cumps! Cumps! Cumpspumps! maldito catarro!

  4. Alguém sabe se ainda há mato para arder?

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