“Uma coisa é um isto”
Heidegger
Na escala do grotesco, só o Presidente disto alcançou resultados superiores aos do Governo. Letrado como ninguém na filosofia dos malditos, de Maquiavel a Napoleão, passando por Átila, Nero ou Himmler, cujas vidas certamente conhece como as palmas das suas mãos, o senhor Presidente disto ofereceu, sobre as brasas de um país extinto, um espectáculo único de cinismo e uma lição de baixa política como há muito não se via.
O senhor Presidente disto instrumentalizou de modo rasteiro, grotesco e sumamente hipócrita os últimos homens e mulheres de Portugal onde morou a dignidade humana, eremitas de um país morto e risível, vivendo entre cabras e montes onde aguardam com paciência infinita a chamada do Altíssimo. Antes que essa trombeta soasse, os bichos urbanos decidiram extinguir-lhes a alma pelo fogo, fazendo nele também arder os seus últimos trastes terrenos – o casebre, o cão, a sachola, as ovelhas, a macieira antiga. Até as panelas.
Esta gente não merecia a falta de respeito e o canibalismo político-mediático do mais alto magistrado desta espelunca astral, prestidigitador exímio das emoções, especialista reconhecido no abraço do urso.
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Quando eu vim para esse mundo
Eu não atinava em nada
Hoje eu sou Presidente
Marcelo é, meus camaradas
Eu nasci assim eu cresci assim e sou mesmo assim
Vou ser sempre assim Marcelo, sempre Marcelo
Quem me batizou quem me nomeou
Pouco me importou é assim que eu sou
Marcelo sempre Marcelo
Eu sou sempre igual não desejo o mal
Amo o natural etc e tal
De: Gabriela, Cravo e Canela
Presumo que o Bruno Santos já estará à espera dos comentários cordatos que aí virão…
Aproveito para partilhar o texto mais lúcido e implacável que li sobre os incêndios e que também aborda o aproveitamento político e mediático (embora não fale directamente do presidente), mas que vai ainda mais além:
http://www.comunidadeculturaearte.com/o-fogo-que-arde-em-lisboa/
Saudações cordiais,
Álvaro Fonseca (Lisboa)
Cumprimentos
“Canibalismo político-mediático”.
Na mouche.
Marcelo anda tão obcecando em tornar-se a antítese de Cavaco que nem pausa para se olhar ao espelho
É discutível…As pessoas que o recebem, os cidadãos daqueles zonas queimadas não pensarão, muitos deles, como o Bruno.
Gostava de ter notícias na comunicação social do trabalho político de terreno e outro realizado pelos deputados eleitos pelos distritos ardidos…
Se o Presidente vai, é criticado porque vai, se não vai é criticado porque fica no palácio.
Isto é democracia ou maledicência !?
Por vezes acho que o seu comportamento hiperativo choca, mas isso não é o problema político mais importante que temos.
Temos falta de um verdadeiro problema económico e de repartição justa dos ganhos da economia.
Temos falta de prémios para mérito e demasiadas sinecuras politico-partidárias.
Por uma vez, disse bem!
(Aquela prudente referência à ‘repartição’ fica sempre bem e assinala à seita que se mantém esquerdalho)
Bruno Santos, de coração apertado a ler o seu texto sobre o que eu já sentia sem partilhar com ninguém e que não saberia expressar assim tão duro e certeiro estou consigo ! até no desânimo desta realidade de tragicomédia que vivemos é bom sentir que mais pessoas pensam e sentem igual a nós, e bom seria sentirmo-nos capazes de denunciar e virar isto tudo e transformar a nossa indignação em reconquista de um Portugal melhor em todos os sentidos.
🙂 obrigado pelas palavras.
Isabela és a verdadeira materialista dialécticó- enquistada!
Ah! Ah! Ah! AhhhAhhhAhhh! Ai que o Menos é tão cómico! Não posso mais! Ah! Ah!