Legionella: e as auditorias obrigatórias a sistemas de climatização que o governo Passos revogou, pá?

Fotografia: José Carlos Carvalho@Visão

Num momento de pura inspiração, o deputado António Leitão Amaro, uma das estrelas em ascensão do apagado PPD-PSD, afirmou, em debate com Mariana Mortágua na SIC Notícias, que uma lei do anterior governo foi responsável por proibir a legionella. Infelizmente, o raio da bactéria, que só pode ser esquerdalha, escapou ao controlo das autoridades e manteve-se na clandestinidade, até aos dias de hoje, continuando a fazer das suas.

Quem também escapou ao controlo das autoridades, por iniciativa do mesmo governo que conseguiu a proeza de decretar a proibição de uma bactéria, foram as auditorias obrigatórias a aparelhos de climatização, quando o governo PSD/CDS-PP revogou, em Agosto de 2013, os decretos-lei que garantiam a obrigatoriedade das auditorias de qualidade do ar interior nos edifícios dotados de sistemas de climatização. Não fossem essas maçadas burocráticas perturbar o normal funcionamento do empreendedorismo moderno. Com a legionella proibida, a decisão não poderia ter sido mais sensata. Correu mesmo bem, não correu?

Comments

  1. joão lopes says:

    o neo liberalismo do passos coelho traduz-se por isso mesmo:não há fiscalização para o pseudo empreendedorismo(encostado ao estado,claro) e tudo em nome do dinheiro ,o sacro santo dinheiro.É deixar plantar o eucalipto em tudo quanto é sitio,e viu-se o resultado.é deixar a legionella em paz,tudo em nome da super produção,e viu-se o resultado.Fiscalizar custa dinheiro e é chato para o sacro santo empreendedor da treta.

    • Miguel bessa says:

      Mas na época do neo liberalismo os serviços funcionavam! Não estavam cativados!
      Agora? Nem a protecção civil, nem as forças armadas, nem o SNS.

      • joao lopes says:

        a unica coisa que funcionou,foi o enorme aumento de impostos,e os cortes a eito em todos os serviços publicos.esta aí o resultado do neoliberalismo.

      • Paulo Marques says:

        Mas acha que os cortes vieram de quando?
        Quando ao SNS, vá ver o estado dos hospitais logo a seguir à tomada de posse do ministro da saúde privada.

        • Miguel bessa says:

          Os cortes vieram de quando? Do Sócrates.
          No tempo do neo liberalismo se nascia uma criança numa ambulância era a falência do SNS. Agora morrem pessoas que vão ao hospital a consultas.

          Cortes a eito? E mesmo assim havia mais investimento do que neste tempo pós austeridade. Menor investimento público em quantos anos mesmo?

          • Paulo Marques says:

            A peste grisalha que ficou pelo caminho graças ao super sério ministro da saúde por causa de uma simples gripe não contam, já não contribuiam para o PIB.

      • José Peralta says:

        Miguel Bessa

        “Mas na época do neo liberalismo os serviços funcionavam! Não estavam cativados!”

        “Funcionavam, funcionavam” ! E sabemos como “funcionavam” : esvaziados de verba, de funções e de funcionários, para “poupar, custasse o que custasse”, e para os tornar “mais apetecíveis” à sanha pafiosa privatizadora, que só não se concretizou, porque em boa hora, foi travada a tempo !

        • Miguel bessa says:

          Esvaziados de verba? Agora há verbas mas estão cativadas.
          Os funcionários foram repostos à pressão e não há dinheiro para os serviços. Inegável.
          Custasse o que custasse? Deve estar enganado. O menor investimento público de muitos anos não foi com os paf.
          É muito lindo fazer orçamentos com muito investimento. Depois cativa se tudo.

          Num ano é o 3º sistema que falha totalmente. O coelho não se podia descartar com a bancarrota. Mas o Costa vai desmarcar se de tudo com cortes do coelho? Quando ele ainda cativou por cima desses cortes?

          • joão lopes says:

            Miguel Bessa:a sua memoria selectiva leva-o a achar que os unicos governantes em Portugal foram:Mario Soares,Guterres,Socrates e claro,o Costa.estou esclarecido quanto ao seu argumentario.

          • Miguel bessa says:

            A levar a bancarrota só dois desses.
            Nos últimos 20 anos governaram 14. Os outros governaram 6 (dos quais 4 após uma bancarrota).

            Mas também estou esclarecido que o seu argumento é o “todos têm culpa”.

            Mesmo quando estamos a falar de um decreto que acaba com a obrigatoriedade. Repare não obriga a não fazer inspeções. Se quiser pode fazer, não é obrigado a não fazer!
            Mas o dinheiro teve de ir para os aumentos dos funcionários. Não deu para os serviços. O meu argumento é esse: o dinheiro foi para comprar votos e os serviços que se lixem.

          • joão lopes says:

            não,não estou a dizer que os “politicos são todos iguais”.questão funcionarios publicos:essa “filosofia” do comprar votos começou com o Cavaco Silva,e foi sucessivamente aproveitada por varios governos do bloco central,por isso mesmo a “iniciativa privada” continua encostadissima ao estado(PPP,s),e a esses sim,estão-se a pagar balurdios incriceis.

          • José Peralta says:

            Miguel Bessa

            http://www.sabado.pt/portugal/politica/detalhe/a-governacao-terapeutica-de-passos

            “O primeiro-ministro disse que o seu governo tem um objectivo: “vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor ou se gostam do sabor do xarope ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago ou qualquer outra coisa, quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não valem a cura”, disse, citado pela Lusa”.

            Portanto, para este degenerado, que importava o “sabor do xarope”, os efeitos secundários, que se traduziram na emigração forçada de milhares, no desemprego e destruição da classe média, o regresso da fome a crianças e idosos mais desprotegidos e indefesos ?

            E “custasse o que custasse”, não é frase nem invenção minha…
            E foi dita com o maior descaramento e “a sensibilidade social” de um pedregulho com olhos…

            E o “xarope” reflectiu-se, na “cativação” de verbas nos vários departamentos da Função Pública, no esvaziamento das suas funções, no despedimento de milhares de funcionários.

            Quererá agora o Miguel Bessa dizer que, chame-se “xarope”. “maria albertina”, “tiroliroló”, a páfia não fez cativações ? E completamente cegas ?

            As cativações, como sabe talvez melhor do que eu, são um “tecto” destinado ao controlo do Ministério das Finanças, para impedir os outros Ministérios de gastar “a mais”, mas pode ser desbloqueado ! (Vêr o que disse o insuspeito Lobo Xavier, num programa “Quadratura do Círculo”).No entanto, no caso presente, (“a bactéria proibida” que é o tema deste post) o Ministério da Saúde, não está sujeito à cativação !

            Mas como a Internet é “assassina” para certos “pulhíticos” (independente da sua “côr”…) recuemos a Maio de 2013 , quando o coelho “discursou”, e não se referiu uma única vez ao desemprego, mas anunciou o despedimento de 30 mil funcionários públicos, pondo os restantes a trabalhar mais horas por menos salário. As reformas aos 65 anos passaram a ser penalizadas e os pensionistas foram sujeitos a um novo imposto.

            Apesar dos níveis de desemprego não pararem de subir, a par da dívida, o aldrabão-mór não hesitou em apresentar mais medidas que penalizaram sobretudo aqueles que mais sofreram nos últimos anos, os trabalhadores e pensionistas.

            Mas o disco continua riscado, mas já só convence quem que quer continuar a ser enganado : Ou é o sócrates, ou é a troika, (que até se surpreendeu, com “ampliações” gravosas além dela que não estavam no seu programa) !

            O coelho aldrabão, a mentira loura albuquerque , o gaspar fugitivo, o portas submarinista, não têm culpa nenhuma, são virgens impolutas, enquanto a classe média e os mais pobres pagavam a factura, e aumentava exponencialmente o número de milionários^!

          • Miguel bessa says:

            Bons tempos em que se tentava vencer a doença. Agora as pessoas vão a consultas e acabam mortas.
            Ainda bem que agora não são degenerados. Agora há sensibilidade social.
            Está tudo pior a nível de serviço público mas foram repostos ordenados e 35h por isso os funcionários estão caladinhos. O que interessa se alguém morre se puder trabalhar 35h e ser aumentado? A adse paga consulta no privado.

            A compra de votos começou com o Cavaco e acabou na bancarrota! Recuperou se um pouco. Em vez de reforçar os serviços ou baixar impostos. Bora lá comprar mais votos e cativar os serviços que se dizia que estavam destruídos (afinal ainda era possível destruir mais).

            Note se que aquilo que eu refiro é completamente apolitico. Só a clubite política tenta negar.

      • Então não funcionavam! Que o digam as pessoas que morreram nas urgências no final de 2014/início de 2015.

  2. Miguel bessa says:

    E com tanta reversão não deu para reverter essa revogação? Custaria menos que a reposição das 35h..Mas não dava votos nem títulos de fim da austeridade. Ou terá ficado cativado?
    Tudo o que foi dar salários foi revertido. Tudo o que é serviço está cativado. Até as doações solidárias para Pedrogão vão para o SNS!

    • Ernesto says:

      Caro Miguel, tem toda a razão. Tenho conhecimento de duas propostas do BE na AR para essa reversão, mas veja lá que PS; PSD e CDS, votaram contra, e assim continuou a não ser possível a reversão em questão!

      Podemos então concluir que PS, PSD e CDS uniram-se no sentido de não deixar margem para a revogação em causa, o que me leva a concluir que o meu caro, nas próximas eleições, não votará num desses três partidos, isto tendo em conta a indignação que, legitimamente, aqui revela!

      Cumprimentos

      • Gabriel Orfao Goncalves says:

        «Tenho conhecimento de duas propostas do BE na AR para essa reversão, mas veja lá que PS; PSD e CDS, votaram contra, e assim continuou a não ser possível a reversão em questão!»

        Poderá, por favor, indicar-me fontes? Como o n.º ou data do Diário da Assembleia da República.

        Antecipadamente grato.

  3. António Melo says:

    Foi pena este indíviduo, e as outras luminárias do “anterior governo”, não se terem lembrado de proibir os incêndios, o défice, a seca, a dívida pública e todos os outros males que nos afectam. Não tiveram tempo, foi isso; havia outras urgências (privatizar ruinosamente – a troco de quê, é que ainda não se sabe, por enquanto -, destruir a economia e o emprego, arruinar bancos, etc.).

  4. bessa não sejas parvo says:

    miguel bessa… não seja parvo. funcionavam? lol. e larga a cassete. a cassete foi o que tramou o leitãozinho.

    • Miguel bessa says:

      Vai comparar as filas de espera por cirurgias.
      Vai comparar as filas no metro.
      Etc etc.
      Os funcionários públicos estão melhor. O serviço não.

  5. Paulo Marques says:

    A cara do anormal parece a minha quando questiono como é que há quem vote nesta gente… É masoquismo alimentado a ignorância voluntária, só pode.

  6. Ana A. says:

    A mim dava-me jeito que se proibisse a pobreza e, já agora, o envelhecimento!

  7. Rui Naldinho says:

    Diz o jornalista:
    – António Leitão Amaro, sabe quem foi a Cinderela?
    Responde o deputado laranja:
    – Sei sim. É um clássico conto de fadas, que conta a história do sonho que se torna realidade por meio de inesquecíveis canções e personagens encantadores como ratinhos, a madrasta e a fada madrinha, …
    Diz o jornalista:
    – Ok, António. Já percebi que conhece a história.
    – E também sabe quem foi a Floribella?
    Diz o Leitão Amaro, muito atrapalhado com a pergunta:
    – A Floribella!?
    – Ah! Uhm! Já sei. Não é a Luciana Abreu?
    – Sim, sim, ela fez qualquer coisa na SIC que se chamava Floribella. Eu recordo-me.
    Diz o jornalista:
    – Já vi que têm uma ideia sobre o assunto. Mas não parece ter perdido muito tempo com isso…
    – E já agora, Senhor deputado:
    – Sabe o que é a Legionela?
    Responde prontamente o deputado do PSD:
    – Isso não é outra telenovela? Ou será uma história infantil?
    Diz-lhe o jornalista, para o ajudar:
    – Não se lembra de um caso em Vila França de Xira, há uns anos, que matou umas doze pessoas…
    Responde o Leitão Amaro, espantado:
    – Mas ela ainda não foi julgada? Ainda continua á solta? E eu a pensar que já estivesse a cumprir pena de prisão!
    Responde-lhe o jornalista:
    – Não, Senhor Deputado. Estamos a falar da bactéria…
    Retorquiu o Leitãozinho sem pensar:
    – Ahh! É impossível! Nós até proibimos isso…!
    – Eu lembro-me. Foi em 2015. Nós acabámos com a legionela, lembra-se?

  8. José Peralta says:

    jgmenos

    Estou a estranhar a ausência do teu assizado comentário, sobre “a legionella proibida”, e sobre aquele puto , parece que é da Mealhada, um tal leitão, que conta anedotas e faz “argolinhas” com o polegar e indicador…

    Aparece, ó “menos” ! Como sabes, és sempre bem vindo, e são respeitadas as tuas opiniões…

  9. ZE LOPES says:

    Depois de ter ouvido Leitão Amaro acho que devo partilhar a minha posição sobre a legionella: estou contra!

    Deixo aqui o meu apelo a que se organize uma grande manifestação nacional para expressar a nossa indignação pela existência de tão ruim bicho! Pode ser em qualquer parte do país, menos na mealhada, para não ferir susceptibilidades.

    A palavra de ordem deve ser: “Proibir a legionella p’ra dar cabo della!”.

    Estou certo que até o PAN vai apoiar!

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