Premiar a mediocridade em lugar do mérito…

É normal que um profissional entre no mercado de trabalho, adquira experiência, competências, invista na sua formação e consiga evoluir na sua carreira. Obviamente que existem aumentos na remuneração à medida que o desempenho e qualificação também permitem a obtenção de melhores resultados. Não me passa pela cabeça que um médico com 20 anos de serviço tenha a mesma remuneração que um colega que terminou o estágio há pouco tempo. Nem tão pouco que um professor após 20 anos a leccionar possa ser comparado com um colega recém formado. Mas a justificação para a diferenciação não pode ficar pelos anos de serviço, precisa ser acompanhada de resultados obtidos.
Esta história da progressão nas carreiras dos professores, funcionários públicos, pelos vistos agora são também os polícias, militares, magistrados e todos os que trabalham para o Estado, está profundamente errada. A progressão na carreira jamais deveria ser obtida através da contagem de tempo de serviço. Alguém que seja contratado para trabalhar numa secretaria e passados 20 anos faça exactamente o mesmo trabalho porque não evoluiu, não pode esperar ganhos salariais para lá da inflação. Por outro lado quem demonstra competência e qualificação para evoluir mais rapidamente que a generalidade dos colegas, não merece ficar preso ao tempo de serviço à espera que uma contagem tipo rebanho o promova ao mesmo tempo que os demais. Bem sei que existem outro tipo de progressões que não as automáticas, pelo meio muitos investem na sua própria formação, fazem concursos e são promovidos ou requalificados, mas no post refiro-me apenas às progressões automáticas, que não deveriam existir, as outras claro que sim.
Quando todos são tratados por igual, a tendência é para baixar resultados, os medíocres passam despercebidos no meio da multidão ao passo que os bons tendem a desmotivar, por não verem recompensado o mérito. Alguns acabam por sair para outras paragens onde são reconhecidos e valorizados.

Comments

  1. Afonso das Bifanas says:

    o almeida está a falar da tecnoforma ou da jsd em geral desde que a malta se lembra?

  2. Afonso das Bifanas says:

    ah! almeida – e informe-se quanto aos sistemas de progressão na função pública. em 90% dos casos não é como você pensa.

    • JgMenos says:

      10% já seria uma bestialidade, mas é muito mais,

      • ZE LOPES says:

        Ora lá está! A fixação parafílica de V. Exa. mais uma vez demonstrada!

  3. ZE LOPES says:

    Mais um post admirável de V. Exa!!
    Isto só não pode ser classificado de conversa de café porque as conversas de café costumam ser mais animadas. Ou seja, se V. Exa. debitasse este discurso a conversa acabava num instante porque o seu interlocutor, ou já se tinha pirado para outra mesa, ou estaria a ressonar profundamente ou pior, teria entrado num estado cataleptico-comatoso da maior gravidade.

    Falemos então do mérito:
    Porque é que o Papa é Papa? Por mérito!
    Porque é que o Soares dos Santos é tão rico num país de pobres? Por mérito!
    Porque é que o Maduro e o Mugabe se mantêm no poder? Por mérito!
    Porque é que o Trump o Putin mandam no Mundo todo? Por mérito!
    Porque é que o Rajoy mandou encarcerar um conjunto de catalães só por defenderem os seus ideiais? Porque tem mérito! (ao contrário dos encarcerados, que o estão por falta de mérito).
    Kim Jong-Un é um ditador? Pois é! Mas se continua a ditar é porque tem mérito!
    Porque é que os banqueiros que causaram a crise atual não foram ainda encarcerados? Por mérito! (quanto mais não seja, dos seus advogados!).
    Dizem que Deus, por modéstia, não existe. Não será esse o seu maior mérito?
    Porque é que V. Exa. escreveu este post? Por se achar tão cheio de mérito que até estava capaz de rebentar!

    O problema do mérito é o seguinte:

    a) como se avalia o mérito?
    b) qual o mérito de quem avalia o mérito?
    c) quem estabelece os critérios de mérito (isto porque geralmente quem enche a boca de mérito se julga cheio de mérito – como acontece com V. Exa – o que pode comprometer a decisão sobre o mérito)?

    Fico por aqui, antes que gaste o resto do mérito. Que, aliás, está cada vez mais caro!

    • a) não se avalia
      b) impossível de determinar
      c) os que ilusoriamente se auto-intitulam de meritórios

      Basta observar o seguinte… Eu atribuo ∞ mais mérito a um indivíduo que recolhe o lixo que ele, e todos os restantes, geram… que a um qualquer banqueiro!

      E por mim o colector de lixo ganhava mais que um terrorista financeiro.

      • ZE LOPES says:

        Nem mais! Apoiado a 200% (é a média de aumento anual de prémios por mérito dos banqueiros!).

        • JgMenos says:

          Lixo é mesmo a tua praia, Lopes.

          • ZE LOPES says:

            Estou surpreendido! Mesmo muito surpreendido! V. Exa tinha prometido que nunca mais respondia a um comentário meu, mas lá prevaricou! Deve ter sido porque me meti com os banqueiros meritocratas.

            O seu problema está estudado, mas parece que tem cura. É do foro das parafilias: V. Exa. é um banqueirossexual. Atinge o orgasmo instataneamente quando olha para uma foto do Ricardo Salgado. Mesmo vestido.

            Tem cura. Basta pagar umas comissõezinhas bancárias mensais, que isso passa.

  4. Rui Naldinho says:

    Engano seu, António. Hoje a Função Pública é ainda melhor do que foi no passado. E isso é fácil de se constatar. Até porque grande parte das tarefas indiferenciadas que fazia o sector Estado, passaram para os outsorcing´s. E esses sim, funcionam maioria das vezes, mal. A culpa também não é só deles, mas que funcionam mal, é verdade.
    Agora, há casos maus e casos de excelência, como em todos os sectores de actividade.
    O Serviço Nacional de Saúde, por exemplo, é um dos melhores da Europa. É ver os resultados dos Hosp. Curry Cabral, Hosp. Univ. Coimbra e do Hosp. Santo Antonio em matéria de transplantes. Hoje fazem-se cirurgias reconstrutivas em Hospitais de Castelo Branco e Covilhã, a um ostomizado, por exemplo. Quer melhor?
    A Escola é na generalidade boa. As Universidades Públicas são ainda melhores. Umas mais do que as outras, mas muito acima da concorrência privada. Vivi essa experiência como pai. E se a mesma escola se degradou um pouco, ao nível da qualidade do ensino prestado, agradeça ao amigo Cavaco Silva quando inaugurou a privatização do Ensino Superior, e a António Guterres que se lhe seguiu, onde, para além do BOM, proliferou muita Escola Superior de qualidade duvidosa, ao bom estilo Socrático ou Relvático. Com uma agravante, entram coxos e saem doutores, com umas brutas notas, e depois são esses que vão dar aulas aos nosso filhos, porque com aquelas classificações ultrapassam toda a gente. Lá está, António, o privado a baixar a qualidade do ensino superior, apenas para ganhar mais uns cobres.
    Mas também poderíamos falar da excelente e terrível máquina fiscal, de Gaspar, Albuquerque e Centeno, que caça tudo o que mexe, com excepção do peixe graúdo, não por incompetência dos funcionários, mas porque assim determinam os mandantes.
    Ou acredita que o apagão informático em 2015, foi incompetência de um técnico ou operador, e não um apagão propositado a mando de alguém?
    A nossa máquina fiscal está quase tão afinada como uma orquestra sinfónica. Mas é para si, para mim, e a maioria dos mortais desta terra.
    Falta-nos as forças de segurança e os militares. Acha que não cumprem as suas obrigações? Ainda agora se viu nos incêndios! Ou acha que devem ser avaliados pelas multas passadas, e pelos mortos em perseguições policiais?
    Se compararmos as actividades que cada um exerce, eu diria que o sector público funciona tão bem como o privado. E mais, António, funciona dentro da legalidade, contrariamente ao sector privado que funciona maioria das vezes fora do quadro legal em vigor, debaixo dos olhos do fiscalizador, o Estado. Mas isso é por opção politica, não por incompetência.
    Não foi Passos Coelho que deixou a Inspeção de Trabalho reduzida a um número mínimo de inpectores, porque lhe interessava manter o caos na área, por questões de agenda ideológica? Não foi Assunção Cristas que deixou a ASAE na penúria, porque não lhe interessava uma fiscalização eficaz do tecido produtivo?
    Eu não tenho dúvidas que há sectores no privado que funcionam melhor do que no sector público, como por exemplo, fazer motos, camisas ou relógios, entre outras coisas. Mas por exemplo, não considero que a gerir Bancos, o privado seja melhor. Se o Estado é mau, o privado ainda é pior.
    Agora, comparar o incomparável parece-me no mínimo preconceituoso.
    Acresce para terminar, que no Estado também há avaliação. Sempre houve. O sistema de avaliação o como é obvio não pode ser igual ao privado, porque as funções não são iguais.

    • JgMenos says:

      Há bons exemplos? Logo está tudo bem!
      E os medíocres? Também são gente, coitadinhos, fazem filhos e tudo, porque havíamos de os deixar para trás? Até podiam traumatizar-se, coitadinhos.
      E o Estado é p’ra quê? É prá ajudar.
      Vai-se agora pôr agentes de métodos e tempos a medir as tarefas e os processos de complexidade piramidal da função pública como se estivessem a coser camisas? Nem pensar.
      E pode-se confiar nos chefes para avaliar quem é promovido? NEM PENSAR! Isso era no tempo em que eles eram todos da PIDE.

      A função pública é para mostrar a belezura de um mundo à esquerda e para demonstrar que no privado só não é assim por causa da exploração do homem pelo homem.
      Os patrões e os banqueiros só não querem promoções automáticas por serem do pior que há.
      E mais, em boa verdade, também por causa do Passos Coelho.

      • ZE LOPES says:

        Tem V. Exa. toda a razão! Os medíocres fazem filhos! Uma prova disso é este comentário!

      • Paulo Marques says:

        Gostava de ver o estudo em que aumentar o desemprego e não aproveitar a capacidade produtiva tenha sido boa opção, os últimos 10 anos deviam estar cheios de exemplos.
        Já o oposto não é nada de novo… http://bilbo.economicoutlook.net/blog/?p=37361

        • Paulo Marques says:

          E cito:

          By way of summary, the Report notes that (109-111):

          1. “The excessive unemployment following the Korean War … was the result of an economic growth rate too slow to offset the combined impact of productivity increase … and a growing labor force” – that is, deficient aggregate spending.

          2. “There will be a continuing need for aggressive fiscal and monetary policies to stimulate growth.”

          3. “Education … determines the employability and productivity of the individual, the adaptability of the labor force, the growth and vitality of the economy, and the quality of society. But we need not await the slow process of education to solve the problem of unemployment”.

          4. “The more adequate fiscal policies of the past two years have proven their ability to lower unemployment despite continued technological change in labor force growth.”

          5. “The needs of our society provide ample opportunities to fulfil the promise of the Employment Act of 1946: ‘a job for all those able, willing, and seeking to work’. We recommend a program of public service employment, providing, in effect, that government be an employer of last resort, providing work for the ‘hard-core unemployed’ in useful community enterprises” – in other words, a Job Guarantee.

          6. “We recommend the now federally financed but State-administered employment services be made wholly Federal”.

          They went on to discuss education strategies and other types of assistance.

          But their key recommendation was that a Job Guarantee could always improve the circumstances of workers unable to get work while longer term policies that expanded skills via education and training had time to work.

  5. Fernando Manuel Rodrigues says:

    Primeira citação: “Não me passa pela cabeça que um médico com 20 anos de serviço tenha a mesma remuneração que um colega que terminou o estágio há pouco tempo. Nem tão pouco que um professor após 20 anos a leccionar possa ser comparado com um colega recém formado. Mas a justificação para a diferenciação não pode ficar pelos anos de serviço, precisa ser acompanhada de resultados obtidos.”

    Segunda citação: “A progressão na carreira jamais deveria ser obtida através da contagem de tempo de serviço. Alguém que seja contratado para trabalhar numa secretaria e passados 20 anos faça exactamente o mesmo trabalho porque não evoluiu, não pode esperar ganhos salariais para lá da inflação.”

    Mas então em que ficamos? Não lhe passa pela cabeça que um médico ou um professor com 20 anos de serviço tenha a mesma remuneração que um colega que comçou agora, mas a progressão na carreira JAMAIS deveria ser obtida através da contagem do tempo de serviço? Mas então o médico ou o professor com 20 anos de serviço iriam ganhar o mesmo que o colega que está agora a começar.

    Não acha que se está a contradizer?

    Diz ainda: “Bem sei que existem outro tipo de progressões que não as automáticas, pelo meio muitos investem na sua própria formação, fazem concursos e são promovidos ou requalificados, mas no post refiro-me apenas às progressões automáticas, que não deveriam existir, as outras claro que sim.”

    Os concursos, que eu saiba, são para ocupar outros lugares, que não aquele em que estão colocados. Ninguém “concorre” para ficar onde está. Quanto à formação, qualquer profissional consciente a faz PERMANENTEMENTE. As chamadas “acções de formação” ou a agora tão em voga formação através de “e-learning” na maior parte das vezes (eu sei, passei por isso) não passam de folclore, cujo único mérito é figurar nas estatísticas. Se contam com isso para atribuir mérito ou avaliar o mérito dos profissionais, tirem os cavalinhos da chuva – são uma falácia.

    Por isso, a progressão automática na carreira, desde que o desempenho não tenha sido comprovadamente medíocre (nomeadamente por uma elevada taxa de absentismo) deveriam, isso sim, exisitir em todas as profissões. Vai sendo tempo de se revalorizar a experiência – essa é a forma comprovadamente mais eficiente de se ganhar competências.

  6. Paulo Marques says:

    O problema, é que como o libertarianismo, a avaliação do trabalho não passa o primeiro contacto com a realidade, por muito bonito que seja. Não funciona, não tem bons resultados.
    E não faltam casos de como tornar os serviços públicos mais como os privados só piora… aliás, são todos, sem excepcção.

    • JgMenos says:

      Distinguir quem digita um teclado com dois dedos ou com dez, é um atentado à dignidade humana.
      Distinguir quem digita um teclado a olhar para o ecran ou para os dados a copiar, de quem o faz a olhar para as teclas é das mais intrusivas acções na privacidade dos trabalhadores.
      Há que respeitar o que cada um faz com os dedos!

      • JgMenos says:

        E contar páginas por minuto?
        Um horror! Modernices, lá para a América.

      • Nascimento says:

        Experimenta e enfia os dedos rodos no cu.Depois lambes.Depois podes continuar a rabiscar merda.Tá bem ?Que filho da P.

        • JgMenos says:

          Ó Grunho!
          Tens andado a chafurdar por outros lados?
          Há tempo que não vomitavas por estes lados.

      • ZE LOPES says:

        Lá está! Mais uma: a dactilofilia! Está muito bem estudada: trata-se de uma parafilia obsessiva pelo uso intensivo dos dedos! Tem cura, mas é dolorosa: ficar dois meses permanentemente algemado atrás das costas! Quando falha, nem a amputação das mãos chega! Só a da cabeça!

      • Paulo Marques says:

        A questão é que, tirando casos óbvios, a avaliação diminui o moral, a iniciativa, a lealdade e a qualidade do trabalho. Tudo isto está estudado, não vai lá por achismos.

  7. Fernando says:

    “Obviamente que existem aumentos na remuneração à medida que o desempenho e qualificação também permitem a obtenção de melhores resultados.”

    Confirmado! António de Almeida não acredita no capitalismo, e é a favor que se implementem limites aos rendimentos que o individuo pode auferir, pois é sabido que as fortunas não são acumuladas sem o trabalho e esforço de muitos outros.

    António de Almeida também despreza Passos Coelho e o seu grupinho de medíocres, vigaristas e incompetentes.

    • Limites a rendimentos? Nunca defendi tal… nem mínimos nem máximos. Cada um negoceia o seu…

      • Nascimento says:

        Todos , todos com ” Sical”… Alembraste do “anuncio”António?”?Ai que bons tempos!Cada um por si!!!E as “broas” que o patrãozinho dava no Natal?Por debaixo da mesa num envelope ✉….bons tempos António 😁!!!O António….vai à merda…tá bem?

      • Paulo Marques says:

        Negociar? O chefe diz e 90% das pessoas aceitam se quiserem ter rendimento ao fim do mês.

      • ZE LOPES says:

        Ah! Ah! Ah! Ahlmeida! Vossa Excelência é o máximo! Ah! Ah! Ah!

        Depois do que escreveu, e de tudo o que foi aqui respondido, Vossa Exelência apenas teve a dizer isto? Ah! Ah! Ah! Ahlmeida!

  8. Luís Lavoura says:

    Quando uma pessoas está há mais tempo numa profissão, tem mais experiência, o que a faz aumentar a produtividade. Mas, por outro lado, a idade tira a energia a todos e, a partir de certa altura, a produtividade diminui por efeito da idade. Isso é inexorável.
    Portanto, não há justificação para que se progrida sempre na carreira.
    Então na carreira de professor, que é muito desgastante, uma pessoa aos 50 anos de idade já não pode ter a mesma produtividade que tinha aos 40. Não dá!

    • Varia de profissão para profissão, mas todas as carreiras têm o seu auge, mas também varia de pessoa para pessoa…

      • JgMenos says:

        E só aumenta a esperança de vida, porque também aumenta a vida útil, não por se viver ligado a máquinas.

  9. Alguém sabe alguma coisa daquela empresa com 20 biliões de euros de capital social?
    Desapareceu dos radares…
    Que méritos terá?

  10. Carlos Almeida says:

    Outra vez o **no !

    E perdem tempo a responder a este comissário politico dos laranjas.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading