Adeus, Auto-Europa!

Estávamos em Agosto, um mês silly por excelência, e os proletários da Auto-Europa, estúpidos como uma porta, decidiram fazer uma greve, na sequência da rejeição, por larga maioria dos trabalhadores, das propostas decorrentes do pré-acordo entre a Comissão de Trabalhadores e a administração da empresa.

Imediatamente, profetas de todas as direitas, indignados com tamanho geringoncismo, anunciaram novos cataclismos, área em que se vêm especializando desde finais de 2015. Era o princípio do fim da grande exportadora portuguesa. A Auto-Europa preparava-se para fechar portas, tão certo como a chegada do diabo, e contavam-se os dias até ao trágico desfecho. 

Três meses depois, na passada Segunda-feira, o inesperado acontece: fonte próxima das negociações, citada pelo Expresso, informa a Agência Lusa que a Comissão de Trabalhadores e a administração da Auto-Europa chegaram a um pré-acordo sobre os novos horários de trabalho, que irá a votação na próxima semana, “subscrito pelos 11 elementos das diferentes listas que concorreram ao último ato eleitoral e que têm representantes na atual Comissão de Trabalhadores“. Ò diabo! Queres ver que ainda não é desta que dás o ar da tua graça?

Para a catástrofe ser completa, e a juntar aos mais de 2000 novos funcionários que a empresa contratou este ano, apesar dos sindicalistas comunas, esses sacanas, a confirmar-se o novo acordo, a administração da Auto-Europa afirma que “haverá uma aceleração das contratações para o próximo ano“, que poderá ascender a um total de 400 novas contratações, num ano em que a segunda maior exportadora nacional bateu o recorde de produção diária da sua já longa história, com um total de 860 veículos a sair por dia da unidade de Palmela. Nada mau para uma empresa à beira da deslocalização.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    É óbvio que a Geringonça veio desfazer muito do “establishment” criado na última década. Daí o ódio visceral que tem dela. E não foi mais longe, porque o velho PS está também ele amarrado a muitos dos interesses instalados, caso contrário, muita ave de rapina já tinha feito um voo migratório.
    Sabemos que eles comem por cá e nidificam nos off shores. Mas se lhes cortarem alguns atalhos, eles aprendem a viver com decência. É só uma questão de hábito.

    • joão lopes says:

      não acredito na decencia dessa gente(alias o artigo do Pacheco Pereira diz tudo sobre os palhaços neo e beto liberais).mais:ouvir o palhaço da CIP sobre os 580 euros é digno de vomitório,imagine-se então se fossem 581,27 centimos e os “empreendedores” deste pais ainda mandavam mais umas tantas bombas para as sedes do PCP,tal como aconteceu no passado.

      • Segundo esse energumeno as empresas poderão nunca ter capacidade para pagar um salario melhor, correndo o risco de colapsarem. Mas, nunca tive o prazer de o ouvir pronunciar-se sobre se as empresas mantêm a capacidade de comprar carros topos de gama, em Dezembro para os quadros superiores, patrões, esposas de patrões, filhos dos patrões etc etc.

  2. José Feliciano Cunha de Sotto Mayor says:

    yep. iam fechar aquilo e lá se ia “metade do pib”. malandros dos sindicalistas.

  3. Ana A. says:

    Os humanos robôs “apenas” devem temer os robôs humanoides, por isso, não deve deixar que a sua forma de subsistência seja desacautelada! Quanto ao resto, sempre houve “papões”…

  4. Esta do Natal traz sempre ideias de markting que nem lembra ao Diabo. Uma conhecida empresa de produtos veterinários está a fazer uma campanha em prole dos animais domésticos. E não se esqueceram da empregada doméstica.
    http://ecurioso.blogs.sapo.pt/uma-desparasitacao-deliciosa-perto-de-340495

  5. O Adeus nunca seria de um ano para o outro. Não haja a menor dúvida que a deslocalização é uma possibilidade que está sempre em cima da mesa. Depende do que custa mais, a deslocalização ou atender às exigências dos colaboradores. Neste caso foi possível um acordo o que quer dizer que houve cedências parte a parte, que possibilitaram um encontro de objectivos não pondo em risco a viabilidade financeira do projecto em Portugal. Porque se não….

    • Ana A. says:

      …porque senão… terão sempre (e ainda) todo um continente a explorar…o africano! Já acontece assim com as roupas das Zaras e quejandas!

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