Filinto Pereira Melo
Uma das coisas que tenho reparado são os velhos a vegetar, sentados numa mesa da Praça da alimentação, adormecidos numa cadeira, na palma da mão com o cotovelo na mesa, nas horas de expediente dos outros. Às vezes com um jornal, outras a olhar para as imagens animadas das televisões ou ainda a ver as crianças a brincar num recinto promovido por uma qualquer marca de brinquedos.
São retratos de uma solidão triste, de um passar do tempo num não-lugar enquanto os outros se movimentam, para o trabalho, para as compras, para o lazer.
Nunca tinha visto um velhote assim, testa prostrada contra a bengala, esperando alguém ou ganhando forças para sair, regressar sabe-se lá a que resto de existência.
É quase Natal, sobrevalorizam-se as crianças, os velhos abandonam-se.
Um retrato da actual sociedade. Um belo-horrível onde só falta o telemóvel para aumentar o autismo e a solidão.
Certeiro.
Pronto… Lá estão vocês numa de auto-crítica!
Que outro resultado se pode esperar quando TODOS NÓS construímos e sustentamos uma CIVILIZAÇÃO com esta organização?
Tirando a fonte principal deste problema, temos outras secundárias que ajudam a perpetuar esta miséria: o prolongamento artificial da “vida” de animais umanos mais velhos!
E o prolongamento não é para que estes animais velhos e obsoletos tenham um resto de existência tranquilo e harmonioso, mais sim para manter muitos LUCROS e empregos para o resto dos animais umanos que estão na dita “idade laboral”!
Afinal de contas, já rezava a outra salafrária que…
De resto, não vos preocupeis! Pois não existindo Humanidade à vista, a falta desta será preenchida pelas nossas gloriosas máquinas. Fruto da nossa Umana Inteligência…
.”, regressar sabe-se lá a que resto de existência.”
obrigada, Filipe P Melo, pelo seu alerta á nossa sensibilidade .
…..cada vez me sinto mais desajustada neste (des) progresso da humanidade : valores, cultura, consciência humanista, ambiental e sustentável, tudo descendo a fasquias tão baixas apesar de tanta inteligência tecnológica e…artificial, e de tantos sonhos justos e entrega de tanta gente ainda connosco e de tantos outros que nos antecederam . …
😯 😯 😯 😯 😯 😯