Austeridade da boa

Na sessão de votação do OE18 na especialidade, que aconteceu na passada semana, as infames esquerdas unidas aprovaram um aumento da derrama estadual do IRC para as empresas com lucro superior a 35 milhões de euros, que passa dos actuais 7% para 9%. Austeridade da boa. Tímida, mas boa.

Não demorará muito até que os suspeitos do costume tentem transformar esta medida num ataque à classe média, ou noutra treta qualquer, tal como fizeram, por exemplo, com o imposto sobre o património, presente no OE17. Mais do que as motivações ideológicas, irrefutáveis, é também para isso que lhes pagam ou que virão a pagar um dia, quando for altura de dar aquele salto público-privado que todos conhecemos bem. Mas não se preocupem, que à partida não haverá o que temer. O que é que classe media-multimilionária pode fazer? Mudar as sedes sociais das suas empresas para a Holanda? Fugir aos impostos através do Panamá e das Caimão?

Uma pena que, mesmo com BE e PCP a influenciar o rumo das coisas, não seja possível ir mais além. Fazia falta carregar um pouco mais em quem pode mais, em quem mais beneficia de apoios estatais e em quem frequentemente contorna as suas obrigações fiscais, prejudicando o todo por simples ganância. Só para não serem sempre os mesmos a financiar a gatunagem.

 

Comments

  1. Pedro says:

    É uma ignomínia, um ataque aos direitos humanos, etc, e eu estou pronto a manifestar-me na rua contra isso de passarem de 7 para 9 por cento da derrama do IRC das empresas que lucram mais de 35 milhões. Que isto não seja discutido na ONU só se explica por o Guterres estar agora lá. Mas só pra saber: esses pobres diabos da fotografia são o senhor, a senhora e o menino CEO das tais empresas?

  2. JgMenos says:

    35 milhões é muito?
    Se a taxa de lucro for o dobro no tasco vizinho a comunada fica tranquila – é um pequenino roubo, dirão.

    Este é o Portugal dos Pequeninos.

    • Pedro says:

      Pá, atina, o gajo do post está a gozar contigo.

    • Ernesto says:

      Ó jgmenosjosétrollpindacruz, pelos vistos os teus amigos andam a viver acima das possibilidades:

      “http://negocios.teste.online.xl.pt/mercados/bolsa/detalhe/dividendos-agravam-divida-das-cotadas?ref=martin-feldstein_UltimasHP&act=0&est=Premium”

      Mas que se fôda, não é, meu filho da puta? É dinheiro que já está nas Caimão ou no Panamá, e quando a bolha do casino rebentar, pagam os “esquerdalhos” ou os “coirões” e até mesmo os “mamões”, como gostas de dizer, mas que não passam(e tu sabes bem, ui se sabes!), de toda a gente trabalhadora, sem possibilidade de colocar o dinheiro nas off shores que tanto gostas.

      Vai mais é bater uma ao Relvas, vai-te foder!

    • S. Cardosa says:

      Mas será mesmo possível que não consiga sair nada de jeito dessa mona?

  3. Bento Caeiro Godinho says:

    Trata-se de uma medida, como se costuma dizer, para inglês ver. As empresas têm formas de ultrapassar estas situações e, no caso de se sentirem demasiado apertadas, deslocalizam simplesmente a sua sede social. Contudo o eleitorado daquela gente, ou quem ainda os ouve, ficam satisfeitos com estas tiradas demagógicas, que não trazem nada de benéfico, antes pelo contrário, pela fuga de capitais e impostos a que a mesma conduz e, eventualmente, pelo redução do nº de empregos. Como se costuma dizer, pobretes, mas alegretes. No entanto, como resultado final de tudo isto, temos que o Estado, precisando de verbas – também para os disparates que aquela gente defende, como seja
    a atitude face ao funcionalismo público – a algum lado irá buscar o dinheiro, que são aos mesmos do costume: o cidadão contribuinte, que não pode mudar a sua sede social, nem tampouco fugir aos impostos.

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading