Sobre o apalpanço

Em primeiro lugar, tudo é taxado, seja com impostos directos, indirectos ou, na maioria dos casos, com ambos. Em segundo lugar, o aumento de impostos não tem uma ligação directa com a redução consumo. Se assim fosse, poucos andariam de carro, já que quase 70% do preço dos combustíveis são impostos.

Este tipo de artigos, uns a apalpar a reacção pública, outros a lançar veneno, são o cimento do jornaleiro que embrulha publicidade em folhas de jornal. Destes, alguns até têm preço de capa.

Comments

  1. Esse jornal, que é gratuito, sai-me mais caro do que aqueles que compro. Como é evidente para quem o lê, o mesmo é pago pela CM de Lisboa (logo, pelos meus impostos) e pela CM de Gaia e serve de propaganda para os respectivos autarcas.

  2. Ana Moreno says:

    O ideal era que as pessoas diminuissem o consumo de carne por opção consciente…

    • Ana A. says:

      Ana Moreno, tornei-me com a minha filha, vegetariana há 3 anos por opção consciente e por empatia para com os seres vivos sencientes e acredito que as novas gerações estão cada vez mais despertas para um “mundo novo”!
      (Nota: as minhas análises clínicas nunca estiveram tão bem!)

      • Pedro says:

        Hhmmm… se a questão é ética, essa coisa de não comermos cadáveres de seres vivos, eu desconfio que quando descobrirmos que os vegetais também sentem, a Ana vai começar a comer comida processada em laboratório ou tofu (eu acho que o tofu é um bicho que não sente muita coisa, não sei)

        • Ana A. says:

          Os matadouros e a forma como se “tratam” os animais para nosso uso e abuso ferem a minha sensibilidade. Peço perdão mas os vegetais (por enquanto) ainda não fazem parte dessa minha preocupação. Mas, cada um é livre de gerir as suas sensibilidades…

          • Pedro says:

            Eu sei. A mim, o q me fere mais a sensibilidade é a dificuldade q muitas famílias ainda têm para oferecer alimentação adequada para si e para os seus filhos, e não é uma questão de falta de educação alimentar. Abençoados aviários.

  3. Mariana says:

    Pedro, intrometo-me para lhe sugerir que aprofunde os seus conhecimentos em biologia.

    Relativamente à alimentação adequada das famílias: é de lamentar, realmente, que apesar do nosso direito fundamental de sermos informados, não se divulgue que, ao consumir carne, se consomem doenças, antibióticos, etc. Se chama a isso uma alimentação adequada…

    • Pedro says:

      Mariana, não sei. Eu, com cinco euros, mais coisa menos coisa, faço uma massada de frango para três e ainda sobra algum para o jantar do dia seguinte. Eu sei lá o que é adequado. Até aqui, sobrevivemos. Mas juro que vou passar a dar mais sopa. Não queria chegar ao fim da vida tolhido de remorsos e problemas éticos. Quer indicar-me um sítio onde se vendam vegetais biológicos, em conta, para alimentar esta minha gente e cortar na carne?

      • Pedro says:

        Se comermos galinha do campo, criada a milho, uma vez por semana, já faz menos mal? O miúdo gosta de carne…mas não quero que ele adoeça. Mas eu para ir buscar essas galinhas tenho de conduzir mais de 50 km a casa da minha tia. Mesmo de lá trazendo couves, gasto dinheiro na gasolina. Só se eu cortar na internet do miúdo. Mas ele vai crescer forte e saudável como aquele lenhador canadiano dos monthy python. Eu não sei é se a minha tia lhes bota químicos. Eu sei que ela anda no quintal com botas de borracha.

        • Alexandre Bernardo says:

          Pedro, quando diz «não sei» está tudo dito, informar-se começava por ser um bom princípio antes vir mandar bitaites.
          «O miúdo gosta de carne» porque, infelizmente, não foi educado de outra forma. Peça-lhe para matar os animais que come e verá a reacção. É que a comida não nasce nas prateleiras….
          A experiência com gastroenterites, gripes e viroses são constantes e dramáticas (certo?), então, se «não quer(o) que ele adoeça» não lhe dê derivados de animais. Dê algum tempo ao sistema imunitário para que se regenere e se fortaleça e depois conversamos. Todas as pessoas que vou tendo conhecimento e que deixaram os derivados de animais nunca tiveram análises clínicas tão boas. Embora tenhamos capacidades omnívoras (carnívoras e herbívoras), a proteína animal é desnecessária e as gorduras prejudiciais, e não sou eu que o digo. Informação de evidência científica, veiculada pelas mais altas e credíveis entidades da área da saúde, é vasta. Morrem mais pessoas devido a problemas de saúde, com incidência na alimentação, do que qualquer outra causa. Aliás, já há mais obesos no mundo do que pessoas a morrer por desnutrição. Não fosse numa economia de mercado em que estamos engolidos… desde a indústria agro-pecuária, às grandes superfícies (super e hipermercados), até às farmacêuticas!
          Quando se fala em taxar a carne, do meu muito particular ponto de vista, não deixa de ser o legitimar da crueldade. No entanto, tenho plena noção que a ética comum relaciona-se mais com bol$o do que a consciência. Mas mesmo isso não deixa de demonstrar, também, ignorância. Quando se fala em impostos e despesas directas e indirectas, fica claro que poucos são aqueles que percebem ou se importam com os subsídios atribuídos às indústrias para que os preços não subam, com o as despesas do SNS suportadas pelos impostos, com despesas relacionadas com as alterações climáticas, entre muitas outras, e a cereja no topo do bolo, com esse recurso depressível e dispensável que é a água.
          A senciência diz-me que é tão cruel matar um animal como uma criança de 1, 2, 3 anos, o que se desenvolve depois nos humanos é a parte cognitiva do ego, e isso pouco ou nada tem que ver com capacidades sensitivas de perceber o meio envolvente, com desejos e sentimentos. Por isso é que os animais não discutem a existência de um “deus”, e também pela falta de noção que um dia vão morrer.
          Quando à sensibilidade das plantas, sim, elas têm receptores que lhes permitem perceber o meio envolvente, p.ex., seguir a luz do sol, “lutar” entre si pelo melhor solo (água e nutrientes), comunicarem e defenderem-se de ataques exteriores, algumas até são carnívoras… Mas vamos lá ver se nos entendemos, a luta pela sobrevivência é legítima a qualquer ser vivo que o deseje (certo?), então não passa de demagogia e de desculpas esfarrapadas arranjar argumentos infantis. É de uma tremenda hipocrisia acusar os vegetarianos de matar plantas para comer (e os frugívoros até só comem o que não mate a planta, diga-se) quando, em relação directa, para alimentar o gado se tem de matar plantas em quantidades muito superiores. E pior, à conta disso, andamos todos a comer os tóxicos ogm´s e transgénicos porque é quase incontornável conseguir fugir ao trigo, ao milho, à soja, etc…
          Para concluir, o que faz com que as pessoas se vejam sem alternativas, com forte incidência na ignorância e no comodismo, é precisamente o deixa andar e o sempre foi assim.
          Portanto, quando ouço dizer que amam muito os seus, enfim…

          • Pedro says:

            “A experiência com gastroenterites, gripes e viroses são constantes e dramáticas (certo?)”
            Não, errado. Na minha familia nunca houve ninguém com gastroenterites, gripes e viroses constantes e dramáticas.
            Alexandre, nunca se leve tão a sério ao ponto de ousar fazer juízos sobre o cuidado ou o amor dos outros com os seus filhos. Você não vale tanto.

            “É de uma tremenda hipocrisia acusar os vegetarianos de matar plantas para comer..”

            Não acusei ninguém, limitei-me a brincar. Mas quer falar de hipocrisia? Hipocrisia é deixar a ética pela metade. Como não tenho a sua soberba moral, não corro esse risco.

  4. o Calcinhas do Dafundo says:

    Eu estou a pensar em deixar de comer.

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