2 pesos e 2 medidas é que não pode ser, explicações precisam-se…

54 mil Euros pagos em 6 prestações a 3 familiares entre 2009 e 2011, por alguém que tem declarados rendimentos de trabalho dependente na ordem dos 200 mil Euros não parece à primeira vista um assunto de grande relevância.

No entanto o caso muda um pouco de figura se considerarmos que envolve Miguel Frasquilho, secretário de Estado no governo do cherne de Durão Barroso, deputado do PSD ao longo de várias legislaturas e actual chairman na TAP.
Adensando um pouco a trama, o dinheiro terá sido transferido pela Espírito Santo Enterprises com origem nas Ilhas Virgens Britânicas, que terá funcionado como saco azul do GES, numa altura em que Miguel Frasquilho desempenhava funções como director na Espírito Santo research.
Bem sei que todos temos direito ao bom nome e existe presunção de inocência, mas não é possível às pessoas próximas do PSD exigirem explicações à mínima suspeita que envolva um dirigente ou destacado militante do PS enquanto assobiam para o lado quando lhes bate à porta algo do género. Por mim que me estou nas tintas para os partidos políticos, todos eles, ide ler o post do Jorge, aguardo por mais explicações, que urgem, até porque me habituei a respeitar Miguel Frasquilho, não posso dizer o mesmo da maioria dos figurões dos mais destacados militantes do PSD. Por agora, tudo isto me parece mal explicado…

Comments

  1. ganda nóia says:

    e tal como os vistos gold será caso com pouco espaço mediático.

  2. Rui Naldinho says:

    Aquilo que se passa com Miguel Frasquilho passa-se com dezenas, para não dizer centenas de titulares de cargos públicos, oriundos quase todos das famílias políticas dos partidos do arco da governação. Os outros, como não põem lá o cuzinho, sempre podem dizer que são virgens.
    Não tenho dúvidas que os pagamentos a Frasquilho foram por trabalho feito. O problema é a modalidade desses pagamentos. Fuga fiscal? Branqueamento de Capitais?
    A única coisa que poderíamos criticar é a hipocrisia de todos eles, porque quanto ao resto é tudo “farinha do mesmo saco”.

  3. Fernando says:

    Mas toda a gente sabe que o Sócrates é o único responsável pela corrupção em Portugal.

    O PSD é um partido de impolutos, outros, de outros partidos teriam que nascer duas ou mais vezes para chegarem aos calcanhares dos senhores e senhoras do PSD.
    Se passarem um algodão 99,9% livre de germes pelo PSD o algodão vem de lá 100% livre de germes!!

    • Toto Cutunho says:

      Deixando de parte a ironia, também toda a gente sabe ou deveria saber que a escola de formação do Sócrates foi a mesma da dos outros meliantes, isto é na Escola de Juventude do Partido do Marcelo Caetano Recauchutado, também conhecida pela JSD.
      Sócrates só não ficou nesse partido, porque percebeu que tinha os cargos de topo ocupados pelos barões do PPD/PSD, os mesmos que depois se baldaram a jogo, permitindo o acesso ao poder de Passos Coelho

      • Rui Naldinho says:

        O mesmo se pode dizer de Paulo Portas, também ele militante do PSD, até perceber que não havia vagas para o lugar de líder da JSD. A JSD sempr3 foi uma fábrica de Chicos Espertos.
        Apesar de tudo, há uma diferença entre o larápio Laranja e o larápio Rosa. Não se nota muito, mas com alguma atenção, acaba-se por distingui-los.
        O larápio Laranja é como a raposa. Rouba porque lhe está no ADN, ou na melhor das hipóteses, foi formatado para isso, e recebeu o diploma em Castelo de Vide, pela mão de um Cavaco qualquer. O larápio Rosa, é como o gato, felino, rouba para sobreviver. Sabe que tem de apanhar alguém distraído e ser rápido, caso contrário será apanhado, na melhor das hipóteses pelo Correio da Manhã, na pior das hipóteses pelo Juiz Marques Alexandre. E se tudo correr mal, por ambos. Comunicação social inteira e Justiça.
        Se formos para Espanha, isso ainda é mais perceptível. Apenas mudam os nomes e as cores.

        • Toto Cutunho says:

          Sim Senhor, Rui, gostei da analogia.
          Mas os “Socrates”, sim “Socrates” no plural, são perigosos para a esquerda. Os caciques laranja, que eu conheço, por via da minha actividade profissional, no Cavaquistão, faziam finca-pé na sua propaganda anti socialista ou melhor anti esquerda batendo no Soctares. Nunca acreditavam, ou fingiam não acreditar, quando lhes dizia que o bandido Sócrates era de formação JSD. Também é verdade que a maior parte dos caciques laranja que vivem no antigo Cavaquistão, são completamente ignorantes em politica e apenas facciosos e cães de fila daquilo a que eu chamo de “Estado Laranja”, também porque são beneficiados directa ou indirectamente por “ele”.

        • Vieram mesmo todos da mesma caverna, e tomaram conta do pote mais em seu proveito do que do interesse público do povinho que lhes passou procuração, matilha cleptocrata laranja/rosa / azul e amarela, sem vergonha, sem cultura nem competência política nem moral deslumbrados com o poder que lhes abre as portas da execução da ganância pessoal .
          Portugal sempre explorado por gente deste calibre, só que agora tão baixo e tão podre caiada de branco, sem pudor e sem vergonha, desconhecendo o que é a honra e a dignidade pessoal.
          …e nós deixamos porquê ??? !!
          … o que adianta no concreto da possível mudança desejada este nosso pequeno muro das lamentações ?? !!
          …fazer o quê se “avisar a malta” já não chega ?? !!

          • RuiNaldinho says:

            Não Isabella. Apesar de tudo há alguma mudança. Nunca imaginei que em Portugal alguma vez PS, BE e PCP se unissem para fazer um governo diferente. Sonhava mais depressa com o Euromilhões do com esta solução política. E mesmo com alguma hipocrisia à mistura dos intervenientes, mesmo com algumas vicissitudes, todas elas herdades dos maus hábitos passados, deste PS que tarda em emendar-se, alguma coisa mudou de facto.
            Digo-lhe mais. Não votei em Marcelo, nem faço tensão em dar-lhe o meu voto, até porque o acho uma espécie de “paparazzo”; só falta ser entrevistado na sanita ou no banho, como aqueles anúncios de perfumes masculinos, mas esta persistência dele, Marcelo, em andar em cima de Pedrogão Grande, dos Sem Abrigo, etc, etc, como que a fazer Presidências Abertas em cada esquina e dia após dia, obriga o PS a mostrar as suas fragilidades. Ora, uma vez que os portugueses se esquecem depressa das coisas más, com isso ele vai-lhes retirando a hipótese de uma maioria absoluta.
            Como a possibilidade de Santana Lopes ser eleito Presidente do PSD, as coisas compõem-se para uma nova Geringonça em 2019.
            Isto se o PS não quiser acabar como o PASOK, ou o PSF do Sr. Hollande!

  4. Somos tão criativos ao aventar hipóteses que muitas vezes as mais óbvias nos passam ao lado. Claro que isto também poderá acontecer por não possuirmos certas qualidades. No que me diz respeito, reconheço a falha.
    No caso em apreço, a pessoa, como bom homem de família e sentindo-se devedor para com a mesma – como poderia agora ser mestre em economia e na arte de bem-estar entre a política e as empresas, se esta não tem investido em si? – achou ser altura de pagar-lhes o que lhes devia. Assim o pensou, assim o fez.
    Contudo, certos outros (alguns de nós, por exemplo) fartos de assistir a essa peça há tanto tempo em cena, de seu nome “Os Salta-Pocinhas”, cujas personagens passam o seu tempo aos saltinhos entre cargos políticos e empresariais, somente preocupados em retirar o melhor de ambos e, demasiadas vezes, em prejuízo do cidadão – como é o caso do BES – desconfiamos. Como desconfiamos, aventamos – que é verbo muito usado na minha terra – que talvez aquilo que o senhor Frasquilho diz – também, pelos sítios por onde andou – não seja verdade e, como tal, deva ser verificado.

  5. atento às cenas says:

    bem sei que não é notícia e que foge ao tópico mas, é só para dizer que consta praí que um deputado do psd foi detido por corrupção ou coisa assim..

  6. A culpa vai toda para o Passos que não tinha nada que “deixar” cair o BES.
    Se ainda lá estivesse ainda seria pior, pois teria tornado possível a divulgação dos “Grandes Devedores” que faliram a CGD, e muitos outros “podres” teriam conhecido a luz do dia.

    Rui SIlva

  7. Rui Naldinho, claro que houve alguma mudança mas devido à singularidade do BE e PCP servirem agora de travão a um PS em que eu não acredito nem ao qual nunca confiei o meu voto, muito menos a esse Marcelo trauliteiro angariador de protagonismos populistas e manhoso .
    Um PS que para além das idas ao pote de clientelas, aprova, por ex. e também por incompetência e ignorância e indiferença mas não só, interesses de mercado global contra nós, sob a ignorância de quase todos neste país inclusive jornalistas e deputados e tantos responsáveis, como o fez aprovando por unanimidade o CETA, um desses terríveis Tratados Internacionais, que outros mais estão ainda por vir aí.
    E um Presidente que o ratifica irreversivelmente apesar de instado a nível de dezenas de Organizações e Associações e entidades e cidadãos creditados, a quem implorámos que enviasse de novo a discussão e a debate na AR e informação pública inerentes e necessárias, e que nem ao pedido de audiência requisitado por várias vezes respondeu, e outras que tantas e tais.
    Este um exemplo muito abrangente pois que tem várias, variadíssimas vertentes importantes para um futuro assustador acorrentado a esses interesses que nos tolherão tb a soberania e até a democracia.
    O meu grito de possível mudança necessária é alerta a uma consciencialização e participação de cidadania activa de todos nós a nível pessoal, local e nacional ( Portal do Governo, Correio do Cidadão, etc, ) em todos os níveis, até de intervenção junto de responsáveis políticos e autarcas e forças de autoridade e prestadores de serviços numa exigência de competências, rigor e justiça e qualidade de vida, reclamando, sugerindo, intervindo de todas as maneiras no nosso quotidiano para que assim aconteça. Sou um pouco “refilona” nesse sentido e exigente e tenho tido bons resultados algumas vezes, o que compensa e recompensa .
    E, claro, ir “avisando a malta”, que aqui no Aventar tasse bem mas não só !

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