O crescimento económico e a falta de memória (e de noção) dos restos do passismo

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Tem sido interessante assistir às intervenções dos restos do passismo no congresso do PSD, que está a decorrer este fim-de-semana. Das carpideiras do costume à faca longa de Luís Montenegro, passando por aquele momento mágico em que o auditório gelou quando Rui Rio deu a conhecer a composição da nova comissão permanente do PSD, que inclui Elina Fraga, os discípulos de Passos Coelho não pouparam críticas à actual solução governativa, centrando-se naquele que consideram ser um crescimento económico fraco e muito abaixo daquele que um governo de direita teria condições para atingir. 

O recorte em cima, encontrado n’Uma Página Numa Rede Social e retirado do programa da coligação PSD/CDS-PP de 2015, deveria, por si só, fazer corar de vergonha estes desorientados órfãos políticos. Claro que isso obrigaria a que tais intervenientes tivessem vergonha na cara, algo que não assiste a todos por igual. É que o “crescimento económico robusto e gerador de emprego” ambicionado e assumido pela coligação como objectivo para os quatro anos da sua segunda legislatura andava, segundo o seu próprio programa, entre os 2% e os 3%. Ora, ou muito me engano ou o crescimento económico que os pequenos passitos agora classificam de insuficiente ou medíocre está nos 2,7%, valor perfeitamente alinhado com aquelas que eram as propostas do PSD em 2015.

Faz bem Rui Rio em correr com os Hugos Soares desta vida. Não que surgir com José Luís Arnaut sentado a seu lado no congresso credibilize a retórica do banho de ética, mas já não há paciência nenhuma para os restos do passismo. E de certeza que o PSD tem lá quem faça melhores figuras. A bem do interesse nacional.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Nunca tive dúvidas, que o PSD poderia sempre fazer melhor. Muito melhor.
    “Bastava uma pandemia que só atacasse desempregados, reformados, comunistas e socialistas, e era vermos as agências funerárias a sorrir (não, não são as de rating); e o país a crescer a todo o vapor.
    Sem despesas de caráter social, isto seria a breve trecho um sítio porreiro, pá.”

  2. Esta tarde no tal congresso, ouvi Rui Rio, fazendo o discurso da “conveniência populista”!

    Uma arenga triste, pobretana, sem convicção, sobre a desagregação da Escola Pública, os “malefícios” de um governo “amarrado aos compromissos com a Esquerda”, os exemplos claros da “deterioração” do Estado Social, do SNS, as Urgências caóticas, a falta de recursos humanos, etc., etc. e rematando que “não pode aceitar um empobrecimento como este” !

    Em resumo, o discurso velho, bolorento, derrotista, do “mais do mesmo”, tentando a “velha escola coelhista” mentirosa e contumaz, de tentar fazer dos portugueses em geral, estúpidos, e dos portugueses “esquecidos”…mais estúpidos ainda !

    E logo me perguntei onde estaria o sr. rui, nos anos de chumbo da páfia, do empobrecimento programado do País, da desertificação dos recursos humanos provocada pela emigração forçada de milhares, do desemprego e do desespero de milhares de famílias portuguesas, do caos no SNS, programado para, paulatinamente, ser transferido para a Medicina privada, da Segurança Social quase destruída, dos Serviços Públicos esvaziados de funcionários e de atribuições, a Escola Pública em ruptura para favorecer o grande negócio do Ensino privado mas pago por todos nós, etc., etc…e etc.

    E, súbitamente, lembrei-me que o montenegro, já tinha dado a resposta sobre onde esteve o sr. rui, nesses tempos pafiosos de desastre e desesperança :

    O SR. RUI, “ESTEVE DEZ ANOS À ESPERA DE DISPUTAR A LIDERANÇA DO PSD, ENTRE DESEJOS ALTERNANTES DE SER PRIMEIRO-MINISTRO OU DE SER PRESIDENTE DA REPÚBLICA” !

    Em suma, tal como o “outro”, quer conseguir “IR AO POTE” !

    Obrigado, montenegro !

  3. Caco says:

    No PSD só mudou a cara porque de resto ficou tudo na mesma.
    Afinal ao ouvir o discurso do Rio fez-me lembrar o Passos, uma coisa têm eles em comum é o medo de que os portugueses estejam a viver melhor.

    • ZE LOPES says:

      É caso para dizer que, agora que o Passos se foi, ficou a ala dos…Passados!

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