Se mal falam e escrevem, que diferença lhes aberia de faser?

Lê-se no DN que PSD, PS, CDS e BE demarcaram-se da proposta do PCP para Portugal se desvincular do Acordo Ortográfico, “ainda que tenham admitido a necessidade de o aperfeiçoar”. O único aperfeiçoamento a fazer é acabar com a tonteira cozinhada pelo governo de Sócrates, apadrinhada pelo de Passos e reafirmada pelo de Costa. Um experimentalismo que nem o próprio Estado consegue cumprir. Como está, mais vale cada um escreber komo qiser.

Comments

  1. Ernesto Martins Vaz Ribeiro says:

    A língua faz parte do Património. É a língua que define Nações.
    Portugal já bateu no fundo no que toca a valores. Não passa de um triste copião e um “adaptador” para servir meia dúzia de interesses.
    Mas o que mais me espanta no capítulo do “Portugal triste”, é a posição do BE, claramente à espera que o AO90 lhe traga o tão almejado caviar. Assim, dá jeito colar-se ao PSD, PS e CDS. O caviar está cada vez mais próximo

    • Bento Caeiro says:

      Obviamente que assim é, o PCP porque, tal como o CDS no caso do financiamento dos partidos, já sabia que a sua posição estava votada ao fracasso. No caso do BE, de olho no caviar – se não acabarem por ser despachados para outros lados – que até a mãe venderiam para tal. Quanto aos outros, é apenas um retrato de como está e como vêem a Nação.

    • Fernando Manuel Rodrigues says:

      Tem toda a razão. Infelizmente, parece que só ao PCP e ao CDS importa presrvar o património cultrual que, afinal, é uma parte fundamental da identidade nacional.

      Aos outros, interessa mais conversa fiada como a “Web Summit”, supremo momento no nacional-parolismo.

  2. ZE LOPES says:

    Se tu visses o que eu vi,
    Lá por Oeiras, menino,
    Três acácias e um sobreiro
    A fugir do Isaltino.

  3. Isso de acordos ortográficos é para gente letrada, que os demais lá se vão amanhando com a língua rudimentar que lhes coube em sorte aprender…

  4. Decrete-se a volta do Latim, já!!
    Faça-se até um referendo se quiserem, afinal, até já se referendou algo que está escrito na Constituição (não é Marcelo?) Isso sim era de valor, agora, 28 ANOS DEPOIS!!, quando já uma nova geração só escreve segundo o acordo de 1990, querer a volta das consoantes mudas é só estúpido e patético.

    Não sou linguista nem especialista em português, mas uma língua é um código para todos nos entendermos. Se concordo com todas as alterações? Claro que não, mas querem o quê, que cada um agora comece a escrever como lhe apetece, como muita gente reputada faz só por birra?

    Vamos imaginar que agora milhares de pessoas não gostavam do vermelho (vermelho e não encarnado) do STOP e decidiam que o STOP (que até é uma palavra estrangeira e deveria estar escrito PARE!) então milhares de pessoas deixavam de parar nos STOP?

    A língua é um código para nos entndermos e para todos nos entendermos deveremos, todos, escrever da mesma forma, mesmo que não concordemos com a escrita das palavras.

    Já aos 7 nos eu me perguntava por que é que “muito” não se escreve antes “muinto” tal e qual como dizemos, tal como diemos “igreija”. Mas não foi por isso que comecei a escrever como me apetece.

    E mais uma vez, muito me surpreende que, logo o PCP, que votou ao lado da Direita contra o uso do Glifosato, ou que tenha votado, mais uma vez ao lado da Direita, contra o fim da isenção do IVA nas touradas, tenho sido o Partido que se lembrou desta estupidez, e que até conseguiu, segundo a imagem aqui da publicação, votos e apoio – pasmem-se! – do CDS!!

    PCP, o novo partido conservador do parlamento português!

    • j. manuel cordeiro says:

      Ora, a questão não é a mudança, que é uma constante, mas sim do tipo de mudança. Faz algum sentido coisas como egito e egípcio? E muitos outros casos. Tanto se quis, alegadamente, tornar o português mais abrangente que, na verdade, se dificulta o acesso à língua. Expliquem lá a quem esteja a aprender a língua todas as novas excepções que o AO trouxe.

      • A minha opinião não conta para nada, como disse, não sou especialista. Quem fez esse trabalho, e já ouvi especialistas afirmarem que foi um excelente trabalho, é que sabem o porquê das alterações que fizeram.
        Mas para mim faz todo o sentido em Egito e egípcio. Para mim deveria escrever-se como se fala, logo, para mim está bem. Ninguém diz “Egipeto” nem “egicío”!

        Mas estamos em 2018! O acordo da Lusofonia foi conseguido, com muito custo!, e este acordo não foi uma imposição de ninguém, tal como por exemplo aconteceu no acordo de 1911, em que basicamente demos o acordo para os brasileiros assinarem de cruz, como a outra fez com o BES. E agora 28 anos depois do acordo assinado é que achamos que o acordo está errado? Nao faz sentido nenhum. Acho que sim, que se pode melhorar, se é que há algo a melhorar e fazê-lo num próximo acordo, mas voltar agora atrás não faz qualquer sentido. Nao se pode andar a brincar aos acordos ortográficos, nem é coisa de referendo. É discussão para quem sabe do assunto.

        Vamos agora fazer outro referendo sobre o Aborto? Sobre o casamento homossexual? Sobre a despenalização do consumo de droga? Sobre o voto das mulheres? Sobre a escravatura? Não pode ser.

        Tudo isto, como sempre escrevi, nada mais é que resistência à mudança. Nada tem a ver com a defesa da língua. Só há meia dúzia de anos, quando se disse que passaria a ser erro ortográfico quem não usasse a nova grafia é que as pessoas ficaram indignadas. Nos anos 90 nunca que se falou no assunto. Mas agora as pessoas indignam-se nas redes sociais, e logo tudo é um problema.

        E depois, vão-me desculpar, mas defender a língua não pode ser-se contra o acordo mas depois vejam quantos anglicismos é que usam! É na internet, é na rádio, é na televisão, é em todo o lado! Parece que agora toda a gente quer mostrar que sabe falar inglês, para se fazer mais importante, como se generalizadamente todos os portugueses fossem burros e não tivessem aprendido inglês na escola.

        É que nem por aí há coerência. Defender a língua portuguesa não é querer defender as consoantes mudas com unhas e dentes e depois escrever-se mais inglês que português.

        • Fernando Manuel Rodrigues says:

          Você disse “lusofonia”??? LOOOOOOOOOL

        • Fernando Manuel Rodrigues says:

          “Nao se pode andar a brincar aos acordos ortográficos, nem é coisa de referendo. É discussão para quem sabe do assunto.”

          Mas foi isso mesmo que foi feito: “brincar aos acordos ortográficos”. E “quem sabe do assunto” pronunciou-se esmagadoramente contra. Só houve UM (UM ÚNICO) parecer favorável. Sabe de quem? Malaca Casteleiro, precisamente quem, sozinho, “negociou” o acordo em nome de Portugal.

          E depois foi votado pela Assembleia da República, que, como se sabe, é altamente versada nestas coisas da língua. Só me pergunto que raio é que a Assembleia da República e o poder político têm que meter o bedelho nestes assuntos.

          Em Espanha, por exemplo, é a Real Academia que decide sobre a língua, e os seus pareceres são extensivos a todo o universo de língua espanhola.

          “Vamos agora fazer outro referendo sobre o Aborto? Sobre o casamento homossexual? Sobre a despenalização do consumo de droga? Sobre o voto das mulheres? Sobre a escravatura? Não pode ser.”

          Ficamos portanto esclarecidos sobre a sua noção de democracia – fazem-se referendos até obter o resultado que interessa. Umavez ontido este, o assunto é encerrado e NUNCA MAIS se pode voltar a falar nele.

          Curiosamente, o aborto foi derrotado num primerio referendo, e por isso fizeram um segundo. E esta, hein?

        • Carlos Almeida says:

          Sr konigvs

          Disse : não tivessem aprendido inglês na escola.

          Os miúdos andam muitos anos a “aprender” falar inglês e não conheço nenhum que ao fim desses anos consiga manter uma conversa de 3 minutos em Inglês.

          O Sr está completamente a leste desta realidade e dá opiniões sobre o acordo ortográfico ?

        • Bento Caeiro says:

          É Konigvs ou Konilingus? Só pode ser esta última, porque com tanta asneira dita, deve estar muito ocupado com a língua. Essa idéia básica do não lê não escreve é tão absurda que merece sempre a resposta, apesar de igualmente básica – porque o assunto é mais complexo -, do porquê então de escrever porque e não porqe ou purqe, homem e não omem.
          No entanto, essa da lusofonia diz tudo da sua ignorância sobre o processo e, também de onde vem, dado que neste momento só Portugal segue esta aberração e até Cabo Verde tomou como primeira língua oficial o seu crioulo.

        • Paulo Marques says:

          “Ninguém diz “Egipeto” nem “egicío”!”

          E “união de fato” e “pato de regime” alguém diz? É que escrever, escrevem todos os dias semelhante

          “O acordo da Lusofonia foi conseguido”

          Foi? Então porque é que só Portugal é que o segue? Acordou consigo próprio?

    • Fernando Manuel Rodrigues says:

      28 ANOS DEPOIS!!???????

      Que eu saiba, a imbecilidade abortiva só começou em 2012, após “resolução” do Conselho de Ministros do “inginheiro”.

      Qual 28 anos qual quê? Não venha atirar poeira para os olhos (mas afinal, não admira, dado que os acordistas a única coisa que sabem fazer é atirar poeira).

      • Deixa-me confirmar na calculadora:

        2018 – 1990 = 28

        Ou será que a Matemática também mudou?

        • Fernando Manuel Rodrigues says:

          Ah sim. E porquê 1990. Acaso alguém o aplicou em 1990? Ou em 2000 (dez anso depois? O “aborto” foi desenterrado pelo Sarney, quando já todos o julgavam morto e enterrado. E foi com o Lula e o Cavaco que foi levado em frente. E só foi “forçado” (porque ninguém acordou coisa nenhuma, tirando uma meia dúzia de incompetentes e de “arrivistas” sem colkuna vertebral) em 2011, para começar a ser aplicado em 2012/2013.

          Ora faça lá as contas outra vez e deixe-se de sofismas.

        • Fernando Manuel Rodrigues says:

          Para melhor esclarecimento da sua “matemática” (que pelos vistos, andará, em termos qualitativos, de mão dada com a sua competência linguística, e até mesmo “acordista”), convido-o a ler este Acórdão do STA:
          http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/bddc80a2133cbdf18025812c00334273?OpenDocument&ExpandSection=1

          Nele poderá rever toda a matéria dada, em termos de acordo, protocolos modificativos e rectificativos, ratificações, e “resoluções” e verá que o mesmo só entrou em vigor (por imposição “socrática”) em 2012.

          Os seus 28 anos ficam reduzidos a uns miseráveis 5 anos e dois meses (em termos geracionais, só se estivermos a falar de coelhos ou de insectos).

          • Carlos Almeida says:

            Boas

            Mas é ser difícil argumentar com gente cujo único argumento é que “foi assinado em 1990”, quando ninguém lhe ligou nenhuma do meu ponto de vista erradamente, pois deveria ter sido combatido desde o inicio. Mas o velho mau hábito português do deixa andar, deixou sedimentar uma coisa com que ninguém concordava.

            Não sei se ainda haverá volta a dar, mas eu pessoalmente nunca cumprirei o maldito AO90. Na assinatura dos meus email vai o seguinte:

            Não repasse os endereços dos seus contactos. Use a opção Bcc.. Se não quer receber mais emails, avise p.f., ou deixe de Retribuir.

            Quando escrevo, os meus emails são redigidos em profundo desacordo e intencional desrespeito pelo novo Acordo Ortográfico.

            As pessoas que são contra o AO90, não o devem respeitar e assumir a atitude publicamente.

            Era o que mais faltava ,eu após tantos anos a escrever em Português, passar a escrever em crioulo do Brasil

    • Fernando Manuel Rodrigues says:

      Valha-nos o PCP e o CSD nesta matéria, já que o “centrão” (a que o Bloco aderiu alegremente – o que não admira na “esquerda caviar”) agacha-se todo perante os interesses do Brasil.

  5. Maria Salete Macedo Casimiro says:

    Transformaram a nossa querida e amada língua portuguesa num dialecto incompreensível e tão ridículo que envergonha um cidadão português que se preze! 😭😭😭

  6. ” Malaca Casteleiro, precisamente quem, sozinho, “negociou” o acordo em nome de Portugal.”

    sim, como foi possível o grande responsável do aborto ortográfico levar a dele avante e da sua comandita com poderes e influências tais ?
    que outros interesses manobraram e aniquilaram e arrasaram todas as razões sábias de quem se opôs ?
    …como foi possível ao longo de tantos anos manter-se com carácter definitivo uma borrada destas de todo o tamanho que não é mais possível o bom senso e a cultura resolver, que forças e interesses de políticas mal explicadas e obscuras ?
    …que país é este que até a sua identidade máxima, a sua língua, “vendeu” e traficou ? ?

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