A força dos óculos ideológicos

“Gasta-se o dinheiro a aumentar os médicos e os enfermeiros e depois não há para o Joãozinho ” – foi assim que um conhecido comentarista da televisão e jornais sintetizou a situação da construção de uma ala pediátrico do Hospital de S. João, no Porto, onde o Joãozinho seria uma hipotética criança com cancro. Ficamos a saber, portanto, que não foram os 17 mil milhões cedidos à banca, mas sim os salários dos trabalhadores, a causa de males nacionais, tais como o desinvestimento na saúde. Há um preconceito ideológico por trás de afirmações como estas, que negam uma realidade de todos conhecida, inclusivamente por João Miguel Tavares, autor da citação, o qual vê moinhos de vento em cada assalariado que tenha recebido um poucochito mais com as reposições de António Costa.

Comments

  1. Isso, já nem são óculos ideológicos nenhuns! É provocação pura!

    • Jorge Evaristo says:

      O PS é bom a descarregar dinheiro para cima dos problemas.
      Pensa que o dinheiro resolve tudo, o que é errado.
      O Sócrates fazia disso e meteu-nos na bancarrota, e……….. anda à solta.
      A questão é esta, talvez melhor dito, o segredo é este para resolver os problemas de um país; é saber motivar as pessoas para o trabalho. Mas claro está, para motivar alguém tem que ser com lógica. O serviço tem que ser mandado por pessoas que sabem fazer as coisas.
      Assim como o PS faz, o país não melhora. Gasta dinheiro enquanto o há e no fim o país fica pior do que estava antes.

      Isto é o mesmo que estar a ver a barbela do ministro Eduardo Cabrita e acreditar que o homenzito vai dominar os fogos florestais.

      • Eu que nem voto PS, tenho a dizer que, neste caso parece que é preciso mesmo “descarregar dinheiro para cima… do “Joãozinho”, coisa que pelos vistos já deveria ter sido feito há quase uma década!

        • Paulo Marques says:

          ” é saber motivar as pessoas para o trabalho. ”
          Qual trabalho? Na eurolândia, onde 10% de desemprego e 40% de desemprego jovem são uma recuperação económica?

          Só falta dizer a seguir que é preciso saber motivar para terem filhos…

          • Jorge Evaristo says:

            “Qual trabalho?”
            Pois você não deve saber que coisa é o trabalho.

          • Paulo Marques says:

            Colaboracionismo não é trabalho.

  2. Luís Lavoura says:

    Entretanto, está no Expresso desta semana que os pais das crianças cancerosas tratadas no Hospital de São João têm do outro lado o IPO-Porto, o qual tem belas instalações que só estão ocupadas a 60%. Os pais sabem disso mas preferem ter os seus filhos no HSJ porque têm mais confiança nele. Eu não percebo porque é que os pais de crianças cancerosas têm mais confiança num hospital generalista do que num hospital especializado em cancro – gostaria que me explicassem.
    Seja como fôr, parece que o mal está mais nos pais das crianças do que na falta de dinheiro. Pois se as instalações do IPO-Porto estão subutilizadas, para que raio se há de estar a construir novas instalações no HSJ?
    Eu só posso dizer, como pai de uma criança que foi cancerosa e tratada no IPO-Lisboa, que a ala pediátrica deste é uma maravilha, agradável para as crianças e para os pais que estão com elas, e sublotada. Se a ala pediátrica do IPO-Porto fôr similar, não entendo mesmo este barulho todo à volta do Joãozinho.

    • j. manuel cordeiro says:

      O post não é sobre a situação desses pais. É mesmo sobre o tipo de justificações que se dá.

      Sobre a situação desses pais, não conheço o caso. Aposto que terão as suas razões e que o artigo do Expresso será a habitual notícia à medida que esse jornal faz tão bem, independente da cor do poder.

  3. Fernando says:

    “Gasta-se o dinheiro com inúteis comentadores e depois não há para jornalismo sério”

  4. Paulo Marques says:

    Gasta-se dinheiro a alimentar abutres e depois não há dinheiro para alguém aprender economia neste país.

  5. Luís Neves says:

    E todos vão prestando vassalagem à indústria do cancro, Marra-se contra os corredores, pede-se mais efeito placebo, mas não se marra contra a químio. Não se tem colhões para marrar contra a químio. Como se o mal estivesse todo na falta de efeito placebo do corredor e não nos efeitos adversos da químio. Não é “científico”?! Por acaso têm aparecido ultimamente notícias sobre estudos científicos confirmando o que e sabe há muito (por via da evidência clínica), isto é, que a químio faz mal. Em oncologia, a medicina convencional mostra abundantemente a sua incompetência, mas a propaganda tem muita força. Os êxitos ficam por conta da medicina, os fracassos por conta da doença. As alternativas são desacreditadas e não se faz uma comparação dos resultados com elas. Muito conveniente. (Elas continuam aí para alguns. Senão para os ricos, pelo menos fora do alcance dos pobres.) Os médicos é que sabem, dizem, sem de darem conta da cretinice evidente do que dizem. Não se discute o complexo médico-farmacêutico e o seu projecto totalitário. Não se discute da direita à esquerda. O BE, tirando a defesa da cannabis medicinal, é tão conservador como o PCP. Preocupa-se com os trabalhadores da indústria do cancro. A classe operária. Mas o óleo de cannabis não trata até melhor o cancro do que a químio? E para os filhos da puta dos beatos que andam por aí com a fundamentação e a evidência científica na boca, não é verdade que a químio nunca é sujeita a testes duplo cego? Estamos no campo do duplo critério e do puro descaramento.

    • Paulo Marques says:

      “que a químio faz mal”
      Claro que faz mal, é literalmente veneno. Há mais alguma coisa que dê sequer anos de vida?
      Arranje lá mais uns Jobs quaisqer que se queiram suicidar para pagar o estudo: se sobreviverem curamos o cancro, se morrerem, o mundo fica melhor na mesma.

    • Luís Lavoura says:

      É claro que a quimioterapia (e a radioterapia) faz mal. Qual é a novidade? Mas é um mal necessário.
      De qualquer forma, uma pessoa adequadamente alimentada e com a ajuda de alguns medicamentos (no caso do meu filho, utilizei homeopatia) supera razoavelmente bem a quimioterapia.
      Não se deve prescindir da quimioterapia (e da radioterapia), porque elas são essenciais para eliminar pelo menos alguns cancros.

  6. Bento Caeiro says:

    “Gasta-se o dinheiro a aumentar os médicos e os enfermeiros e depois não há para o Joãozinho”

    Sobre este assunto muito mais haveria a dizer, contudo, especificando, diria:

    Cordeiro, que não nos surpreendamos com esta atitude, porque é a que de uma forma geral o poder e, neste caso, o governo quer fazer passar. Nunca é por culpa das suas políticas que as situações se dão e verificam – tal como a situação dos hospitais e de outros serviços públicos, também no que respeita a outras desgraças acontecidas e a acontecer, como os fogos – mas sempre por culpa de outros, mas sempre os mais desprotegidos. Raramente dizem que tal situação se deve às suas políticas, aos gastos para salvar bancos e para pagar os calotes aos bancos pelos amigos de ocasião.
    Contudo, também sabemos que a visão das coisas, mesmo quando são do conhecimento das pessoas – como o comentador João Miguel Tavares – é sempre toldada pelo crivo ideológico e como tal dão corpo e transmitem somente a parte da mensagem que mais se lhes adequa ou serve – sempre no intuito de atribuir as culpas aos que menos terão a ver com o estado geral da situação.

  7. helga says:

    Esse joao tavares é um bronco mimado que so diz m€€rd@

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