Como fazer um deserto em três tempos.

portugal_sem_fogos

[Paulo Arantes Barbosa]

Esta filha-da-putice vai dar estrilho.
A GNR anda a medir as copas das árvores dos carvalhos e sobreiros.
Se a distância for inferior a 4 metros, entre copas, multa certa.
Agora vejamos, as copas das quercineas em geral são redondas, e podem ter uma envergadura (largura)na idade adulta de una bons 12 metros. Mesmos se afastadas as árvores uns bons 10 metros na base, tipo deserto alentejano, é impossível ter uma distância entre copas de 4 metros (6 metros para cada lado de copa normal).
Agora vejam bem o que as pessoas vão fazer para não apanhar multas.
Corte radical de Carvalhos e Sobreiros (estes de forma igualmente ilegal).

A estupidez humana é uma grandessíssima puta.

Comments

  1. Das duas uma, ou se publica uma coisa destas por ignorância ou por sensacionalismo.

    Por acaso até tenho aqui na mão o papel da limpeza dos terrenos explicando muito bem o que cortar.

    Zona envolvente a habitações:

    Faixa de 50 metros bla ba bla:

    Erradicação nos primeiros 5 metros, com EXCEÇÃO de sobreiros, carvalhos e castanheiros –

    É muito por causa deste diz-que-disse que depois na dúvida se corta tudo a eito e até se cometem crimes abatendo espécies autóctones protegidas como sobreiros e azevinhos.

    • Bento Caeiro says:

      Em caso de incêndio em matas de eucaliptos ou, mesmo, pinheiros não há distância que lhes valha. Até podem ser quinhentos metros em caso dos eucaliptos – pela altura, factor determinante, que estes atingem e pelo projecção das sementes/frutos durante os fogos – porque a questão fundamental não é esta, mas sim como as matas estão organizadas e nestes casos não está a ser feito nada.
      Saberão que até no Alentejo – onde proliferam as plantações de olival intensivo e super-intensivo, com oliveiras em contínuo – estão a forçar as pessoas a cortar árvores de quintais, mesmo não estando rodeados – como é óbvio – de pinhais e eucaliptais. A questão colocada aqui, nomeadamente com a actuação da GNR, é que estão à procura de bode expiatório para o que novamente se prevê para o próximo Verão – contudo, espero estar enganado.

  2. caco says:

    E se fossem atrás dos madeireiros que há anos que andam a largar fogo ás matas?

    • Para quem não assistiu :

      http://www.tvi24.iol.pt/videos/reporter-tvi/a-mafia-do-pinhal/5ad111850cf248a372349a08#/iol/login

  3. Paulo Arantes Barbosa says:

    Pois em Vila Verde, o folheto não específica excepções, logo a GNR anda de fita métrica a ameaçar com multa. A lei 76/2017 que dá nova redacção ao DL 124/2006, no seu anexo ponto 5 também não especifica quais as espécies protegidas ou a abater. Apenas refere “manchas de arvoredo com especial valor patrimonial ou paisagístico…bla bla bla…pode a comissão municipal de defesa da floresta aprovar critérios específicos de gestão de combustíveis.” -este pode, é um critério municipal, não é lei geral- logo, a ignorância (omissão) é uma filha de putice.

    • A lei da limpeza das matas tem muitos anos! As coimas também, que eram tão severas que fica mais barato pagá-las que mandar limpar! O que mudou? Foi preciso acontecer uma tragédia (que já se previa) para então alguém exigir que a lei se cumpra. Não percebo o porquê de tanto burburinho acerca da limpeza em volta das casas. Se calhar o burburinho é dos mesmos que gritam que o governo se demita por tantas pessoas terem morrido.

      Afinal o que defendem? Que não se limpe? É que eu ainda não percebi.

      Sabe por que é que no tempo da ditadura não havia incêndios? Porque as pessoas limpavam todo o mato que tinham perto para fazer as camas dos animais que depois iria servir de estrume para os campos. Agora não. Os proprietários e herdeiros deixam tudo a mato e a silvas. Há eucaliptos encostados a casas e a empresas e nunca ninguém fez nada. Depois culpa o governo – seja ele qual for – por as casas arderem, quando as pessoas nada fizeram para se defenderem.

      Andei a fazer um trabalho na zona industrial de Oliveira de Frades onde está a Martiffer. Tudo ardeu. Inúmeras empresas arderam. Porquê? Porque tinham os eucaliptos a entrar empresas adentro.

      Casas ardem, pessoas morrem e depois é culpa do governo. A culpa é de quem não limpa os terrenos. Não se limpou durante décadas apesar da lei existir há muitos anos. As câmaras municipais também vêm agora dizer que não têm tempo de limpar. Ai é? E o que andaram a fazer durante todos estes anos? Conheço casos de pessoas que reclamaram dos vizinhos por causa de eucaliptos junto às suas casas, e a proteçao civil nada fez nem quer chatear os proprietários, se calhar, para depois não perder votos.

      E se as pessoas têm dúvidas sobre o que cortar que perguntem. E não é preciso fazer um doutoramento para saber o que é preciso limpar! São 50 metros, é limpar a vegetação rasteira, cortar árvores principalmente pinheiro-bravo e eucalitpos e desramar e deixando uns quantos metros entre si. Não é preciso andar de fita métrica. Qualquer criança olha e vê se há perigo ou não.

      • Fernando Manuel Rodrigues says:

        O problema é que a tragédia não aconteceu por causa disso, e isso não vai impedir que futuras tragédias aconteçam.

        É mais uma medida para inglês ver, ou o cumprir da velha máxima: “Mudar alguma coisa, para que tudo fique na mesma”.

        Entretanto, o patrulhamento e caça aos incendiários, que seriam as medidas REALMENTE eficazes, ficam no tinteiro (até que morra mais uma centena). Aí, se calhar, vão culpar os OVNIs.

        • Então a sua ideia é: deixamos um enorme barril de pólvora livremente à volta das casas e das empresas, mas metemos um guarda-florestal, 24 horas por dia por cada hectare de terreno do país, para garantir que nenhum maluquinho vai botar fogo, é isso?

          Já agora, sabe o que é o triângulo do fogo?

      • Fernando Manuel Rodrigues says:

        “Sabe por que é que no tempo da ditadura não havia incêndios? Porque as pessoas limpavam todo o mato que tinham perto para fazer as camas dos animais que depois iria servir de estrume para os campos.”

        Pois “limpavam”… lá isso é verdade. Mas não cortavam árvores. E tinham árvores à volta das casas, e casas ao pé dos pinhais (eu sei… cresci numa casa dessas). Mas raramente ardiam. Sabe porquê? Precisamente porque as pessoas andvam pelos pinhais, e não só não passria ela cabeça a ninguém pegar-lhes fogo, como se o fizessem, se calhar saber-seia, e o responsável seria linxado.

        Vá lá você “limpar o mato” todas as semanas para “fazer a cama para os animais”… eu pagao para ver.

        Precisamente por já não haver praticamente ninguém a andar pelas florestas, a calcorrear aquelas encostas e aqueles montes PERMANENTEMENTE, é que a floresta arde.

        O resto é conversa de quem nunca viu uma floresta. Sabem lá o que é apanhar mato.

        • Agora perdeu uma bela oportunidade para estar calado, porque assim só por acaso, mas mesmo só por acaso, eu até limpo uma grande área de terreno que nem sequer é meu (porque nem faço ideia de quem é o dono), porque a minha casa é a primeira junto a uma grande área com pinheiro-bravo e eucaliptos e a única casa em perigo é a minha. Não, não fiquei à espera que a câmara municipal me resolvesse o problema. Sim, pego na moto-serra e na roçadora e deito abaixo tudo aquilo o que me parece que me pode colocar em perigo. E ainda faço mais, transformei um matagal de tojo e silvas num prado:

          https://bucolico-anonimo.blogspot.pt/2018/03/transformar-terreno-mato-num-prado.html

          É que é muito curioso sabe? Antigamente, e como o senhor é especialista, deve saber melhor do que eu, tinha que se cortar o mato com enxada, tudo trabalho manual bem árduo e eu também sei porque cortei muitos carros de mato à enxada. No entanto nas zonas rurais toda a gente limpava. Hoje, que temos roçadoras a gasolina que numa hora que seja se limpa uma grande área, nas mesmas zonas rurais, está tudo com o cu alapado, rezando, tal como fazia a ministra-dos-eucaliptos, para que os incêndios aconteçam só aos outros.

          • ZE LOPES says:

            Sinceramente Konigvs, eu penso que só se deveria abater um eucalipto desde que o próprio consentisse. Obviamente isto só seria válido para eucaliptos maiores de 18 anos, e com sérias reservas.

          • Paulo Arantes Barbosa says:

            Konigvs, não entendeu patavina do que escrevi. A limpeza das faixas de combustivel devem ser selectiva e não contraproducente. Concordo consigo pelo facto de na televisão ter visto junto aos parques industriais e habitações, resmas de eucaliptos desordenados com matos por baixo a arder. Isso é de facto admissivel e é desleixo primário para quem morreu ou permitiu a morte de pessoas. Eu falo claramente de outro assunto. Falo de espécies arbóreas que comprovadamente são eficazes na protecção da floresta contra incêndios e nomeadamente as quercineas que pelo ensombramento do verão e folhagem caduca no outono, permitem manter o solo fresco, húmido, sem matos infestantes, para além da riqueza patrimonial e paisagística que representam no nosso país. Estas espécies, assim como o eucalipto e o pinheiro bravo devem fazer parte do ordenamento florestal equilibrado que falta ao país. Económico, paisagístico e ambiental. Não posso é concordar com apoios públicos em campanhas de eucaliptos em zonas desadequadas para essa espécie e ao mesmo tempo ser multado porque os meus inofensivos carvalhos ou sobreiros têm copas com afastamento inferior a 4 metros no meu terreno que confina com a superfície comercial do outro lado e que se “plantou” junto à floresta a menos de 50 metros. Isso é que é uma filha da putice.

      • Luís Lavoura says:

        Conheço casos de pessoas que reclamaram dos vizinhos por causa de eucaliptos junto às suas casas

        Pois eu reclamo de pessoas por porem as casas delas ao pé dos meus eucaliptos.

        Que raio de direito tiveram pessoas de construir casas e fábricas em zonas que sempre foram florestais?

        Que raio de direito têm pessoas de virem exigir dos outros que sofram prejuízos pecuniários para proteger bens que não são delas?

      • Luís Lavoura says:

        Inúmeras empresas arderam. Porquê? Porque tinham os eucaliptos a entrar empresas adentro.

        Ainda bem que esclarece isso. Agora questiono: a culpa é dos eucaliptos, que estavam onde não deviam, ou a culpa é dos empresários, que instalaram as suas empresas ao pé de eucaliptos pré-existentes?

        Se as empresas arderam é provavelmente porque os seus donos as instalaram aonde não deviam – em áreas próximas de zonas florestais que não lhes pertenciam.

  4. ZE LOPES says:

    “Sabe por que é que no tempo da ditadura não havia incêndios? Porque as pessoas limpavam todo o mato que tinham perto para fazer as camas dos animais que depois iria servir de estrume para os campos.”

    Pois era! Mas, também porque, na ditadura, não havia muitas outras coisas. Não havia infanticídios, fugas de menores de casa, mulheres adúlteras,, divórcios, homossexuais, pedófilos, padres pecadores, ladrões de automóveis, emigração, mortos na guerra nas colónias ou inundações. E, se houvesse, também não se sabia. A censura encarregava-se disso.

  5. Paulo Marques says:

    A culpa é dos histéricos que queriam a boa vida com o Coelho de volta. Agora, aguentem-se.

  6. Mónica says:

    E quem, nos terrenos a limpar corta algumas plantas mais altas, como canas e depois aplica pesticida no campo todo, para queimar as ervas que ficam???? Está a acontecer aqui no Oeste… mesmo junto a outros campos que são cultivados.

    • Mas a questão do uso de herbicidas nada tem que ver necessariamente com a limpeza das matas. Os herbicidas são usados, legal e infelizmente há décadas. As próprias autarquias, generalizadamente pelo país todo (com raras exceções), elas mesmas, pagas com o nosso dinheiro, aplicam herbicidas, muitas vezes junto a hortas e terrenos agrícolas! Eu mesmo já reclamei aqui na minha autarquia. E é por esse motivo que os portugueses estão contaminados com o glifosato (herbicida cancerígeno) 20 vezes mais que em outros países europeus:

      https://www.rtp.pt/noticias/pais/portugueses-contaminados-com-herbicida-potencialmente-cancerigeno_v915067

      Em Portugal podemos agradecer ao PCP, PSD e CDS por terem votado contra a proposta do BE que visava banir este herbicida do espaço público.

    • Mónica says:

      Desculpem, queria dizer herbicida e não pesticida 🙂 Aqui no Oeste tenho visto nos últimos dias campos inteiros com as ervas amareladas pelo uso dos tais herbicidas e falo também de uma urbanização junto ao campo onde há vários terrenos por construir e como tal junto de casas, onde se cortaram as canas e depois pimba herbicida no campo todo! A junta de freguesia daqui também usa herbicida regularmente nos passeios pavimentados ou em terra, para matar as ervas. Fazem-no de máscara claro, junto aos portões de entrada das casas, a qualquer hora do dia e sem aviso prévio. Mas alguns meses mais tarde, as plantas lá estão outra vez! É um gasto de dinheiro, com poucos resultados, para além de que estão-se a usar herbicidas que não sabemos se fazem mal.

      • Os herbicidas estão para as plantas mais ou menos como os antibióticos estão para os seres humanos. Já há ervas resistentes aos herbicidas! Mas o principal problema não é esse, é o facto de nos estar a envenenar, a nós e aos animais e polinizadores. Se vir algum comportamento no uso de herbicidas que não concorde, proteste, reclame. Só assim eles perceberão que as pessoas sabem o que eles andam a fazer.

  7. http://www.quercus.pt/comunicados/2016-col-150/abril/4727-glifosato-o-herbicida-que-contamina-portugal

    E alertando a CMCoimbra desde há quase um ano, perante insistência nossa, conscientes e em acções constante de cidadania activa, que não só bla, bla, blogs,
    segue cópia de email :

    “Pedido de posicionamento da Assembleia Municipal para declaração do concelho de Coimbra como “Zona livre de CETA e TTIP”
    Agora que esse abominável Acordo CETA foi contra nós lamentavelmente aprovado pelo PS, ainda mais premente se torna :

    5ª VIA,

    / por ausência de resposta a tema da maior importância, …

    Ao especial cuidado de: Dr.Manuel Machado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra

    Aqui »»» https://www.nao-ao-ttip.pt/tornar-se-zona-livre-do-ttip/

    GLIFOSATO : o português menos contaminado tem três vezes mais glifosato que o pior caso alemão !

  8. R SANTOS says:

    O problema não está na distancia entre arvores mas sim na proximidade entre empresários madeireiros!

    (principalmente em caves de restaurantes)

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