É tudo demagogia

Por um lado:

Clara Marques Mendes [PSD] vive em Oeiras com a sua família e declara uma morada em Fafe; Heitor Sousa [BE] tem casa em Lisboa e deu morada de Leiria; Elza Pais [PS] vive a sete minutos da Assembleia da República e deu endereço de Mangualde; Duarte Pacheco [PSD] tem casa no Parque das Nações e declara viver em Sobral de Monte Agraço. Estes são alguns dos exemplos. Segundo as contas da RTP, por viverem fora de Lisboa, os deputados recebem, em alguns casos, mais 1500 euros do que teriam direito se o valor do subsídio fosse calculado com base nas casas que efectivamente detêm em Lisboa. [Público]

Por outro lado:

Mas isto é tudo demagogia, claro. Os senhores deputados ganham pouco e se não for assim ninguém os convence ao duro trabalho no Parlamento.

Comments

  1. Rui Naldinho says:

    Ainda bem que o Cristo Rei não é deputado, caso contrário também declarava a morada, no Rio de Janeiro, em vez de Almada, como deputado eleito pelo círculo da emigração, fora da Europa.

    • ZE LOPES says:

      Rui, está enganado. O Cristo Rei é deputado. Só que é no Brasil porque invocou o estatuto de igualdade de direitos. Ainda a semana passada entregou um projeto de lei que visa proibir os minaretes nas mesquitas porque ofendem a paisagem e a laicidade.

  2. Bento Caeiro says:

    Uns, os deputados, nem sabem onde moram, mas encontram-se, por ali, nos Passos Perdidos da Assembleia da República. Outros, os professores, sabem onde moram, mas não sabem onde vão parar.
    Como quem diz: uma desgraça nunca vem só.

  3. “Em terra de cegos, quem tem um olho é Rei”

    ou, actualizando:

    Em terra de pobres, quem tem “olho” é (potencialmente) rico!

  4. Pretor says:

    Eu farto-me de rir quando ouço os comentadores na tv dizendo que os deputados ganham pouco… a sério, rio imenso.

  5. ZE LOPES says:

    Já existiu um tipo, de seu nome Carlos Pinto que, na Covilhã (de cuja câmara foi presidente e agora é vereador por uma lista independente), foi eleito deputado pelo círculo Fora da Europa pelo PSD, como compensação para o não terem incluído na lista de Castelo Branco, onde caíu um páraquedista qualquer (já não me embro quem, mas recordo-me de dois: Alvaro Barreto e Maria Elisa…).

    Quando lhe perguntaram porque tinha aceite a candidatura lá arengou qualquer coisa como “para defender a região na emigração e a emigração na região e a emigração da região, etc. ão ão”. Segundo parece, fartou-se de viajar…

    • ZE LOPES says:

      Esta resposta era ao Rui Naldinho, mas não entrou no sítio certo.

    • ZE LOPES says:

      Esqueci-me de referir que, na altura, ficou conhecido como um dos últimos exemplares de uma espécie em extinção: o pinto migratório.

  6. JgMenos says:

    Que maldade!!!
    Então! se não é ilegal… é ético.

    • ZE LOPES says:

      Olhe, não sei que lhe diga. Só me recordo que, durante o Regime Salazaresco, Salazar vivia em Lisboa – ali ao pé de S. Bento, coladinho à Assembleia Nacionalesca. De vez em quando, “pegava na Maria” e ia até a Santa Comba Desca, mais precisamente ao Vimieiresco, Onde ainda cheirou, talvez, um vestido de uma tal Christine Garnieresca. Ainda hoje não se sabe se ganhou ajudas de custescas.

  7. Conceição Alpiarça says:

    Para lá de outros destinos, o mais longínquo onde leccionei foi Viseu, na década de 80. Percorria em média mais de 600 por fim-de-semana para estar com a família. Boa parte do percurso de autocarro era feito por estrada, levava 5 a 6 horas de viagem. Para além a casa partilhada em Lisboa, o dinheiro não dava para mais, tinha de suportar a renda de um quarto em Viseu e as viagens. OS SINDICATOS, apesar das varias tentativas de se fazer justiça, entre elas num congresso no Algarve, jamais se preocupou efectivamente com os professores nesta situação. Andei assim cerca de 15 anos, de terra em terra, 4 deles com o filho, de tenra idade, atrás! Que esta gentalha GANHE VERGONHA e deixe de legislar a seu favor… e os sindicatos zelem pelos interesses e justos direitos dos professores que os sustentam! Isto tudo já sem falar no exímio número anos necessários para se reformarem, os “empregos/trabalhos” que muitos deles mantêm fora da AR,…

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