Que se lixe, terraplane-se.

O litoral foi destruído pelos monos. Depois seguiram-se as ventoinhas espalhadas pelas serras, sem um escrúpulo de ordenamento. Agora, que se ataque o mar.

“Vai permitir duas coisas – que se faça já a prospecção, para saber com que recursos conta. Mas se houver exploração, tem de haver estudo de impacto ambiental”, garantiu, lembrando que “pagamos uma factura imensa por importar petróleo, e o mínimo que podemos fazer é saber se temos ou não recursos”. 

E, por fim, terraplane-se tudo, de preferência com uma bela laje de betão por cima, que ainda dará emprego a mais uns quantos patos e bravos e, ao menos, não arde no Verão.

A ainda quase virgem Carrapateira, Aljezur (c) jmc

Comments

  1. De facto a imagem da foto e o facto de haver tantas praias lindas sem construção faz doer a alma de qualquer construtor civil e empreiteiro português, em particular se for das beiras, eles lembram-se que ainda falta tanto terreno virgem para destruir.

  2. Ainda no outro dia, na sequência de uma conversa sobre como é bonito o nosso país, eu respondi que só é pena que esteja todo eucaliptado. É uma paisagem horrível. Muito feio. Sem falar nos conhecidos efeitos sobre os solos.
    Na semana passada desci pela primeira vez a Rua Augusta e fui até à Praça do Comércio em Lisboa. Fiquei horrorizado. Tudo cimentado. Não há um bocadinho de terra à vista. Uma única árvore para amostra, uma sombra, nada.
    Lia também há dias uma notícia sobre como em Inglaterra, desde 2005, cerca de 3 milhões de jardins na frente das casas foram completamnte pavimentados…
    É tudo um absurdo… As árvores parece que estorvam. As folhas incomodam. A Natureza é uma chatice… ninguém se importa mais… menos ainda quando dá muito dinheiro.

    • tem razão, já um françês no século XVIII quando visitou Lisboa dizia que em Portugal se odiavam as árvores… e em relação aos eucaliptos, conheço algumas pessoas que olham para eucaliptais e vêem floresta

  3. Bento Caeiro says:

    Litorais devastados e interiores despovoados e desertificados. Centro e Norte do País eucaliptado, o Alentejo invadido pelo olival intensivo e super-intensivo (com os mesmos efeitos sobre os terrenos que os eucaliptais), que não cumpre a legislação sobre as distâncias das árvores entre si. Contudo, aqui, a grande preocupação do governo é levar as pessoas a cortarem as árvores dos quintais – quando estes não são limpos a GNR prepara-se para limpar os bolsos dos seus donos. Até porque, como todos nós sabemos, quintal não limpo no Alentejo é perigo de fogo para o Centro e Norte do País.
    Mas, entretanto, os eucaliptais aí estão a crescer em força e sobre os mesmos nada se diz, nada se fez e faz. Contudo, a campanha anti-arvoredo e anti-pequeno proprietário prossegue. Talvez para fazer esquecer que os grandes fogos vão dos eucaliptais e pinhais para as povoações e não das povoações para aqueles.

  4. Luís Lavoura says:

    A virgem Carrapateira continuará virgem, porque uma plataforma de prospeção a 40 quilómetros de distância não lhe consegue tirar a virgindade.
    A virgem tem ameaças bem mais próximas e imediatas, por exemplo o caravanismo selvagem, que a está a deixar bem fodida.

  5. Elvimonte says:

    O eterno dilema entre o u e as calças e a confusão que daí resulta, principalmente para aqueles que já as têm pelos artelhos encefálicos. Desaconselha-se vivamente a apanha de sabonetes em águas pouco profundas.

    Entretanto. Poluição associada ao ciclo de vida de um carro eléctrico, alguma coisa a alegar em sua defesa? Operações mineiras de extracção de cádmio e lítio, poluição e impacto ambiental, alguma coisa a alegar em sua defesa?

    Bem me parecia que não. Puxe lá as calças para cima.

    (Lamento o tom. Demasiados copos. Mas as questões mantêm-se.)

    • j. manuel cordeiro says:

      O tom não tem problema. Este está mesmo melodia. Canta-me uma bela canção sobre o dilema das escolhas. Indo por aí, mais vale suicidarmo-nos todos, pois a existência humana é enorme factor de desequilibro no planeta. Mas há escolhas e escolhas. E o diabo está nos detalhes. Experimente lá viajar pela Europa do norte e diga-me lá porque é que eles têm ordenamento e nós não. E, que saiba, eles também têm carros, baterias e ventoinhas.

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