Rui Bebiano/Facebook
O título deste post parece o de um thriller, mas refiro-me, é claro, ao lugar da cimeira EUA-Coreia do Norte sobre desnuclearização. O dispositivo cénico é medonho e pesado, mais concebido para amedrontar que para pacificar. Os resultados serão coincidentes: uma floresta de enganos que servirá a ambos os líderes para limpar um pouco da má imagem internacional que oferecem, enquanto realinham peões na sua pequena guerra fria. A generalidade dos média colabora no logro ao espalhar uma equívoca mensagem de esperança e de mudança a propósito do acontecimento. A ocorrer, ela será mais aparente que real e traduzirá mais um equilíbrio da força bruta militar que a construção de um ambiente de colaboração e entendimento no interesse dos povos da região. Não é preciso ser-se adivinho para escrever isto.
Foto: Saul Loeb/AFP
“Não é preciso ser-se adivinho para escrever isto.”
Pois não. Basta um bocadinho de lucidez, como a sua.
Mas a maioria dos “palpitadores do regime” não enxerga o óbvio.
O CIRCO – PALHAÇO RICO E PALHAÇO POBRE
Tal como na guerra: o importante é neutralizar o adversário – sendo, mais importante fazê-lo pela força que se aparenta ter, do que aquela que efectivamente se tem. Assim fazendo, atingem-se os objectivos salvaguardando os exércitos e poupam-se recursos. (Sun Tzu)
Ora, estes dois, como grandes manobradores e campeões do engano e da farsa, a forma que congeminaram para se neutralizarem foi conformarem-se e confortarem-se mutuamente; dando a entender, para o exterior – aqueles para quem foi montado o circo – que fizeram algo, mesmo nada fazendo.
Mas o importante é os outros – mesmo sabendo que eles nada fizeram – façam de conta que acreditam que eles fizeram alguma coisa – quando eles próprios sabem que não fizeram; e, fundamentalmente, que se fale e divulgue o que fizeram, nada fazendo.
No final a princesa casou com o príncipe e vão viver felizes, até à próxima crise. Perdão, até que seja necessário montar o próximo espectáculo de circo.
Muito bem, Bento Caeiro, gostei de ler !
“—Mas o importante é que os outros – mesmo sabendo que eles nada fizeram – façam de conta que acreditam que eles fizeram alguma coisa – quando eles próprios sabem que não fizeram; e, fundamentalmente, que se fale e divulgue o que fizeram, nada fazendo .
No final a princesa casou com o príncipe e vão viver felizes, até à próxima crise …”
E no entanto ela move-se!