Prender crianças por crime nenhum

Entretanto, na Land of the Free, crianças são separadas dos seus pais, na fronteira texana dos EUA, e enviadas para centros de detenção, onde são confinados a uma jaula, dormem com cobertores feitos de papel de alumínio e são autorizados a passar apenas duas horas por dia ao ar livre, o que é sempre algo de que uma (alegada) democracia ocidental se pode orgulhar. Isso e prender crianças por crime nenhum.

Para justificar a crueldade, altos responsáveis norte-americanos, como o procurador-geral Jeff Sessions, recorrem à Bíblia, usando citações descontextualizadas e interpretações marcadas pelo fanatismo, ao melhor estilo dos mais fanáticos islâmicos, que militam nos Daesh desta vida. Quem sabe se, depois de Kim, Trump não marca um encontro amoroso com Abu Bakr al-Baghdadi? Estou certo que Trump vê no líder do autoproclamado Estado Islâmico um tipo “talentoso”, que ama muito o seu país, apesar da inexistência formal do mesmo. De outra forma não lhe facilitaria tanto a vida na Síria.

Podia a administração norte-americana fazer cumprir a lei, por discutível que seja, mantendo as crianças junto dos seus pais, ao invés de promover a separação, o sofrimento e o encarceramento de crianças confusas e em pânico? Podia. Mas a extrema-direita será sempre a extrema-direita, e a extrema-direita, ignorante, perversa e violenta, alimenta-se da dor e do sofrimento alheios. E está a ganhar a batalha pelo mundo livre, que corre sérios riscos de deixar de o ser.

Comments

  1. Antonio Medeiros says:

    João Mendes: Já o dissestes tudo e certo.

  2. Miguel Bessa says:

    Curioso que o Obama fez o mesmo, afinal é a lei (cumprir a lei é extrema direita? Depois ficam surpreendidos com as eleições…)!
    Um menor não pode ficar a cargo de um criminoso. Qual é a dúvida?
    E já agora, se aquilo e um país tão mau porque é que insistem em ir para lá?

    Achei muita piada aquele vídeo da mudança de opinião da Fox sobre encontros com ditadores. O mesmo pode ser feito multiplicado por 10 com a CNN de forma inversa.

  3. Bento Caeiro says:

    Contudo, a demagogia existe e que perniciosa que ela é!

    Trump não é flor que se cheire, mas então certas atitudes anti-trumpistas não lhe ficam atrás. Trata-se da aplicação de uma lei de Obama que, pelo facto de não ter sido aplicada segundo a sua letra, não lhe retira a paternidade, nem a legitimidade de – por circunstâncias novas ou porque sim – ser aplicada desta forma.
    Os países, enquanto tais, não possuem responsabilidades para com as nações de outros países. Pelo que, aqui, os únicos responsáveis são os governantes dos países de onde estas pessoas vêem e aqueles que os trazem.
    Sobre condições? Tivessem os portugueses, que iam a salto para França, 10% destas condições.
    Como sabemos, lá – EUA – como cá – Europa – o resultado final, será impedir a sua entrada e levá-los de regresso aos locais de onde partiram: por muito que isso nos custe.

    • Miguel Bessa says:

      Quando se gastar metade a leva los para casa daquilo que se gasta a tentar integrar quem não quer ser integrado (ontem em Malmo um “homem” atacou um grupo a tiro) acabam estas “migrações”.
      Quando eles souberem a partida que a probabilidade de ficar no ponto de chegada é zero nem chegam a partir.

      • Nascimento says:

        Ó Miguelito vai badamerda. Vai lá comprar o CM e brinca com as palavras cruzadas, a necrologia, a velha que mordeu o cão,etc.E já agora; quando saires á rua olha bem para todos os lados… é que ELES ” andem aí”…troll.

    • Paulo Marques says:

      O Bento está à direita do Ted Cruz. Tá tudo dito sobre o seu “socialismo democrático”.

      • Bento Caeiro says:

        Paulo, como disse há dias o Putin – sendo esta também a minha opinião – os europeus estão moles e, como tal, incapazes de defenderem as suas nações, as suas culturas e os seus modos de vida.
        Os europeus passaram a funcionar segundo o modelo do politicamente correcto, tão ao gosto de gente apostada em destruir o que tanto nos custou a construir e, sempre, com a ajuda de bem-intencionados idiotas úteis. Assim se apresenta uma certa esquerda, tão ao gosto dos neoliberais globalistas acantonados em instituições como a UE que, surpreendentemente, defendem o mesmo.
        Porque será?

        • Paulo Marques says:

          Defendermos a nossa cultura e modo de vida é, aparentemente, destruir as conquistas sócio-económicas dos últimos 100 anos, desprezando ao mesmo tempo a morte e sofrimento de tantos que se sacrificaram para sonhar com uma vida melhor. Não só isso, como culpar o inimigo externo pelas inevitabilidades dos disparates com que as elites bem vestidas metem dinheiro ao bolso.
          Segue a propaganda neo-liberal do princípio ao fim e nem se apercebe. Ó homem, à direita de Ted Cruz, da OCDE e do FMI é capaz de ser um bocadinho claro demais que não tem nada de esquerda, não?

  4. Antonio Rodrigues says:

    O que eu acho engraçado é que as associações internacionais dos direitos humanos se abstêm de qualquer crítica contra a “Pátria da Democracia e por outro lado tecem as ofensas mais insidiosas contra a Rússia que não faz mal a ninguém nem nunca praticou os crimes de que a acusam.

    • Bento Caeiro says:

      A subserviência, António, a subserviência: o lume dos pobres de espírito.
      E os europeus, como aqueles que querem ver com olhos de ver, já viram – apesar das recentes atitudes de alguns países da Europa – continua subserviente a interesses que lhes são estranhos; e, cada vez mais, mole nas suas atitudes face aos comportamentos dos que entram por ela adentro, sem qualquer convite e que aqui se querem comportar como se estivessem nos seus países – mas não estão.

      • Nascimento says:

        Não tu não és ” pobre de espirito” , tu és um canalha que merece as fuças partidas. Tu és Salazarento. E é pena que te deixem andar por aqui.Comigo ias direitinho pro Observador e demais blogues de merda . Democracia? para quem destila ódio seres HUMANOS que nada têm e tentam fugir da GUERRA E MISÉRIA? Largueza, ranhoso! é que dar palavra a serpentes nazis nunca, e tu és mesmo um nazi.Porco.

        • Bento Caeiro says:

          Como se vê pela veia de democrata que o mal-nascido revela, o homem deve andar sempre com cólicas ou, pior ainda – pelo discurso -, fará parte bando dos passadores que organizam as travessias, mandando primeiro mulheres grávidas e crianças, para que os europeus ainda fiquem mais moles e de seguida passem os que lá aguardam.
          O negócio, na Europa, agora com a penalização prevista por alguns países para actividades de apoio à invasão, está em vias de correr mal.
          Também, para os lados do México, ao outro bando de passadores, parece que as coisas não vão bem. Queriam as crianças junto aos pais – só ao banana do Trump é que lembraria manter separados os pais e os filhos – pois vão tê-los; só que lhes saiu o tiro pela culatra e, tudo indica, serão todos recambiados para as origens.

      • Paulo Marques says:

        O problema é que a política económica europeia mata muito mais gente e destrói muito mais a esperança de toda a gente do que a pequena percentagem de moçulmanos radicais.
        Se calhar, deixarmos de os bombardear e financiar os piores deles eles deixavam de querer aturar xenófobos. Só se calhar.

  5. whale project says:

    Queim ia a salto para França acabava por lá ficar. os exploradores franceses precisavam deles. E muitos deles se viviam mal era porque queriam, para fazer enormes casarões na terra deles e poderem-se “cagar” à vontade. Que estavam na Europa civilizada e valiam muito mais do que os que tinham ficado. Ninguém foi sujeito a “10%” das condições de lhes arrancarem os filhos dos braços. Bébés de mama, crianças deficientes, tudo. Uma atrocidade sem nome mas que bons espíritos no meu pais defendem, esquecendo-se que o desespero que nos levava para Norte é o mesmo dessa gente que desprezamos porque já nos achamos ricos. Não somos, e oxalá não precisemos dessa Europa minada pela extrema-direita.
    É isso que hoje se passa com os “criminosos” que fogem à miséria causada pelos corruptos que os Estados Unidos lá puseram, manipulando eleições (Colômbia) ou à força (Honduras). O problema é que o velho negociante tratou de pôr essa malta a render. Criminalizando-os e condenando-os a prisão (que por lá, tal como na Coreia do Norte) envolve sempre qualquer grau de trabalhos forçados. O que vai ser das crianças nem pensar nisso é bom. Por agora os canalhas reconhecem que nem mantêm qualquer registo de a quem pertencem as crianças. Como e quando serão devolvidas? E a quem? Quando sairão de celas iluminadas 24 horas por dia, alimentados a batatas fritas de pacote? Alguém consegue imaginar nós a passarmos por isto na França se a miséria regressar em força ao nosso país?
    Não temos empatia, aquela capacidade de nos colocarmos no lugar de outro. Vai faltando aqui, vai faltando por essa Europa fora. Todos os dias há crimes de morte, violância, mas quando é alguém desses “escuros” a cometer o crime, lá se levantam as trombetas da extrema-direita. E quando é a extrema-direita a matar? Quando morrem sindicalistas negros em Itália, este ano já foram dois? Nenhuma voz se levanta, pouca gente sabe. E por isso as pessoas continuarão sempre, cada vez mais a cometer o crime de votar na extrema-direita. Pois, com tantos bons espíritos a dizer que a extrema-direita tem razão nem poderia ser de outro modo. Ou se calhar votam justamente porque o egóísmo é inerente à espécie humana, uma maldade inata, como dizia Kant, só amenizada pela coerção que lhe é imposta pela sociedade. O problema é quando a sociedade começa a abandonar a civilização.
    E todos sabemos a tendência humana para arranjar bodes expiatórios para tudo o que nos corre mal na vida.
    Não foram os migrantes sírios, do Médio Oriente em geral e africanos a dizer que tinhamos de salvar os bancos e as suas especulações com o dinheiro dos povos. Mas são eles quem anda a pagar o pato da tentativa de desviar aas atenções de muitos retrocessos sociais que temos tido nos últimos anos. Para esse peditório nunca darei.
    Para terminar um exercício. Imaginem que se tratava do Governo russo. E que as famílias eram da Ucrância? Estávamos todos, e teriamos razão, a ter muita pena dos submetidos a tal aleivosia e a chamar todos os nomes possíveis à russian whale que pariu o Putin que, coitada, até já morreu. Pois os desgraçados da América Central são da mesma carne e do mesmo sangue. Só mais escuros. Não têm, por exemplo, o mau focinho que faz muita gente começar a falar comigo logo em inglês. Por isso, deixemo-nos de tretas e de defender quem não precisa de defesa. E quem for crente reze. Para que aquela desumanidade nunca se vire compra nós.

  6. Bento Caeiro says:

    “muitos deles se viviam mal era porque queriam, para fazer enormes casarões na terra deles”.

    Mas o que surpreende nesta atitude é a posição, completamente oposta, em relação aos que estão a entrar na Europa, mas com outro estado de espírito.

    Isto só um ignorante, da situação de então e mal-intencionado de agora, consegue afirmar.

    Mas isso não é o mais importante, porque o mais importante é que a nossa gente ia para trabalhar e não cheia de ódio e ressentimento para com os naturais. Apesar de muitos destes, que agora estão a invadir a Europa, o disfarçarem muito bem: mas é uma questão de tempo, até o revelarem – mas alguns, como sabemos, já o fizeram.

    Certamente que a França, tal como a Alemanha, precisava da mão-de-obra portuguesa, razão de permitirem a sua entrada e tolerarem a sua permanência – até porque não sendo seus naturais não possuíam os direitos dos seus cidadãos.
    Os Países, apesar do que certas pessoas pensam, não são instituições de caridade e só têm deveres para com os seus cidadãos.
    Quanto a desumanidade, como a Europa já sentiu na pele e no corpo, continuemos com este tipo de atitudes e a defender a política de porta aberta e, aqueles que aí estão a entrar vão dar-nos a saber o que ela realmente é e significa.
    Só que nessa altura – se a Europa fosse nesse tipo de conversa – já seria demasiado tarde. Essa gente está ressentida com a Europa, odeia-nos e quer vingança – até mesmo, como alguns já o fizeram, organizando ataques e matando-nos.

    O resto são posições de idiotas-úteis, de gente, alegadamente, carregada de boas-intenções, que causa mais mal que bem às nações e aos seus países.

    • Nascimento says:

      Que filho da P…. ratazana podre.Idiota foi quem abriu as pernas para te por neste mundo. Canalha de merda. Facho

      • Bento Caeiro says:

        Vejo que o militante do Daesh, Al-Nas-Cimento, está desesperado: um tal Benito Caio – convencido que é descendente dos romanos que por aqui ficaram e dos cavaleiros do infiel Afonso Henriques – está apostado em denunciar as suas reais intenções e a dificultar a entrada da rapaziada do Daesh para restabelecer o califado de Al-Andaluz.

    • Paulo Marques says:

      “Mas isso não é o mais importante, porque o mais importante é que a nossa gente ia para trabalhar e não cheia de ódio e ressentimento para com os naturais. ”

      E siga o revisionismo histórico. Só falta dizer que até fomos lá para os modernizar, que eles são tão burros que não eram capazes disso. Deve ser do tamanho da caixa cerebral, ou da cor da pele.

  7. Bento Caeiro says:

    Cheguei a uma conclusão, senhor Paulo Marques, pelas suas observação – mormente a última – o senhor é de uma ignorância atroz, pelo que o erro foi meu ao dar-lhe corda. Atitude que, a partir deste momento dou por terminada – não despendi tanto esforço para entrar em debates com certo tipo de gente.

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