Projeto colore comunidade em BH

Desde o dia 10 de junho, a comunidade do Cruzeirinho, no Alto Vera Cruz,  recebe artistas visuais para a execução do projeto M.A.MU. – Morro Arte Mural, projeto concebido e executado pela Pública, agência de arte de duas das três idealizadoras do CURA- Circuito Urbano de Arte, festival que projetou Belo Horizonte (MG) para o circuito internacional de arte urbana.

A comunidade da região leste de BH, referência em arte e cultura, deu abertura para o projeto e construir essa edição junto com a Pública. Os artistas Zeh Palito (SP) e o Rimon Guimarães (PR), dupla que forma o coletivo Cosmic Boys e já viajaram para dezenas países, pintando áreas vulneráveis na Síria, Guatemala, Cuba entre outros,  se uniram aos artistas locais; Marlon, Abay, Camila Baldon, Drin, Peter e Lucas (MG) e estão colorindo mais de 20 casas da comunidade do Cruzeirinho, no Alto Vera Cruz.

A maior parte da equipe como produtores de base, assistentes de pintura e equipe de reparo das casas são moradores do Vera Cruz. E foram os jovens da comunidade que fazem parte de uma cena forte de graffiti na cidade quem escolheu o tema e professores das oficinas;  Favela e seus múltiplos aspectos. Na origem, antes de ser o nome popularmente conhecido das comunidades periféricas que subiram o morro no início do século XX, o nome favela significa um tipo de planta trepadeira. A trepadeira é uma planta que cresce em ambientes hostis, com pouca água e sem precisar de terra. Para os artistas convidados, a imagem dessa planta remete ao povo que cresce e floresce nessas comunidades, criando o que há de mais autêntico nas artes, uma cultura tão forte e criativa que é inspiração para muitos artistas dos grandes centros.

11,4 milhões de pessoas vivem Vilas e Favelas em todo o Brasil (Censo 2010).

Além da pintura, o projeto ainda vai promover duas oficinas de formação no graffiti para jovens e aspirantes artistas. A oficina de caligrafia do graffiti será ministrada pelo artista Wera e a outra de técnicas e profissionalização por Ed-mun e Tot, da PDF Crew. As oficinas são gratuitas e serão realizadas nos dias 30 de junho e 01 julho.

Comments

  1. Luís Lavoura says:

    Repare-se na quantidade de degraus que as pessoas que vivem na parte de cima do morro têm que subir (por vezes carregadas com compras) para chegar a sua casa. É coisa só para jovens!

  2. Antonio Medeiros says:

    Peço que não me entendam mal nem eu estou a desfazer dos factos, mas imagino ser de um ridículo total enfeitar a pobreza, a miséria que andam andam juntas e ões ainda piores. Estas pessoas que vivem nestas extremas condições de pobreza deveriam receber educação, noções de civilidade, de forma a no futuro não fazer mais parte de um conjunto de seres sem mentalidade. Estas mesmas pessoas que aí vivem poderiam se tornar grandes cidadãos, grandes profissionais das mais variadas ciéncias que não existiriam mais “favelados”.O culto à pobreza e da chamada “cultura” que de cultura nada possui anima a estas pessoas a continuar nesta situação. Muito me impressiona a decisão dos dirigentes indianos que levaram às pessoas não tão pobres, mas as conduziram ao domínio de conhecimentos técnicos de tal profundidade que os encontramos em quantidade nas principais nações do mundo a ensinar nas Universidades. Grandes passos para a realização de reconhecimento de texto,dados e figuras vieram destes profissionais,, como também a revolução em medições de campos electricos. Imagino que um morador de uma “favela” também poderia ser uma sumidade mundial em algum campo, afastado ele da mentalidade medíocre que reina neste ambiente, onde estão a produzir filhos irresponsavelmente com suas amigas, a utilizar drogas e a comercializa-las.Onde teríamos nestas condições, por exemplo, um literato, quando o que temos hoje nas canções destes são nada mais que xingamentos e vulgaridades do mais baixo nível? Aqueles que tem um pouco mais de visão deveriam promover nestes ambientes o conhecimento que a Humanidade nos trouxe para, mostrar aos “intelectuais” que eles também o são.

    • Ana A. says:

      Caro amigo,

      não tenha a ilusão de que a educação e o conhecimento, nos tempos que correm, tiram alguém da pobreza…lá como cá!

    • Sotero says:

      Dizer que o projeto é um “enfeite” da pobreza revela desconhecimento sobre as comunidades e favelas brasileiras e total falta de educação artística. Só lamento esse pensamento.

  3. R SANTOS says:

    Esta ‘arte’ mural celebra o quê?

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