Disse quem lá esteve, e pelos vistos terá mesmo sido gravado, que durante o julgamento de Eduardo Vítor Rodrigues por difamação, o autarca de Gaia terá referido que, caso quisesse, poderia escrever no Aventar. Não sei se o militante do PS terá confundido o Aventar com o Acção Socialista, mas este blogue, portuguesmente falando, não é o Largo do Rato nem a casa da mãe Joana.
Tais declarações, que não passam de fake news com um toque nada subtil de fanfarronice, são um completo disparate. Eduardo Vítor Rodrigues NÃO pode escrever no Aventar. Não pode e não lhe adianta nada querer. E não pode por uma razão muito simples e concreta: porque eu não quero, e o meu querer, ao contrário do querer do autarca de Gaia, tem impacto directo na gestão do Aventar.
Não, caro leitor, longe de mim querer armar-me em tiranete da blogosfera. O Aventar é uma democracia, não é uma câmara municipal. Porém, como qualquer autor deste espaço, assiste-me o direito de vetar qualquer nome que seja proposto para autor deste blogue – sendo que o veto é a excepção no Aventar. E fica aqui registado, para memória futura, que enquanto eu aqui andar, Eduardo Vítor Rodrigues nunca será autor neste espaço, permanente ou convidado. Nem que a medalha com que condecorou Marco António Costa tussa.
E para que não restem dúvidas, apesar de, obviamente, não ter que justificar a minha decisão, termino com o principal motivo pelo qual vetaria imediatamente a participação de Eduardo Vítor Rodrigues no Aventar: porque não quero partilhar esta casa com um político que chegou à presidência da CM de Gaia com um discurso quase revolucionário, afrontando o poder instalado e denunciando a gestão danosa que destruiu as contas públicas da autarquia, para de seguida condecorar um dos principais obreiros da tragédia financeira, que Eduardo Vítor Rodrigues tanto atacou e que chegou mesmo a processar. Não quero nem tenho que conviver com políticos desta categoria. Outros motivos poderiam aqui ser elencados, mas este é, a meu ver, mais do que suficiente para não querer cá o senhor presidente da CM de Gaia. Por muito que ele queira.
Coitado do senhor, o que o poder faz às pessoas! Querer não é poder. Aqui, no Aventar, de vez em quando, juntamo-nos para almoçar ou jantar e há questões de higiene a ter em conta. O Senhor Presidente confundiu este blogue com a Avenida da República. Pronto, já passou!
Sem dúvida nenhuma que essa condecoração foi inacreditável.
Condecorar tal pessoa, ainda por cima depois de tanto a criticar é de uma hipocrisia tamanha o que só prova que a diferença entre o PSD e o PS é apenas que um tem a letra D a mais que o outro no nome.
O Aventar é uma democracia, não é uma câmara municipal. Porém, como qualquer autor deste espaço, assiste-me o direito de vetar qualquer nome que seja proposto para autor deste blogue – sendo que o veto é a excepção no Aventar.
E quem é que propõe nomes para autores deste blogue? São auto-propostos? Ou são propostos pelos atuais autores? Se eu quiser ser autor, a minha proposta tem sequer o direito de ser considerada, ou será automaticamente excluída?
Os nomes são propostos por pessoas. Se quiser ser autor, a sua proposta poderá ser considerada e poderá ser automaticamente excluída. A vida é assim mesmo: misteriosa.
EVR pode, EVR quer mas, no Aventar, EVR não manda. Para escrever no Aventar é preciso estaleca. E EVR não passa do nível do estalo. EVR pode, imagine-se, condecorar um MAC, EVR quer, em modo parolo, promover a descaracterização do centro histórico de Gaia, mas EVR não manda na dignidade de nenhum aventador, ainda que se ufane farronqueiro a espezinhar o seu bom nome e a sua reputação. Por tudo isto, nunca escreverá no Aventar. Não pode, mesmo que quisesse. Porque aqui não manda.
Vetado, Sr. EVR.
Esta Gente / Essa Gente
O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente
Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente
Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente
Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente
O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente
Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente
NENHUMA!
A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente
Ana Hatherly, in “Um Calculador de Improbabilidades”