CP: como destruir um serviço público para vender a preço de saldo

Imagem: Público via Maquinistas.org

A situação actual em que se encontra a CP é vergonhosa e indigna de um país desenvolvido da Europa Ocidental. Num momento em que os nossos parceiros europeus investem na ferrovia, em Portugal assistimos à degradação de infraestruturas e equipamentos, às constantes supressões de comboios, atrasos e avarias, enquanto a imprensa afiliada aos interesses privados trata de doutrinar a opinião pública, estendendo a passadeira vermelha para a “inevitável” privatização.

As grandes empresas ferroviárias europeias, claro, estão já com os olhos postos em Portugal. Porque o negócio da ferrovia nacional é atractivo e, bem gerido – não confundir com a gestão medíocre de boys partidários – será seguramente um negócio lucrativo. Para não falar nos subsídios públicos que virão indexados ao negócio. E nas cativações do Dr. Centeno, que deixarão de dar o ar da sua graça. É que já estamos em Agosto, e dos 44 milhões de euros (quase nada) previstos no OE18 para investimentos da CP, pouco mais de 10% foi executado. Assim é fácil destruir um serviço público.

Comments

  1. JgMenos says:

    «As grandes empresas ferroviárias europeias, claro, estão já com os olhos postos em Portugal.»

    Boa notícia!
    Haveria investimento. coisa improvável de acontecer com um Estado falido e que só trata de dar de mamar a todo o cão e gato.

  2. atractivo com a nossa rede ferroviária, e num país periférico, com um bitola diferente da europeia e com más ligações a Espanha? Brutal, se fosse no tempo do orgulhosamente sós e do Portugal é grande colava a propaganda, agora é para chorar

  3. Eu digo que deveria estar a ser dito mais do que está a ser dito por aí… a notícia há poucos dias era a redução de comboios na hora de ponta na linha de Cascais e no Rossio, aquilo que conseguiram ignorar (entre outras coisas) é que há uma estação e um apeadeiro dentro de Lisboa sem serviço ao fim-de-semana por opção da CP (e não por falta de material circulante), um dos quais garante a ligação entre as linhas de Azambuja e Cascais (Alcântara-Terra).

    Uma coisa é a falta de material circulante, a falta de pessoal da EMEF, o concurso de aquisição de mais material circulante, o dinheiro que o governo deixa ou não deixa a CP gastar, e o uso que a CP faz deste.

    Outra coisa é a CP não fazer nada para melhorar o serviço mesmo quando isso está ao alcance da empresa…

    • Nascimento says:

      Estamos a falar daquela empresa que na década de 90 foi PARTIDA aos pedaços ( REFER) pra dar tachos de direção aos BOIS DO PS E DO PSD E DO CDS?Daquela EMPRESA que tinha Armazéns de VIVERES E CRECHES ( 6 ), COLÓNIAS DE FÉRIAS, ( PRAIA DAS MAÇAS,PRAIA DE VALADARES, e “vendidas” aos Grupos do tipo ESPIRITO SANTO!??)
      AQUELA EMPRESA QUE DESPEDIU ( SIM DESPEDIU!!!, NÃO SABIAM? 2012!!!)as Trabalhadoras das creches/ Infantários,( com umas infraestruturas de grande nível), para entrega-las aos Privados e associações de ” professores” criadas á pressa ( Entroncamento!)? E para onde foi o dinheirinho?!!! E mais não digo que é para não deixar envergonhados uns merdas que aqui rabiscam sem saberem do que a CASA JÁ GASTOU E GASTA ( AINDA)!

      Ps… sabem onde está a REFER ( DA LUISINHA ALBUQUERQUE)? nas ESTRADAS DE PORTUGAL!…. e até TEM CRECHE E INFANTÁRIO ,PÁ ! QUANDO PASSAREM A PONTE 25 DE ABRIL LEVANTA A CABEÇONA Ó MENDES, E O MESMO PARA TI Ó ” LABOURA”!!!
      QUANDO ME DIZEM QUE A CP ESTÁ FALIDA DÁ-ME UMA TUSA!
      A CP? SÓ EM TERRENOS NESTE PAÍS!UPA, UPA…
      O QUE JÁ FOI VENDIDO , ALIENADO,PELA TUTELA GOVERNADA PELOS BOIS NESTAS DEZENAS DE ANOS!!… EHEHEHEHEHEH E AINDA DURA!

  4. Luís Lavoura says:

    Não deixa de ser curioso que haja tantas queixas sobre a CP pública e tão poucas sobre a Fertagus privada.
    Das duas, uma:

    ou os comboios públicos funcionam efetivamente mal e os privados funcionam bem, e então devemos alegrar-nos com a perspetiva de em breve irmos ter mais comboios privados em Portugal;
    ou há em Portugal o hábito enraizado de apenas dizer mal daquilo que é público e as queixas repetitivas sobre a CP não passam de uma campanha política mais ou menos falsa, similar às que são feitas contra a escola pública e contra a saúde pública.

    • Paulo Marques says:

      Ou então o que é pago em direitos de exploração é um poucochinho maior.

    • Nascimento says:

      Estás mesmo preocupado não é? Nota-se! Vai badamerda “laboura”…

  5. Luís Lavoura says:

    É curioso ver o João Mendes, um autor declaradamente de esquerda, a dizer tão mal da empresa pública CP. Dá ideia que a esquerda em Portugal gosta de se aliar à direita para dizer mal das empresas públicas. Estas alianças esquerda-direita em Portugal são repetitivas e muito suspeitas.

    • João Mendes says:

      Acho que o Luis Lavoura está a confundir ter valores de esquerda com ser soldadinho de chumbo partidário. E eu não estou a dizer mal da CP: estou a criticar a sua péssima gestão. E, para que não restem dúvidas, sou a favor de uma CP 100% pública. Aliança esquerda-direita? Deixe-se de merdas parvas, homem!

      • Luís Lavoura says:

        A aliança esquerda-direita é um facto infelizmente repetitivo. Foi graças a tal aliança que o governo José Sócrates caiu, facilitando a chegada da direita ao poder e 4 anos de austeridade. E recentemente a mesma aliança repetiu-se para impôr um concurso extraordinário de colocação de professores que vai beneficiar ma pequena minoria de professores mas custar um ror de dinheiro ao erário público.

  6. Railways is a big project but it contributes big to the development of the city.

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