Incêndio em directo

Fotografia: Pedro Nunes/Lusa@Expresso

Eram 04:30h, mais coisa, menos coisa, e vários canais continuavam a transmitir imagens do incêndio que lavrava na Serra de Sintra. Havia câmaras entre mangueiras, coadjuvadas por jornalistas esbaforidos, e relatos emocionantes sobre a proveniência dos meios de combate. Porque a exploração mediática do negócio dos incêndios não tem limites. É showbiz.

Comments

  1. Andas a fazer noitadas a ver a Correio da Manhã tv ... says:

    Andas a fazer noitadas a ver a Correio da Manhã tv …

  2. Ainda me lembro quando alguém (das televisões) chegou a avançar com propostas concretas para que nenhuma televisão transmitisse imagens dos incêndios, visto que, essas mesmas imagens incentivam os pirómanos a botar mais incêndios.

    Mais ou menos como hoje em dia ninguém transmite imagens de quem invada um campo de futebol, ou por exemplo, invada o festival da canção. Mas estamos em Portugal e temos os jornaleiros que temos.

    Não estranharia até que, depois de tantos bombeiros detidos por terem ateado fogos para receberem o subsídio extra, também acabassem por deter uns quantos pseudo-jornalistas que, na ânsia de serem os primeiros a estar no cenário do incêndio, fossem eles mesmos a atear o incêndio.

  3. Agarrem os pagantes says:

    Essa é muito boa !

    “visto que, essas mesmas imagens incentivam os pirómanos a botar mais incêndios.”

    Isto dos incêndio é como as missas do 7º dia. Alguém as pagou.

    Pirómanos ?????

  4. O especialista, também em incêndios, José Gomes Ferreira, já em 2005, notícia do Público:

    “O subdirector de informação da SIC, José Gomes Ferreira, contou num artigo de opinião na SIC On-line, datado de dia 4, que há cerca de ano e meio o ministro da Agricultura de então [Sevinate Pinto] “quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão”. O argumento invocado era justamente o de que os incendiários se sentiriam motivados pelo visionamento de fogo nos ecrãs. “Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite”, conta ainda José Gomes Ferreira.”

    https://www.publico.pt/2005/08/13/jornal/rtp-propoe-reflexao-sobre-emissao-de-imagens-de-fogos-34532

    Treze anos depois, estamos na era do “incêndio em direto”!

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