Fotografia: Pedro Nunes/Lusa@Expresso
Eram 04:30h, mais coisa, menos coisa, e vários canais continuavam a transmitir imagens do incêndio que lavrava na Serra de Sintra. Havia câmaras entre mangueiras, coadjuvadas por jornalistas esbaforidos, e relatos emocionantes sobre a proveniência dos meios de combate. Porque a exploração mediática do negócio dos incêndios não tem limites. É showbiz.
Andas a fazer noitadas a ver a Correio da Manhã tv …
N.B. ! ” VÁRIOS canais ” !
Ainda me lembro quando alguém (das televisões) chegou a avançar com propostas concretas para que nenhuma televisão transmitisse imagens dos incêndios, visto que, essas mesmas imagens incentivam os pirómanos a botar mais incêndios.
Mais ou menos como hoje em dia ninguém transmite imagens de quem invada um campo de futebol, ou por exemplo, invada o festival da canção. Mas estamos em Portugal e temos os jornaleiros que temos.
Não estranharia até que, depois de tantos bombeiros detidos por terem ateado fogos para receberem o subsídio extra, também acabassem por deter uns quantos pseudo-jornalistas que, na ânsia de serem os primeiros a estar no cenário do incêndio, fossem eles mesmos a atear o incêndio.
Essa é muito boa !
“visto que, essas mesmas imagens incentivam os pirómanos a botar mais incêndios.”
Isto dos incêndio é como as missas do 7º dia. Alguém as pagou.
Pirómanos ?????
Vá ler as estatísticas e o que se diz por exemplo, sobre o que não se deve fazer na divulgação de mortes por suicídio nas televisões.
A notícia sobre o eventual acordo que me referia tem doze anos e é esta:
https://www.rtp.pt/noticias/pais/rtp-quer-acordo-com-outros-canais-para-cobertura-de-incendios-sem-excessos_n27799
O especialista, também em incêndios, José Gomes Ferreira, já em 2005, notícia do Público:
“O subdirector de informação da SIC, José Gomes Ferreira, contou num artigo de opinião na SIC On-line, datado de dia 4, que há cerca de ano e meio o ministro da Agricultura de então [Sevinate Pinto] “quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão”. O argumento invocado era justamente o de que os incendiários se sentiriam motivados pelo visionamento de fogo nos ecrãs. “Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite”, conta ainda José Gomes Ferreira.”
https://www.publico.pt/2005/08/13/jornal/rtp-propoe-reflexao-sobre-emissao-de-imagens-de-fogos-34532
Treze anos depois, estamos na era do “incêndio em direto”!